terça-feira, 25 de março de 2025

A Figueira - Sérgio Torres


O mineiro Sérgio Torres, depois de aposentado como médico anestesista, decidiu escolher Florianópolis para viver. Tendo a cidade e a cultura local como tema acabei finalizando um novo livro que leva o nome do maior ícone do Desterro: A Figueira. Nesta entrevista ele fala sobre o livro e sobre suas experiências como viajante e escritor.

terça-feira, 18 de março de 2025

Viegas Fernandes da Costa, escritor


Viegas nasceu em Blumenau, fruto de um amor missivista, como ele conta. Os pais se corresponderam por meses até se conhecerem. A infância no vale foi tranquila, ainda que tive problemas na escola por fazer parte da turma do fundão. Teve uma espécie de receber como “castigo” ficar na biblioteca onde acabou se apaixonando pelos livros e pelas letras. Chegou a ganhar, para surpresa dos professores, um concurso de redação. A partir daí, escrever passou a ser algo natural. Ajudou muito o velho guarda-roupa do avô que escondia livros que o encantavam.

Escolheu o magistério como carreira porque na adolescência você desenvolveu uma deficiência física, e o caminho intelectual parecia o mais seguro. Muito jovem já esteve na sala de aula ensinando, enquanto seguia cometendo poemas, publicando em sites da internet e também em jornal. Passou no concurso para professor do Instituto Federal e foi morar em Garopaba, vindo depois para a capital, Florianópolis, onde mora desde 2017.

Viegas já tem vários livros publicados alternando entre poemas e crônicas, mas não gosta muito de marcar sua palavra. Ele escreve, derrama as letras como forma de expressar seus sentimentos e também de narrar a vida que assoma no dia-a-dia. 

Neste programa ele conta sobre sua trajetória e sobre os livros que foi publicado no curso da existência. No último sábado acabou de lançar dois deles, simultaneamente: um de poemas e outro de crônicas. Os livros estão à venda nos Desterrados. 

As imagens são de Tasso Cláudio Scherer, com o apoio de Sérgio Vignes. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Marlene de Fáveri, escritora


Marlene de Fáveri nasceu em Nova Veneza, no sul de Santa Catarina, tendo passado a infância na roça. Fez o segundo grau em Turvo e foi ali que descobriu o amor pelas palavras. Apaixonada pela biblioteca pública, sorvia os livros e sonhava com um mundo que ampliasse para além do seu quintal. Mesmo sem grandes recursos, a mãe insistiu que ela deveria seguir os estudos e foi assim que ela embarcou para a capital quando tinha 19 anos, para fazer uma faculdade. Ali, viu a vida descortinar imagens e emoções jamais vistas ou sentidas. Foi a deixa para que começasse a escrever. Eternizar no papel suas dores, alegrias, medos, esperanças. 

Depois de passar num concurso para a Acaresc, atuou como extensionista rural. Mais tarde decidiu partir para o campo da docência, lecionando história. Fez mestrado, doutorado, deu aulas na Univali e ainda passou no concurso para professora na UDESC. Passou um bom tempo se dividindo entre as duas cidades, Itajaí e Florianópolis. Assim, entre ensinar e escrever foi tecendo a vida. Seu primeiro livro foi um livro de poemas, todo artesanal. Depois vieram outros e vieram também a luta feminista e a batalha contra o fascismo, expresso na ideologia da "Escola sem Partido". Hoje aposentada, segue escrevendo, sempre enredada no torvelinho da história, partindo do ponto de vista da mulher. E, num novo desafio, prepara seu primeiro romance. 

Sua vida e sua obra são repassadas passo a passo neste turbilhão de memórias. Com imagens de Tasso Cláudio Scherer e iluminação de Sérgio Vignes. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Norma Bruno - escritora


Nascida no alto do Saco dos Limões, ela viveu sua infância comendo caqui, mirando a beleza do mar e ouvindo as histórias das avós. Vem daí sua paixão pela cidade e pelo narrar a vida. Guardou textos escritos na gaveta, seguiu a vida, formou-se em História, sempre tendo presente a necessidade de dizer sobre a cidade e sobre as histórias que se entrelaçam nos corredores da vida, nas ruas, no ônibus, vistas desde a janela. 

