quinta-feira, 31 de março de 2011

O pássaro de ouro



Há uma fábula persa que conta a história de um pássaro de ouro que se enfia no único espinho da Árvore da Vida (Arbor Vitae): o espinho mede 1 metro de comprimento: pois então que o pássaro de ouro se enfia no espinho e, enquanto vai enfiando o espinho em seu peito, também vai entoando o mais belo canto da terra: o pássaro morre ao encostar no tronco da Arbor Vitae: mas seu canto perdura em nossa memória.

Fernando José Karl

quarta-feira, 30 de março de 2011

África: um continente em construção


Por Elaine Tavares


A chuva caindo e dentro do Auditório José de Assis Filho, no Sintufsc, em Florianópolis, falava-se de África. O jornalista Osíris Duarte, que viajou a Dakar, no Senegal, para o Fórum Social Mundial, promoveu uma espécie de prestação de contas, já que só conseguiu atravessar o oceano com a ajuda de vários sindicatos de trabalhadores de Florianópolis. Queria dividir o que conheceu e aprendeu. Não foi surpresa ver que dirigentes de sindicatos promotores da viagem não apareceram, e é sempre muito frustrante observar que a própria esquerda se recusa a conhecer e compreender com profundidade a dramática situação africana. Por outro lado, a presença de um expressivo grupo de estudantes africanos tornou a conversa um debate rico e profundo, como há muito tempo não se via na universidade.



Osíris começou o seu relato falando sobre o Fórum Social que, este ano, reuniu bem menos gente do que os anteriores. Para se ter uma idéia, no acampamento da juventude, que já chegou a juntar milhares de pessoas, havia vaga para apenas 300. “Tampouco era como foi no Brasil, centenas de barracas coloridas e muita confusão. Não. Eram aquelas enormes barracas que se vê em campos de refugiados, o que deu um toque bem diferente ao acampamento”. Segundo Osíris, a troca de reitor na universidade de Dakar, três dias antes do evento, acabou inviabilizando o uso de vários espaços no lugar e o Fórum virou um caos. “Eu então decidi que não ia ficar confinado nos debates, mas fazer um mergulho na vida local”. Para Osíris a experiência no Senegal mostrou um país pobre, mas com uma gente cheia de vontade de estudar e crescer. “Na universidade são mais de 40 mil alunos, e eles vivem em condições muito precárias nas moradias estudantis, que abrigam até sete mil estudantes. Seis ou sete pessoas nos quartos de quatro metros quadrados. Mas há uma fome de saber, uma vontade de ser alguém na vida, que nos deixa até emocionados”.



No Senegal quase 90% da população é de muçulmanos e a economia gira em torno da agricultura, da pesca artesanal e do artesanato. Também há extração do fosfato. Naquele país a cor é o símbolo da beleza. A tecelagem é rica em colorido e representações simbólicas. Impossível ficar imune. Lá, fala-se o francês porque o país foi durante muito tempo uma colônia da França. Outra peculiaridade é que o país abriga dentro dele um outro país, a Gâmbia, coisa bastante incomum.



Ainda no Senegal Osíris visitou a Ilha de Goreé, hoje famosa por ter sido o lugar de onde saíram mais de 25 milhões de homens, mulheres e crianças, seqüestrados de sua terra para serem vendidos como escravos na América. “É um lugar triste de se ver. O símbolo máximo da exploração humana”.



Depois de terminado o Fórum o jornalista seguiu para o Cabo Verde, um conjunto de dez ilhas com fortes características portuguesas. “Lá a gente pode perceber que há uma organização melhor, a população tem mais serviços públicos. Percebi que há muitos chineses nas ilhas, eles parecem tomar conta de quase tudo. O Brasil é muito presente e a Rede Record é televisão mais assistida. Fiquei impressionado”. A nota triste ficou por conta da Ilha do Sol, um lugar cheio de beleza, mas que está tomado pelo turismo europeu. Lá, a prostituição acaba sendo um dos poucos recursos que as jovens locais têm para garantir o sustento.



O terceiro país a ser visitado foi Guiné-Bissau, o que mais o surpreendeu pela pobreza e pela grandeza do povo. “Eles ainda estão se recuperando de guerras civis, mas mostram uma força, uma capacidade de superação que é de arrepiar”. Segundo Osíris, a Guiné Bissau padece de grandes problemas. A maioria da população não tem água, não tem luz e muito pouca alimentação. O estado parece inexistente e quem acaba proporcionando um mínimo de condições são os organismos internacionais que abundam no país. “Isso também me deixou bem desconfiado. Entidades como o FMI, a FAO, a Unesco e outras estão ali há anos, ocupam prédios enormes e bonitos, mas parecem fazer muito pouco pela gente de Bissau”. O jornalista conta que ficou na casa de uma família bem típica do lugar e pode acompanhar de perto o dia-a-dia do povo real. “É uma vida dura, mas a gente percebe que eles são famintos de beleza, de sabedoria. O rapaz em cuja casa eu fiquei é um garoto humilde, de vida precária, mas fala cinco línguas estrangeiras e cinco dialetos africanos. É uma gente culta, educada, alegre e cheia de fibra. Dói na alma vê-los tão abandonados e entregues a situações de completa falta de oportunidade”.



Depois da apresentação foi a vez dos estudantes africanos falarem. Ali estavam representantes do Cabo Verde, da Guiné Bissau e Angola. O primeiro a falar foi Joel Aló Fernandes, que se disse surpreendido pelo relato. “A gente sempre vê o pessoal falar muito mal da África, mas tu mostraste respeito com a nossa história e a nossa cultura. Estou agradavelmente surpreso”. Em seguida, o debate que se seguiu versou sobre as possibilidades dos países daquela região da África, os desafios que enfrentam na tentativa de superar a miséria que é decorrente de toda a exploração colonial, mas também da ganância de uma elite africana predadora. “Nossos males também vem de dentro. A corrupção é muito grande. Não há transparência no governo, não se sabe os termos dos contratos que eles têm com as empresas européias e sabe-se que os governantes têm muito dinheiro no exterior”. Por outro lado, a África é um continente que tem muito potencial e pode aprender com as experiências que vem dando certo.



Outro tema que esquentou o debate foi a Líbia. Osíris contou que em Bissau havia uma preocupação muito grande com o que acontecia lá porque historicamente o presidente líbio, Muammar Kadafi, sempre ajudou o país e consolidou a idéia de uma unidade africana. Por outro lado, as informações de que ele mantenha gordas contas no exterior geram desconfiança. “A gente tem sempre de desconfiar quando a mídia conta só um lado da história, ou quando reproduz a exaustão o que pretende seja a verdade sobre as coisas. A mídia mente muito, vejam o caso do Iraque, por isso pude perceber certa simpatia pelo presidente líbio”. Um dos estudantes, de Moçambique, também falou sobre a cruzada estadunidense para levar “paz” ao mundo. “Se perguntássemos a um iraquiano hoje se ele preferia o que tem agora ou o tempo do Saddam, eu duvido que a resposta não seja: o tempo do Saddam. Os Estados Unidos não levaram democracia. Levaram morte, guerra, sangue, dor. E agora, lá na Líbia, a gente vê os rebeldes felizes, mas o que virá depois da guerra, será bom?”



