sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Azulejos na alma


Míriam Santini de Abreu

Eu tinha uns 11, 12 anos, quando vi a foto de uma casa em uma revista qualquer. Recortei, protegi a imagem com plástico adesivo e decretei: moraria lá. Só faltou anotar o lugar onde encontraria a casa dos meus desejos.

Vivia com o quadradinho plastificado dentro da agenda, e bastava, num intervalo de aula, espiar a imagem para imaginar como seria debruçar-me naquelas janelas, rodopiar naquele jardim.

Foi aos 25 anos que desembarquei em Joinville, cidade pela qual nutro uns amores florestais, marinhos, de ventania, porque ali se está entre a graciosa Serra do Mar e a Baía da Babitonga. Joinville é um azulejo na alma da gente.

Passada coisa de uma semana da minha chegada, estava eu circulando no centro da cidade, no carro do jornal onde trabalhava. Volta vai, volta vem, e eis que deparo com a casa dos meus afetos! Ali, naquela terra de turbulências, morava o meu jardim!

Que dizer... Na época o lugar era sede de um banco e, em minha visita a Joinville em fevereiro passado, estava fechada, com uma aparência de quase abandono. As minhas veias pulsavam quando dei um aceno discreto para a menina de 12 anos que sorria para mim da janela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas em qual rua fica esta casa? Eu não lembro!
Jose´Carlos
jc_sfs@yahoo.com.br