Lançou seu primeiro livro quando já tinha completado 50 anos e desde aí não parou mais. Não por acaso chamou-se "Minha Aldeia", a velha Desterro sempre revisitada pelos seus olhos. Cronista por convicção, ela também escreve poesia e já anda matutando desde há anos um livro bem especial que vai contar sobre o Miramar, este espaço quase mítico que avançava para o mar em frente à Praça XV e que foi destruído em nome de um desengonçado progresso.

Neste terceiro episódio do projeto "Conversas na Tiradentes", Norma fala sobre a sua vida e também sobre sua obra. As imagens são de Tasso Cláudio Scherer, com o apoio técnico de Sérgio Vignes. Uma conversa vibrante com uma mulher que ama a cidade.

Projeto da Revista Pobres & Nojentas em parceria com a Livraria Desterrados, iniciado em dezembro de 2024, apresentando entrevistas com escritores catarinenses. Neste episódio ouvindo a escritora Norma Bruno.  Entrevista realizada no dia 13 de janeiro de 2025.

Conversas na Tiradentes; Escritores; Desterrados: Revista Pobres & Nojentas

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Morre o jornalismo, nasce uma coisa – Parte 1



Míriam Santini de Abreu – jornalista

O artigo é resultado de uma conversa que a jornalista Elaine Tavares e eu tivemos para pensar o nosso fazer no nosso tempo, dando continuidade ao trabalho da revista Pobres & Nojentas 

Aprendi com Adelmo Genro Filho, o teórico gaúcho autor de uma teoria marxista do jornalismo, que pensar dialeticamente implica perceber o novo e, no jornalismo, estar atento à sua irrupção na vida cotidiana. É a partir desta premissa que se faz possível a afirmação: o jornalismo como o conhecemos está morrendo e outra coisa, a ser nomeada, está nascendo. Melhor ainda: o jornalismo morreu e outra coisa nasceu. Nós, jornalistas, estamos no olho do furacão, testemunhando o novo nascer e o velho sucumbir. Por agora, uma hipótese: o jornalismo se alimentava prioritariamente da vida cotidiana no espaço socialmente construído, na rua; a coisa que nasceu se alimenta, prioritariamente, da “vida cotidiana” das redes sociais. Isso afeta todas as etapas da produção jornalística, 1) tornando praticamente desnecessárias, por exemplo, apuração e entrevista; 2) erodindo os recursos de narração e descrição; 3) dispensando o movimento interpretativo da realidade na mediação jornalística. Assim, a coisa daí resultante não pode mais ser chamada de notícia ou reportagem. E nem de jornalismo.

Para as empresas jornalísticas, o que interessa é o lucro, venha da forma como vier. Umas mantém o velho em maior ou menor grau para manter alguma respeitabilidade; outras, como as de Santa Catarina, distribuem prioritariamente a coisa nova e pouco dela lembra o jornalismo. Em todas, redações cada vez mais enxutas e mal pagas com um misto de celetistas (minoria), freelas, MEIs, CNPJs, estagiários e colunistas sem remuneração, hoje tidos como “produtores de conteúdos”.

O professor e pesquisador Jorge Pedro Sousa, no livro “Uma história do jornalismo no Ocidente: génese e desenvolvimento de uma instituição social até ao final do século XX” (2024), traz uma detalhada análise focada nos meios impressos. Reproduzo uma relevante nota de rodapé sobre a ideia de jornal:

Jornal é um termo que provém do francês journal, que significa registo da jornada, ou registo da jorna, portanto, registo do dia. Provém da expressão anterior papier journal, que significava um registo escrito a cada dia. A palavra francesa journal provém do italiano giorno que deriva, por sua vez, do latim diurnum/diurnus, também com a forma diurnae, que significava diário, de onde provém, igualmente, diurnalis, com o mesmo sentido. As Actae Diurnae romanas são consideradas por vários historiadores uma espécie de jornal arcaico. (Jornal) Diário deriva do latim dies, ou seja, dia, sendo, portanto, uma publicação que aparece a cada 24 horas. (Sousa, 2024, p. 37)

Como se percebe, as novas tecnologias de informação e comunicação ao longo dos séculos 20 e 21 arrastaram a etimologia do termo “jornal” para uma realidade na qual rareiam os impressos diários. O jornal impresso do dia hoje virou a publicação digital do segundo/minuto

O jornalismo no Brasil como o conhecemos (conhecíamos) constituiu-se nos anos 50 do século passado com os grandes jornais do Rio de Janeiro. As mudanças foram profundas, desde a gestão das empresas até a produção do texto, que passou a usar o padrão dos veículos estadunidenses, e não mais europeus. Consagraram-se a chamada “pirâmide invertida” e o “lead”. Para os jornalistas, inicia-se um processo de profissionalização, com a criação de cursos e de legislação específica. 