Para os africanos que enriqueceram o relato da viagem, o que falta aos países daquele continente é definir claramente o modelo de desenvolvimento que querem para a África. Uma vez definido isso, as coisas podem avançar. Sobre a fuga de cérebros, levantada por uma estudante brasileira, eles disseram que mesmo fora de seus países eles estão cotidianamente conectados e ajudando a transformar. Alguns africanos que saem da África para estudar até não retornam, mas, longe, atuam sempre no sentido de fomentar o processo de transformação. “Às vezes a gente não volta porque sabe que lá não teremos oportunidade. Mas nosso coração e nossa mente estão na África. Tudo que podemos fazer para mudar aquela realidade, fazemos. Lá ou em qualquer lugar do mundo”.


Veja abaixo entrevista com Joel Fernandes, de Guiné-Bissau, doutorando em Direito na UFSC:


segunda-feira, 28 de março de 2011

Mover-se em Florianópolis não é para qualquer um

Elaine Tavares

Florianópolis completou 285 anos no dia 23 de março e muito pouco há para a maioria da população comemorar. Cada dia que passa a cidade vai se perdendo cada vez mais das gentes. No governo de Dário Berguer, atual prefeito, foi decidido fazer um Plano Diretor Participativo e as pessoas, nos bairros, chamadas a pensar e planejar a cidade a partir de seus pontos de vista e necessidades. Foram quatro anos de reuniões, debates, oficinas, encontros e audiências públicas. Algumas comunidades mais, outras menos, mas todas elas foram constituindo seu projeto de bairro e de cidade. Tudo caminhava para um feliz final quando o prefeito decidiu suspender tudo. E aquilo que havia sido construído coletivamente pelas forças em movimento na cidade, foi entregue a uma empresa privada. Outro plano surgiu, sem a cara e sem as demandas do povo. Um plano artificial, sem participação comunitária. Por isso, no dia da audiência pública, em 18 de março de 2010, que iria referendar o plano da prefeitura, as comunidades se uniram e barraram o processo. Agora, passado um ano desta vitória histórica, o plano diretor de Florianópolis ainda não foi votado pela Câmara.

Mas, isso não significa que o governo municipal não esteja agindo. Na prática está movendo o plano pensado pela empresa privada, segundo os interesses dos grandes empresários. Não é sem razão que os órgãos “competentes” seguem liberando licenças para construções e a cidade continua sendo planejada sem levar em conta o que foi construído pelas comunidades.

Exemplos desta ação do governo no sentido dos interesses dos grandes empreendimentos podem ser vistos no Campeche e no Pântano do Sul onde pululam construções de condomínios por toda a parte. Obras sem licença ambiental, fora dos padrões da lei vigente, verdadeiras bombas destruidoras do ambiente e da qualidade de vida. Há cerca de duas semanas a comunidade do Campeche, por exemplo, conseguiu, com a ação da polícia ambiental, fechar várias bombas que drenavam água do lençol freático sem qualquer licença, num condomínio que planejava garagens subterrâneas, burlando visivelmente a lei. Ainda assim, só depois de três meses de intensa luta as bombas foram desativadas. Agora, a empresa tirou os trabalhadores do local e água está afetando as casas vizinhas. Uma irresponsabilidade total que se faz sem qualquer punição.

Outro exemplo foi a realização de um mega-show com o músico estadunidense Ben Harper, planejado sem qualquer licença, em áreas de proteção ambiental. Apenas a denúncia insistente da comunidade fez com que alguns mecanismos de proteção do ambiente fossem efetivados. Mesmo assim, as licenças ambientais foram dadas em tempo recorde, totalmente fora dos prazos, mostrando que o governo municipal se rende completamente aos interesses dos megaempreendimentos. O show era promovido pela AMBEV e a prefeitura, dois dias antes, se responsabilizou por tudo. Coisa que seria impensável se o evento fosse uma quermesse comunitária.

Os carros como senhores das ruas

Agora, no mês do aniversário da cidade, a prefeitura oferece à Florianópolis uma obra que mostra o quanto o governo segue surdo aos interesses da população e continua realizando coisas que só garantem lucros para grupos muito fechados. É o caso do elevado do trevo da seta, uma obra que desde que foi proposta recebeu o rechaço das pessoas que moram no sul da ilha. Qualquer criança pequena já sabia que a idéia de um elevado que desaguasse quatro pistas de alta velocidade numa única saída para o sul causaria o maior engarrafamento. Foram feitas análises, protestos e, junto com a discussão do plano diretor, foram oferecidas alternativas muito mais interessantes. Mas, a prefeitura não escutou. Seguiu com seus planos.

A grande reivindicação de quem mora no sul da ilha era por um trem de superfície. Transporte de massa, capaz de carregar centenas de pessoas de forma rápida e eficaz, saindo do modelo do transporte atual que consegue transformar um trajeto de 20 quilômetros em duas horas de sofrimento e estresse. Todo o projeto foi apresentado nas audiências públicas. O trem margearia o mangue, servindo, inclusive, de proteção, evitando assim que construções fossem adentrando pela região que é um criadouro de vida marinha. Para a prefeitura a proposta aparecia como inviável por ser muito cara.

Agora, com elevado da Seta, a prefeitura gastou 16 milhões de reais e acabou trocando seis por meia dúzia. Então, se investir no trem era caro, imagine o que é perder 16 milhões sem qualquer melhoria para o transporte do sul da ilha. No dia em que o elevado foi aberto ao público, as filas se formaram por longas horas. E o que era a espera desesperada no canteiro de obras, se fez, gloriosa, sobre o belo elevado. Dentro do ônibus, parado por intermináveis minutos, as pessoas observavam o caminho para o aeroporto totalmente deserto. “Essa obra é só para os ricos que pegam avião. A gente segue aqui, feito gado”, reclamavam as vozes anônimas fechadas, no calorão do final da tarde, dentro do ônibus parado. Era como se, finalmente tivesse caído a ficha, e todo o protesto feito pelos movimentos sociais, que haviam sido rechaçados como sendo “coisa de eco-chato”, agora fizesse sentido.

Na verdade a cidade de Florianópolis nunca foi pensada para as pessoas. Aqui imperam os carros e o “business”. O sistema viário só se preocupa com o transporte individual. O coletivo é ignorado. Todas as mudanças que acontecem visam desafogar as artérias para os veículos particulares. Abundam as lojas de venda de carro e os financiamentos em 60 meses. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito, a cada dia, circulam mais 27 novos carros. Em Florianópolis a relação entre população e carro per capita está em 1,9. Em 2010 a frota chegava a 270.463 carros na cidade. Ou seja, há um carro para cada duas pessoas. Isso pode parecer uma loucura, mas é fruto da completa incapacidade da prefeitura em organizar a cidade para que as pessoas possam se mover com qualidade. Tanto que é conhecida como uma das cidades com pior mobilidade urbana do mundo.

Todas as propostas que surgem de transporte de massa não passam da apresentação da idéia. Afinal, investir em trem, por exemplo, seria mudar todo o sistema, que já é feito para o lucro desenfreado dos poucos empresários que controlam as empresas de ônibus. Todas as linhas são loteadas, não há qualquer concorrência entre as empresas. O usuário é completamente refém deste tipo de transporte e não consegue encontrar alternativa. Como a cidade é pensada para os carros, nem mesmo a bicicleta consegue aparecer como saída. É praticamente uma ação suicida andar pelas ruas de Florianópolis montado em uma magrela. Atravessar para o continente, então, nem pensar. Não há ciclovias nas duas pontes que fazem a ligação. O que há são passarelas, sob a ponte, escuras, sujas e sem qualquer segurança.

Ainda no mês de março também o novo governador do Estado, Raimundo Colombo, igualmente enredado na mesma lógica da cidade para carros, lançou, através do Departamento estadual de Infraestrutura (Deinfra), a idéia de mais uma ponte unindo a ilha ao continente. A imprensa comprou a agenda e, durante dias, divulgou os desenhos ultramodernos da possível estrutura. Outra proposta que não leva em conta a necessidade das quase 200 mil pessoas que amargam o transporte coletivo da capital. Ao que parece só quem vai lucrar com essa idéia são as empreiteiras que farão a obra. Mesmo assim, a Assembléia Legislativa aprovou o Plano Plurianual que contém esta proposta. Ora, as absurdas filas que se formam no final da tarde, para quem precisa voltar para o continente certamente não vão diminuir com mais uma ponte. Pelo contrário. Quando menos se investe em transporte público, mais as pessoas procuram saídas individuais para tentar fugir da loucura que é viver nesta cidade. E aí, são mais carros nas ruas, num círculo que não tem fim. Nos últimos meses, a saída são motos, o que já tem provocado um aumento expressivo de acidentes. Segundo os diretores dos hospitais, 90% dos que chegam as emergências são vítimas de acidente com moto. Virou uma epidemia, sem que haja qualquer medida de redução de danos. É que ninguém mais agüenta o transporte coletivo do jeito como está.

Qualquer grande cidade do mundo já compreendeu que as pessoas que têm um bom transporte coletivo não fazem uso do carro. Com isso economiza-se energia, preserva-se o ambiente e as pessoas circulam com mais rapidez e eficácia. Isso já é coisa completamente incorporada nas políticas públicas destes lugares. Na Europa é coisa comum e na América Latina é caminho cada dia mais seguido.

Florianópolis parece não compreender que uma cidade com vocação turística, como seus governantes alardeiam, precisa garantir, no mínimo, a mobilidade das pessoas. Mas, como bem define o sistema capitalista de produção, os interesses de pequenos grupos se sobrepõem aos da maioria.

Hoje, um trabalhador que se utilize do transporte coletivo e que more num bairro há mais de 10 quilômetros do centro, perde quatro horas do seu dia dentro do ônibus ou nos terminais de baldeação. Algo praticamente inaceitável. Talvez a saída seja os sindicatos começarem a reivindicar estas horas nas suas negociações salariais como horas extras, a serem pagas pelos patrões. Afinal, nesta cidade, o ônibus só serve para isso mesmo: levar as pessoas ao trabalho. Raros são os que arriscam sair de casa no final de semana para passear. Uma saída de ônibus no domingo pode se transformar num transtorno tão grande que a pessoa acaba preferindo ficar em casa. Quem sabe se o patrão sentir essa fisgada no bolso, não começa a dar ouvidos às propostas que já existem e que não são levadas em conta.

A cidade de Florianópolis é um monumento à incompetência e ao servilismo aos grandes empresários. Aqui só o que interessa são os “negócios”, e de alguns. Alguns muito poucos!


domingo, 27 de março de 2011

Ishtar de Leste a Oeste





Alma, um sambaqui



Míriam Santini de Abreu

Foi a Praia do Campeche, no Sul da Ilha, que escolhi para ver Ishtar, a DeusaLua, atravessar o céu naquele 19 de março. Eu, no meu poço; ela, na brilhante barca de lápis-lazúli em que navega de Leste a Oeste. Era cedo ainda quando desembarquei do ônibus e segui rumo à praia. Também foi proposital a escolha do caminho para lá chegar.

A rua pela qual desejei caminhar é uma que tem chagas no nome. Ao final dela, sentei-me na ponta de um muro atrás do qual havia uma árvore cheia de espinhos. Alisei-os com cuidado, e deixei que um penetrasse na ponta de um de meus dedos até a dor se tornar aguda demais.

Andei mais um pouco para atravessar as dunas, uma em especial, onde, há pouco mais de um ano, vi um homem que, parado na praia, olhava para o mar. Um homem ainda jovem. Mas algo em seus olhos, no franzir da testa, no jeito de dobrar o corpo ao dobrar das ondas lá adiante, faziam-no parecer para além do tempo e do lugar. Como se fosse o primeiro homem a ali chegar, tendo criado, ao seu modo, ao seu desejo, o som do vento, o marulho da água, o sal que encharcava o ar. Sabia onde estava, aquele homem. Eram dele o céu, a areia, a água.

Tirei as sandálias e caminhei até onde aguardavam tantos outros que, como eu, desejavam ver nascer a lua daquele dia 19. E lá fiquei, na praia, vendo-a erguer-se, ainda branca, leitosa, atrás da Ilha do Campeche, e tornar-se mais amarela à medida que alcançava alturas.

Sim, ali estava Ishtar, a simbolização da deusa babilônica que, nesta e em outras antigas culturas, cruza o céu em sua barca de rocha azulada.

No meu encanto, pensei em como essas lendas chegam até nós, como penetram em nossa alma e ali deitam raízes. Por isso nossas almas são como os sambaquis, os sítios arqueológicos existentes no litoral do país, muitos deles em Santa Catarina. Cada camada de um sambaqui pode revelar um mistério novo, incompreensível, mas que talvez ganhe sentido se o Arqueólogo que mora dentro de cada um de nós tiver o desejo, a paciência e a coragem de escavar mais, e mais, e mais, até reconstruir, de pequenos cacos, um cântaro onde alguém bebeu água ou fez uma oferenda numa madrugada quente e clara.

Eu vi Ishtar naquela noite, em sua beleza tão pura e tão próxima, e tão comovente, e pensei no espinho da árvore da rua das chagas. Deixei-me sangrar, mas num rio vermelho que correu dentro de mim e me irrigou. Como aquele homem que vi nas dunas – e que lá continua, porque o tempo do relógio e o espaço ditado por ele não existem para um ser que constrói mundos – como aquele homem eu agora sei onde estou. Agora pousei-me toda.

Naquela noite dormi na varanda de casa, envolta em um cobertor, e eram seis da manhã de domingo, o início do Outono, quando vi Ishtar novamente, desta vez no Oeste, não sobre a Ilha do Campeche, e sim a banhar a Cidade, leitosa, plena, ainda vigorosa depois da remada noturna. E então me lembrei de um trecho de uma música que amo, que fala do poço, do mundo, do céu, da dor e, especialmente, do amor:

Tou vitimado no profundo poço

na poça do mundo

do céu amor vai chover

Tua pessoa Maria

Mesmo que doa Maria

Tua pessoa Maria

Mesmo que doa Maria


Sim, dói... Mas mesmo que doa, do céu amor vai chover.

Maria de Verdade, de Marisa Monte (Composição: Carlinhos Brown)

http://www.youtube.com/watch?v=DXQLpfmdIBI

sexta-feira, 25 de março de 2011

Jornalista fala de experiência no FSM realizado na África

Osíris Duarte, jornalista, durante 22 dias percorreu três países africanos com um objetivo claro: contar histórias. Apenas com uma câmera fotográfica e a meta inicial de realizar uma cobertura jornalística para Sindicatos Catarinenses do Fórum Social Mundial 2011 em Dakar - Capital do Senegal - teve a oportunidade de vivenciar mais do que as discussões sobre política, sociedade e cultura.

Depois de seis dias em Dakar, seguiu viagem em direção ao arquipélago de Cabo Verde e em seguida para a República da Guiné Bissau. Nesses três países, com realidades e contextos sociopolíticos diferentes, pôde experimentar um pouco da realidade dos africanos. “A África é um continente com uma das maiores diversidades étnicas, culturais e religiosas do planeta. Sendo assim, seria impossível não trazer na bagagem, além das fotos e suvenires, um monte de histórias curiosas, peculiares, interessantes e informativas”.

Osíris pode acompanhar, durante o FSM, a queda de Hosni Mubarak no Egito e a festa dos militantes egípcios em Dakar. Viu a beleza das ilhas de Cabo Verde e o poder da influência da cultura e da mídia brasileira naquele país. Na Guiné Bissau viveu a realidade de um povo que se recupera de anos de guerra civil e exploração internacional.

Essas e outras tantas histórias, impressões e constatações tu também podes ouvir durante o "Seminário Nosso eu Africano – Uma viagem particular pela realidade da África," terça-feira, dia 29 de março, no auditório do SINTUFSC. Lá, Osíris te espera esperando partilhar essas histórias de luta e beleza..

O que?

Seminário: Nosso eu Africano – Uma viagem particular pela realidade da África

Quando?

Terça-feira, dia 29 de março

Onde?

Auditório do SINTUFSC, Rua R. João Pio Duarte da Silva, 241 - C.Postal 5130 - Córrego Grande - Florianópolis/SC - CEP 88040-970

Quem?

Osíris Duarte é jornalista profissional, Bacharel em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade do Vale do Itajaí em 2005, fotógrafo, blogueiro e assessor de imprensa do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região.



Osíris Duarte
SJSC-1746

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sentimentos

No Campeche

Por Elaine Tavares - jornalista

Ali vinha eu, no meio da noite, cabelo ao vento, bicicleta sem freio. No Campeche é assim, a gente ainda pode andar pelos caminhos de terra, pelas trilhas abertas no meio dos matos, nas largas noites de outono. Despencava pela Gramal afora depois de uma longa reunião comunitária que organizara o Festival da Água, a acontecer neste dia 23, no campo de aviação do bairro. No mesmo lugar onde antigamente descia, no seu avião, o escritor do “imorrível” Pequeno Príncipe.

Enquanto pedalava, sentia o cheiro inigualável das flores e dos matos nativos do Campeche. Um cheiro que embriaga, que entontece, que nos deixa mole, como se estivéssemos respirando o próprio hálito da Pacha Mama. Tudo parecia perfeito. A reunião fora significativa, muita gente, povo animado, muitas idéias, muita vontade de defender a água, o ambiente inteiro, as pessoas, a qualidade da nossa vida. A comunidade havia conseguido uma vitória contra as bombas que drenavam o lençol freático. A polícia ambiental viera e parara tudo. Ô alegria!!!

Senti um pouco de medo, pois parece que quanto tudo está assim, pleno, sempre acontece algo para estraçalhar esse sentimento. Desacelerei as pedaladas ao escutar o barulho do busão. Como a rua é muito estreita, a melhor saída é parar, subir na calçada e esperar que ele passe. Passam voando. Perigo puro. Então vi a lua. Enorme. Brilhava em todo o seu esplendor a ponto de se poder ver Jorge e o dragão. Fiquei maravilhada a balbuciar: mama killa, mama killa, deusa mãe.

De volta à estrada enveredei pelos caminhos do Castanheiras até chegar à minha rua: Coruja Dourada. Nela há um cheiro de dama-da-noite, doce, sensual. Aspirei e sorri. Então, enquanto eu ia passando com minha bicicletinha de aro 20, as corujas iam levantando vôo. Uma cena mágica. É que na minha rua as corujas simplesmente fazem morada. Como há pouco movimento, elas chegam a dormir por ali. Algumas, familiarizadas com a gente, nem se movem, apenas nos fitam, com aqueles olhos enormes. Os vaga-lumes voejam por sobre a nossa cabeça, como se fossem pequenos guias naquela hora já tardia.

Chego a casa, porto seguro, e os gatos estão sobre o muro. Esperam por mim. Vislumbram a bicicleta e pulam, correndo em direção à porta, esperando um manjar. O cachorro, Steve, pula em completa alegria. A vida fica parecendo bela demais.

Quando as coisas pesam e tudo se enreda na trama da vida, nada melhor pode nos acontecer do que uma reunião comunitária bem sucedida, um passeio de bicicleta, com lua, corujas, vaga-lumes, gatos, cachorros e cheiros de mato. Depois, um beijo molhado, uma noite serena, embalada pelos passarinhos. A vida e suas coisas pueris.... Que coisa boa!!!

Nesta quarta-feira, no campo de aviação, Festival da Água no Campeche. Povo reunido! Nada mais posso querer...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Pequenos Agricultores e Agricultoras realizam 5ª Festa da Semente Crioula

Aconteceram nos dias 19 e 20 de março os festejos pelo 48º aniversário de emancipação política e administrativa de Anchieta (extremo-oeste catarinense). Em paralelo foi realizada a 5ª Festa das Sementes Crioulas. Mais de 8 mil pessoas, segundo organizadores, prestigiaram os dois dias de festa.

A 5ª Festa das Sementes Crioulas teve vários objetivos. Entre eles os organizadores destacam: a exposição e troca de sementes crioulas e mudas nativas, alimentação agroecológica típica, debate e troca de informações sobre cooperação e cuidados com a natureza e a feira de artesanatos.

No domingo foi realizada celebração da missa, com o bispo da diocese de Chapecó Dom Manuel. Logo em seguida a igreja foi palco do seminário para lançamento da “Campanha Permanente de Combate aos Agrotóxicos e Pela Vida”, conduzida em nível de Brasil, por mais de 60 organizações sociais, entre elas a Via Campesina.

Durante o seminário, ocorreu palestra com representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que abordou as questões técnicas do uso indiscriminado de venenos (agrotóxicos) na agricultura e os prejuízos para a saúde dos agricultores e dos trabalhadores que estão consumindo alimentos produzidos com estes venenos. Walter Silva, da coordenação nacional da Campanha Permanente de Combate aos Agrotóxicos e Pela Vida e do Movimento de Pequenos Agricultores – MPA, fez o lançamento oficial da Campanha no estado de Santa Catarina.

Entre outros assuntos destacados pelo pequeno agricultor do MPA, em sua intervenção durante o seminário, foi o fato de o Brasil ter um dos piores títulos do mundo: “Ser bicampeão no consumo de venenos; as vendas nos anos de 2008 e 2009 somam 13,8 bilhões de dólares. Ao dividirmos a quantidade de venenos usada, pelo número de habitantes de nosso país, vemos que foram usados nestes dois anos em média 5,2 kg. E infelizmente estamos caminhando para sermos tricampeões, já que os números extra-oficiais da ANVISA indicam que a venda de 2010 será maior que nos anos anteriores".

A 5ª Festa das Sementes Crioulas foi promovida pelo MPA, Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Associação dos Plantadores de Milho Crioulo e Derivados e Prefeitura Municipal de Anchieta.


Fonte: Agência Contestado de Noticias Populares – AGECON

Contatos: agecon@agecon.org.br

Visite: www.agecon.org.br

Fotos:

João Carlos Rodrigues

João Leandro Pereira da Silveira

Jilson Carlos Souza

Veja as fotos no link:

http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=11063662060312871510&aid=1300650361

Colega de Honduras sofre atentado por parte da polícia militar

Desacato.info

No dia de hoje, a jornalista e colega do Canal 36, Cholusat TV, de Honduras, esposa do colega e amigo David Romero Elner, diretor executivo de Rádio Globo Honduras e Globo TV de aquele país, Lidieth Díaz, foi objeto de um atentado à sua vida, por parte do governo repressor de Porfírio Lobo Sosa, que através do Exército, jogou duas bombas em direção ao seu corpo, usando a mesma técnica que levou à morte à professora Ilse Velázquez na quinta-feira passada.

Os jornalistas e comunicadores da Rede Popular Catarinense de Comunicação – RPCC - enviam solidariedade na nota a seguir, e denunciam por este meio a absurda tentativa de silenciar a valente colega hondurenha.

Portal Desacato

Rede Popular Catarinense de Comunicação

Nota a seguir:

Sus colegas del Estado de Santa Catarina, le enviamos nuestra solidaridad a la colega Lidieth Díaz. Estamos dando difusión inmediata en las Redes nuestras. Han matado a la profesora Ilse, atacan de nuevo a los colegas; no sé puede soportar más lo que hacen en Honduras, en este maldito ensayo norteamericano que no termina más. Salud y resistencia compañeros y colegas!

NOTA DE SOLIDARIDAD CON LIDIETH DÍAZ DE CHOLUSAT TV Y EL CAMARÓGRAFO URIEL GUDIEL DE GLOBO TV.

Solidaridad de:

Rede Popular Catarinense de Comunicação

Santa Catarina / Brasil

21 de marzo de 2011.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Espiando Rita Hayworth no banho


L’hydre-Univers tordant son corps écaillé d’astres.

Victor Hugo

Água morna de chuveiro na pele de Rita Hayworth. Com suavidade descerro as portas do box e a flagro ensaboando as clavículas, o ventre, os pés. A nudez dela ondula sombras nos azulejos brancos. Vidros embaçados, o barulho da água atrás da cortina de plástico; as coisas essenciais, os reinos da chuva, incrustados fora da razão. Aqui, ante Rita Hayworth, devo ser um servo, e servo reverente. Ela me chama, aproxima seus lábios dos meus e nos beijamos através do plástico transparente: dura apenas um instante. Não esqueço nunca que eu tenho pelas banhistas de chuveiro uma predileção especial, ainda mais se essa banhista é Rita Hayworth. E se, após o banho, ela cobrir o nu com uma toalha, ai dela, eu viro Calígula, o Terrível, ordeno a meus exércitos que arranquem a toalha enrolada em seu corpo. Que a toalha suma! E que reste límpida a nudez de Rita Hayworth, assim deitada na cama, em estado de óbvia distração.

Fernando José Karl

3º Seminário de Imprensa Sindical do Sindprevs/SC

O Sindprevs/SC realiza no dia 28 de abril/2011 (quinta-feira), o 3º Seminário de Imprensa Sindical, no Hotel Floph (Endereço: Artista Bittencourt, 14, Centro Fpolis), em Florianópolis. O objetivo é criar um espaço de discussão sobre a imprensa sindical que queremos. Com o tema Para além do nosso umbigo: os desafios da imprensa sindical, o Seminário é voltado para jornalistas, assessores de imprensa, diretores de entidades na área de comunicação e estudantes. O Seminário também vai debater a importância de fazermos uma comunicação de resistência.
Segue abaixo e em anexo segue a programação do evento.

As vagas são limitadas. As inscrições podem ser realizadas até o dia 8 de abril/2011 pelo endereço eletrônico: imprensa2@sindprevs-sc.org.br contendo as seguintes informações:
Nome:
e-mail:
local de trabalho:
fones de contato:
cidade:
categoria da inscrição:
( ) jornalista, diplomado ( ) ou não( )
( ) estudante
( ) dirigente Sindical e outros
Valores da inscrição são:

40,00 não jornalistas*

30,00 jornalistas*

20,00 estudantes*

* O valor da inscrição inclui o almoço.
A inscrição estará sujeita a confirmação após o envio do comprovante do depósito da taxa de inscrição.
O valor da inscrição deve ser depositado no Banco do Brasil, agência 4236-6, conta nº 7011-4 ou na Caixa Econômica Federal, agência 1078, operação 003, conta nº 333-9.
O comprovante do depósito da taxa de inscrição também deve ser enviado através do e-mail: imprensa2@sindprevs-sc.org.br com os nomes completos dos participantes.
Haverá exposição de materiais dos sindicatos. Tragam suas publicações!


Para além do nosso umbigo: os desafios da imprensa sindical

Dia 28 de abril de 2011, no Holtel Floph em Florianópolis

Programação
8h30min – abertura

9h – Por que nossa comunicação deve superar os limites do nosso umbigo?

• Vítor Gianotti (escritor e coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação)

10h – debate

11h – Documentando as lutas

• Carlos Pronzato (cineasta, documentarista e escritor)

11h40h – debate

12h40min – almoço

14h – Condições de Trabalho e dificuldades de atuação na Imprensa Sindical

• Míriam Santini de Abreu (jornalista, Diretora do Sindicato dos Jornalistas de SC)

• Celso Vicenzi (jornalista, assessor de imprensa do Sintrafesc)

14h40min – debate

15h40min – café

16h – A importância de uma comunicação de resistência

coordenação: Elaine Tavares (jornalista e editora da revista Pobres&Nojentas)

• Raul Fitipaldi (diretor editorial do Portal Desacato)

• Jilson Carlos Souza (coordenador da Agecon e da Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular)

• Anderson Engels (coordenador da Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson Teles)

17h – debate

18h – apresentação de audiovisual e lançamento do livro “Che, um poema guerrilheiro” de Carlos Pronzato
Durante o evento haverá uma exposição do trabalho realizado pelo jornalista Osíris Duarte durante sua viagem a África.

A luz é uma casa

Roger Fenton, 1856

O que eu aprendi, nesta minha vida, é que o Deus (ou Algo) é uma luz tão fina, tão minúscula, que quase não a percebemos: uma névoa, um perfume de prímula, um abismo. É uma luz invisível, sem dúvida, e que fica mais próxima de nós que nossa jugular. Uma luz, sim, o Deus (sem o peso do vocábulo Deus) que não podemos ver, mas o sentimos onde apenas as palavras com sua pouca matéria podem entrar e fecundam nosso chão imaterial. Uma luz como se fosse uma casa. Este Deus ou Algo não é matéria nem não-matéria, mas uma constante possibilidade. Se estou diante do mar, por exemplo, percebo que o mar só existe por minha causa. Sem mim ele fica confuso e tristemente salgado. Daí eu sou um Deus para o mar e o mar ora pra mim com sua voz líquida. Inscape: aquilo que eu olho atentamente, olha atentamente pra mim. Nunca esquecer que a palavra Deus, em sânscrito D’jeus, significa lua cheia. E a lua só é cheia se iluminada pelo sol. Deus é quando a luz de nossa consciência alumia algo muito humilde ou reverente, sim, pois a lua nada mais é que oxigênio (O2) seco altamente concentrado. E a consciência, sabe-se, não tem cheiro nem gosto, e depende de nossas palavras para vir à tona de nossas palavras tocadas pela emoção porque só a emoção pressente alguma coisa. "O que em mim sente está pensando", diria a pessoa do Fernando Pessoa. O que seria a lua sem o sol? Uma humilde ou reverente Deusa no escuro à espera da carícia nupcial. Contudo o sol precisa desta Deusa pra mostrar o quanto são belas suas vibrissas luminosas. Deus sempre é, mas nunca vem a ser, nem deixa de ser. Isto quer dizer que Deus é um desenho de leão no muro branco: que sempre é, pois ali está desenhado no muro branco, mas nunca vem a ser, porque um desenho não pode ser comparado a um leão vivo, nem deixa de ser um leão, posto que ao vislumbrarmos o desenho do leão no muro branco despertamos o leão em nossa alma; alma que os gregos chamavam apenas de brisa suave.

Fernando Karl

A cara da Mentira - Declaração da Rede Popular Catarinense de Comunicação – RPCC

Para agradecer o Nobel da Paz a ele conferido, Obama discursou uma declaração de guerra ao mundo e revelou por trás de sua máscara a cara lívida e sem vida de uma velha mentira.

Esse é o representante do mais criminoso império da história, o maior explorador de todos os tempos, aquele que mais destrói a civilização, a natureza e a vida, que mais assassina ilegal e “legalmente”, que mais controla a vida privada das pessoas e que mais golpeia nossa região desde há mais de século e meio, pisa terra brasileira. É o ladrão entrando pela porta da frente. Mas, também é o representante do país que mais mente para satisfazer suas necessidades e apetites mais doentios, sem ter o menor reparo em se usar de todos os meios de comunicação, para distorcer, disfarçar, ocultar, omitir, ou mesmo, “inventar a verdade”.

Centro funcional dos mais poderosos monopólios da comunicação, vinculados ao sistema mais heterodoxo de empresas da guerra e da exploração sem limite, que não medem as conseqüências civilizatórias de todas suas arremetidas mediáticas, os Estados Unidos, tem em Obama um dos casos mais pérfidos e cínicos para com a América Latina. Este camaleão político é produto também da mentira através dos sítios de relacionamento, pelos quais consegui armar boa parte de sua campanha eleitoral que o levou a apresentar-se à juventude norte-americana e aos hispanos daquela nação, como uma possibilidade de mudança que não só não se confirmou, como que hoje, tal qual observamos em Wisconsin, Ohio, Kansas, Indiana, entre outros estados, traiu as esperanças, e com um discurso dúbio e mentiroso, afunda ainda mais os próprios trabalhadores norte-americanos. Obama representa com clareza brutal, as formas mais odiosas de manejo do discurso e do uso dos meios de comunicação.

Os meios da Rede Popular Catarinense de Comunicação – RPCC expressamos nosso repúdio e repugnância pela desagradável visita ao Brasil deste genocida mentiroso e invasor.

A seguir o prontuário invasor e genocida dos Estados Unidos, que resgatou Adalberto da Silva Jones e que foi publicado em 2007 no sítio do CMI/Brasil, no qual só falta a participação e organização por parte do Império, do último Golpe de Estado na irmã República de Honduras – 2009, derrocando ao Presidente Constitucional José Manuel Zelaya Rosales, configurando a estréia do Imperador Obama na gráfica dos golpes de estado norte-americanos pelo mundo.

Invasões e golpes dos EUA pelo mundo

Entre as várias invasões que as forças armadas dos Estados Unidos fizeram nos séculos XIX, XX e XXI, podemos citar:

1846/1848 – México – Por causa da anexação, pelos EUA, da República do Texas;

1890 – Argentina – Tropas desembarcam em Buenos Aires para defender interesses econômicos americanos;

1891 – Chile – Fuzileiros Navais esmagam forças rebeldes nacionalistas;

1891 – Haiti – Tropas debelam a revolta de operários negros na ilha de Navassa, reclamada pelos EUA;

1893 – Hawai – Marinha enviada para suprimir o reinado independente e anexar o Hawaí aos EUA;

1894 – Nicarágua – Tropas ocupam Bluefields, cidade do mar do Caribe, durante um mês;

1894/1895 – China – Marinha, Exército e Fuzileiros desembarcam no país durante a guerra sino-japonesa;

1894/1896 – Coréia – Tropas permanecem em Seul durante a guerra;

1895 – Panamá – Tropas desembarcam no porto de Corinto, província Colombiana;

1898/1900 – China – Tropas ocupam a China durante a Rebelião Boxer;

1898/1910 – Filipinas – Luta pela independência do país, dominado pelos EUA (Massacres realizados por tropas americanas em Balangica, Samar, 27/09/1901, e Bud Bagsak, Sulu, 11/15/1913; 600.000 filipinos mortos;

1898/1902 – Cuba – Tropas sitiaram Cuba durante a guerra hispano-americana;

1898 – Porto Rico – Tropas sitiaram Porto Rico na guerra hispano-americana, hoje ‘Estado Livre Associado’ dos Estados Unidos;

1898 – Ilha de Guam – Marinha desembarca na ilha e a mantêm como base naval até hoje;

1898 – Espanha – Guerra Hispano-Americana – Desencadeada pela misteriosa explosão do encouraçado Maine, em 15 de fevereiro, na Baía de Havana. Esta guerra marca o surgimento dos EUA como potência capitalista e militar mundial;

1898 – Nicarágua – Fuzileiros Navais invadem o porto de San Juan del Sur;

1899 – Ilha de Samoa – Tropas desembarcam e invadem a Ilha em conseqüência de conflito pela sucessão do trono de Samoa;

1899 – Nicarágua – Tropas desembarcam no porto de Bluefields e invadem a Nicarágua (2ª vez);

1901/1914 – Panamá – Marinha apóia a revolução quando o Panamá reclamou independência da Colômbia; tropas americanas ocupam o canal em 1901, quando teve início sua construção;

1903 – Honduras – Fuzileiros Navais desembarcam em Honduras e intervêm na revolução do povo hondurenho;

1903/1904 – República Dominicana – Tropas atacaram e invadiram o território dominicano para proteger interesses do capital americano durante a revolução;

1904/1905 – Coréia – Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desembarcaram no território coreano durante a guerra russo-japonesa;

1906/1909 – Cuba -Tropas dos Estados Unidos invadem Cuba e lutam contra o povo cubano durante período de eleições;

1907 – Nicarágua – Tropas invadem e impõem a criação de um protetorado, sobre o território livre da Nicarágua;

1907 – Honduras – Fuzileiros Navais desembarcam e ocupam Honduras durante a guerra de Honduras com a Nicarágua;

1908 – Panamá – Fuzileiros invadem o Panamá durante período de eleições;

1910 – Nicarágua – Fuzileiros navais desembarcam e invadem pela 3ª vez Bluefields e Corinto, na Nicarágua;

1911 – Honduras – Tropas enviadas para proteger interesses americanos durante a guerra civil invadem Honduras;

1911/1941 – China – Forças do exército e marinha dos Estados Unidos invadem mais uma vez a China durante período de lutas internas repetidas;

1912 – Cuba – Tropas invadem Cuba com a desculpa de proteger interesses americanos em Havana;

1912 – Panamá – Fuzileiros navais invadem novamente o Panamá e ocupam o país durante eleições presidenciais;

1912 – Honduras – Tropas norte americanas mais uma vez invadem Honduras para proteger interesses do capital americano;

1912/1933 – Nicarágua – Tropas dos Estados Unidos com a desculpa de combaterem guerrilheiros invadem e ocupam o país durante 20 anos;

1913 – México – Fuzileiros da Marinha invadem o México com a desculpa de evacuar cidadãos americanos durante a revolução;

1913 – México – Durante a revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas;

1914/1918 – Primeira Guerra Mundial – EUA entram no conflito em 6 de abril de 1917 declarando guerra à Alemanha. As perdas americanas chegaram a 114 mil homens;

1914 – República Dominicana – Fuzileiros navais da Marinha dos Estados invadem o solo dominicano e interferem na revolução em Santo Domingo;

1914/1918 – México – Marinha e exército invadem o território mexicano e interferem na luta contra nacionalistas;

1915/1934 – Haiti – Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país numa colônia americana, permanecendo lá durante 19 anos;

1916/1924 – República Dominicana – Os EUA invadem e estabelecem governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro, ocupando o país durante oito anos;

1917/1933 – Cuba – Tropas desembarcam em Cuba e transformam o país num protetorado econômico americano, permanecendo essa ocupação por 16 anos;

1918/1922 – Rússia – Marinha e tropas enviadas para combater a revolução bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles;

1919 – Honduras – Fuzileiros desembarcam e invadem mais uma vez o país durante eleições, colocando no poder um governo a seu serviço;

1918 – Iugoslávia – Tropas dos Estados Unidos invadem a Iugoslávia e intervêm ao lado da Itália contra os sérvios na Dalmácia;

1920 – Guatemala – Tropas invadem e ocupam o país durante greve operária do povo da Guatemala;

1922 – Turquia – Tropas invadem e combatem nacionalistas turcos em Smirna;

1922/1927 – China – Marinha e Exército mais uma vez invadem a China durante revolta nacionalista;

1924/1925 – Honduras – Tropas dos Estados Unidos desembarcam e invadem Honduras duas vezes durante eleição nacional;

1925 – Panamá – Tropas invadem o Panamá para debelar greve geral dos trabalhadores panamenhos;

1927/1934 – China – Mil fuzileiros americanos desembarcam na China durante a guerra civil local e permanecem durante sete anos ocupando o território;

1932 – El Salvador – Navios de Guerra dos Estados Unidos são deslocados durante a revolução das Forças do Movimento de Libertação Nacional – FMLN -
comandadas por Marti;

1939/1945 – II Guerra Mundial – Os EUA declaram guerra ao Japão em 8 de dezembro de 1941 e depois a Alemanha e Itália, invadindo o Norte da África, a Ásia e a Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre as cidades desmilitarizadas de Iroshima e Nagasaki;

1946 – Irã – Marinha americana ameaça usar artefatos nucleares contra tropas soviéticas caso as mesmas não abandonem a fronteira norte do Irã;

1946 – Iugoslávia – Presença da marinha ameaçando invadir a zona costeira da Iugoslávia em resposta a um avião espião dos Estados Unidos abatido pelos soviéticos;

1947/1949 – Grécia – Operação de invasão de Comandos dos EUA garantem vitória da extrema direita nas “eleições” do povo grego;

1947 – Venezuela – Em um acordo feito com militares locais, os EUA invadem e derrubam o presidente eleito Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo exportado, colocando um ditador no poder;

1948/1949 – China – Fuzileiros invadem pela ultima vez o território chinês para evacuar cidadãos americanos antes da vitória comunista;

1950 – Porto Rico – Comandos militares dos Estados Unidos ajudam a esmagar a revolução pela independência de Porto Rico, em Ponce;

1951/1953 – Coréia – Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Estados Unidos são um dos principais protagonistas da invasão usando como pano de fundo a recém criada Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo pró-americano no sul. Os EUA perderam 33 mil homens e mantém até hoje base militar e aero-naval na Coréia do Sul;

1954 – Guatemala – Comandos americanos, sob controle da CIA, derrubam o presidente Arbenz, democraticamente eleito, e impõem uma ditadura militar no país. Jacobo Arbenz havia nacionalizado a empresa United Fruit e impulsionado a reforma agrária;

1956 – Egito – O presidente Nasser nacionaliza o canal de Suez. Tropas americanas se envolvem durante os combates no Canal de Suez sustentados pela Sexta Frota dos EUA. As forças egípcias obrigam a coalizão franco-israelense-britânica, a retirar-se do canal;

1958 – Líbano – Forças da Marinha invadem apóiam o exército de ocupação do Líbano durante sua guerra civil;

1958 – Panamá – Tropas dos Estados Unidos invadem e combatem manifestantes nacionalistas panamenhos;

1961/1975 – Vietnã. Aliados ao sul-vietnamitas, o governo americano invade o Vietnã e tenta impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Os Estados Unidos deixam de ser simples consultores do exército do Vietnã do Sul e entram num conflito traumático, que afetaria toda a política militar dali para frente. A morte de quase 60 mil jovens americanos e a humilhação imposta pela derrota do Sul em 1975, dois anos depois da retirada dos Estados Unidos, moldou a estratégia futura de evitar guerras que impusessem um custo muito alto de vidas americanas e nas quais houvesse inimigos difíceis de derrotar de forma convencional, como os vietcongues e suas táticas de guerrilhas;

1962 – Laos – Militares americanos invadem e ocupam o Laos durante guerra civil contra guerrilhas do Pathet Lao;

1964 – Panamá – Militares americanos invadiram mais uma vez o Panamá e mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam trocar, na zona do canal, a bandeira americana pela bandeira de seu país;

1965/1966 – República Dominicana – Trinta mil fuzileiros e pára-quedistas desembarcaram na capital do país, São Domingo, para impedir a nacionalistas panamenhos de chegarem ao poder. A CIA conduz Joaquín Balaguer à presidência, consumando um golpe de estado que depôs o presidente eleito Juan Bosch. O país já fora ocupado pelos americanos de 1916 a 1924;

1966/1967 – Guatemala – Boinas Verdes e marines invadem o país para combater movimento revolucionário contrário aos interesses econômicos do capital americano;

1969/1975 – Camboja – Militares americanos enviados depois que a Guerra do Vietnã invadem e ocupam o Camboja;

1971/1975 – Laos – EUA dirigem a invasão sul-vietnamita bombardeando o território do vizinho Laos, justificando que o país apoiava o povo vietnamita em sua luta contra a invasão americana;

1975 – Camboja – 28 marines americanos são mortos na tentativa de resgatar a tripulação do petroleiro estadunidense Mayaquez;

1980 – Irã – Na inauguração do estado islâmico formado pelo Aiatolá Khomeini, estudantes que haviam participado da Revolução Islâmica do Irã ocuparam a embaixada americana em Teerã e fizeram 60 reféns. O governo americano preparou uma operação militar surpresa para executar o resgate, frustrada por tempestades de areia e falhas em equipamentos. Em meio à frustrada operação, oito militares americanos morreram no choque entre um helicóptero e um avião. Os reféns só seriam libertados um ano depois do seqüestro, o que enfraqueceu o então presidente Jimmy Carter e elegeu Ronald Reagan, que conseguiu aprovar o maior orçamento militar em época de paz até então;

1982/1984 – Líbano – Estados Unidos invadiram o Líbano e se envolveram nos conflitos no país logo após a invasão por Israel – e acabaram envolvidos na guerra civil que dividiu o país. Em 1980, os americanos supervisionaram a retirada da Organização pela Libertação da Palestina de Beirute. Na segunda intervenção, 1.800 soldados integraram uma força conjunta de vários países, que deveriam restaurar a ordem após o massacre de refugiados palestinos por libaneses aliados a Israel. O custo para os americanos foi a morte 241 fuzileiros navais, quando os libaneses explodiram um carro bomba perto de um quartel das forças americanas;

1983/1984 – Ilha de Granada – Após um bloqueio econômico de quatro anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar proteção a 600 estudantes americanos que estavam no país, as tropas eliminaram a influência de Cuba e da União Soviética sobre a política da ilha;

1983/1989 – Honduras – Tropas enviadas para construir bases em regiões próximas à fronteira invadem o Honduras;

1986 – Bolívia – Exército invade o território boliviano na justificativa de auxiliar tropas bolivianas em incursões nas áreas de cocaína;

1989 – Ilhas Virgens – Tropas americanas desembarcam e invadem as ilhas durante revolta do povo do país contra o governo pró-americano;

1989 – Panamá – Batizada de Operação Causa Justa, a intervenção americana no Panamá foi provavelmente a maior batida policial de todos os tempos: 27 mil soldados ocuparam a ilha para prender o presidente panamenho, Manuel Noriega, antigo ditador aliado do governo americano. Os Estados Unidos justificaram a operação como sendo fundamental para proteger o Canal do Panamá, defender 35 mil americanos que viviam no país, promover a democracia e interromper o tráfico de drogas, que teria em Noriega seu líder na América Central. O ex-presidente cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.

1990 – Libéria – Tropas invadem a Libéria justificando a evacuação de estrangeiros durante guerra civil;

1990/1991 – Iraque – Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, os Estados Unidos, com o apoio de seus aliados da Otan, decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes) que ganhou o título de “Operação Tempestade no Deserto”. As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuwait. Para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, o então presidente George Bush destacou mais de 500 mil soldados americanos para a Guerra do Golfo;

1990/1991 – Arábia Saudita – Tropas americanas destacadas para ocupar a Arábia Saudita que era base militar na guerra contra Iraque;

1992/1994 – Somália – Tropas americanas, num total de 25 mil soldados, invadem a Somália como parte de uma missão da ONU para distribuir mantimentos para a população esfomeada. Em dezembro, forças militares norte-americanas (comando Delta e Rangers) chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib. Sofrem uma fragorosa derrota militar nas ruas da capital do país;

1993 – Iraque – No início do governo Clinton é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait;

1994/1999 – Haiti – Enviadas pelo presidente Bill Clinton, tropas americanas ocuparam o Haiti na justificativa de devolver o poder ao presidente eleito Jean-Betrand Aristide, derrubado por um golpe, mas o que a operação visava era evitar que o conflito interno provocasse uma onda de refugiados haitianos nos Estados Unidos;

1996/1997 – Zaire (ex-República do Congo) – Fuzileiros Navais americanos são enviados para invadir a área dos campos de refugiados Hutus;

1997 – Libéria – Tropas dos Estados Unidos invadem a Libéria justificando a necessidade de evacuar estrangeiros durante guerra civil sob fogo dos rebeldes;

1997 – Albânia – Tropas invadem a Albânia para evacuar estrangeiros;

2000 – Colômbia – Marines e “assessores especiais” dos EUA iniciam o Plano Colômbia, que inclui o bombardeamento da floresta com um fungo transgênico fusarium axyporum (o “gás verde”);

2001 – Afeganistão – Os EUA bombardeiam várias cidades afegãs, em resposta ao ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Invadem depois o Afeganistão onde estão até hoje;

2003 – Iraque – Sob a alegação de Saddam Hussein esconder armas de destruição e financiar terroristas, os EUA iniciam intensos ataques ao Iraque. É batizada pelos EUA de “Operação Liberdade do Iraque” e por Saddam de “A Última Batalha”, a guerra começa com o apoio apenas da Grã-Bretanha, sem o endosso da ONU e sob protestos de manifestantes e de governos no mundo inteiro. As forças invasoras americanas até hoje estão no território iraquiano, onde a violência aumentou mais do que nunca.

VOCÊ DEIXARIA ENTRAR ESTE GENOCIDA EM SUA CASA?

Fora o verdugo de Afeganistão e o Iraque

Fora o torturador de Guantánamo

Fora o presidente de Wall Street e do Pentágono

FUERA ESTADOS UNIDOS E OTAN DA LÍBA

Santa Catarina, Brasil

16 de março de 2011.

Assinam esta Declaração estes integrantes da RPCC:

Agência de Notícias do Contestadowww.agecon.org.br

APAFECwww.apafec.org.br

Celso Martins – Historiador e jornalista

Desacato – www.desacato.info

Fragmentos do Tempo2http://fragmentosdotempo2.blogspot.com

Maria Rosa 104,9FMwww.mariarosa.fm.br

O Taquaruçuhttp://otaquarucu.blogspot.com

Radio Comunitária Fortaleza 98,3FMwww.comunitariafortaleza.com.br

Rádio Web Cidadania – www.agecon.org.br/pgWebRadio.asp

Raul Longo – Jornalista e escritor

Revista Pobres e Nojentashttp://pobresenojentas.blogspot.com

Sambaqui na redewww.sambaquinarede2.blogspot.com

Tangaraense 104,9FMwww.tangaraensefm.org

Urda Alice Klueger – Historiadora e escritora