Não cabe resumir as transformações de lá para cá nas empresas e no fazer jornalístico, bem sintetizadas na citada obra de Sousa, que distingue seis períodos na história do jornalismo baseada nos modos e meios jornalísticos dominantes. Mas há que citar o impacto da internet, das redes sociais e da Inteligência Artificial no âmbito da concentração oligopólica dos grandes grupos de comunicação e empresas de tecnologia e das transformações globais do capitalismo. Tais impactos aparecem na coisa – falta-lhe nome – ainda chamada de jornalismo sem mais o ser. 

A COISA

Exemplo 1: Postagem no Instagram de site de notícias e mídia nacional numa terça de janeiro de 2025:

“Só em MG: mulher entra em desespero após queijo rolar ladeira abaixo”

20 mil curtidas, 560 comentários

Exemplo 2: Postagem no Instagram de portal de notícias de Santa Catarina numa terça de janeiro de 2025

“VÍDEO: ‘Tadinha da capivara’; animal ‘atropela’ criança em praia de SC e cena viraliza”

Os dois exemplos ilustram parte expressiva das publicações nos sites das grandes empresas de comunicação. Pode-se alegar que o jornalismo historicamente acolheu os chamados “features” ou “histórias de interesse humano”, os "pequenos aconteceres", como dizia Antonio Olinto. É fato. Mas, na práxis jornalística, tais histórias tinham a ver com a "atmosfera comum da vida", no dizer de Genro Filho, trazendo fragmentos do cotidiano que davam ao leitor a experiência de compartilhar da condição humana. A revista Seleções – uma usina ideológica estadunidense famosa pelos textos bem escritos – , por exemplo, mantinha seções intituladas “Flagrantes da vida real” e “Retalhos do drama cotidiano”. 

Mas hoje, este tipo de postagem geralmente não constitui uma notícia, reportagem ou crônica alimentada pela realidade cotidiana movimentando a rotina de produção jornalística (pautar, apurar, entrevistar, redigir). São postagens que reproduzem outras postagens que “viralizaram” ou “lacraram” nas redes sociais. A mediação jornalística reduz-se a baixar/copiar/colar, muitas vezes com texto de poucas linhas para identificar a situação. A “fórmula” noticiosa “O quem?, o quê?, quando?, onde?, como? porquê?”, já identificável nas antigas Atas Romanas, é afrouxada ao extremo. 

Vale reproduzir o que a Visão Geral Criada por IA do Google (em 14/01/25) define como “viralizar” e “lacrar”:

Viralizar significa que um conteúdo digital se espalha de forma natural e voluntária por toda a rede, de modo rápido e em grande escala. A palavra viralizar ganhou popularidade com o surgimento das redes sociais.  

"Lacrar" é uma expressão popular que significa fazer algo muito bem, ou dizer algo incrível. No contexto das redes sociais, pode ser usada para descrever alguém que atrai atenção sem se relacionar com a realidade.

Ora! Conteúdos digitais não se espalham de forma “natural” e “voluntária”. Hoje, as grandes empresas de tecnologia patrocinam formas cada vez mais intensas e sofisticadas de controle e manipulação do processo informativo, crítica feita por Genro Filho ainda nos anos 80 em relação às empresas jornalísticas, agora reféns das “Big Techs”. 

No caso da expressão “lacrar”, é notável a afirmação da IA do Google sobre atrair atenção “sem se relacionar com a realidade”. Para engordar seus sites e redes sociais, as empresas jornalísticas engolfam viralizações e lacrações das redes, parte delas encenadas, sem que nem jornalistas tenham que se relacionar com a realidade, no “corpo a corpo com a vida”, como dizia o jornalista João Antônio. Genro Filho alerta que o jornalismo a serviço da emancipação humana deve justamente tomar a realidade em sua totalidade, e não como um “(...) agregado de fenômenos destituídos de nexos históricos e dialéticos” (GENRO FILHO, 1989, p. 156). Então, estamos falando de jornalismo x conteudismo.

Em relação às viralizações e lacrações, volto à obra de Souza, segundo a qual a Web “fez de cada indivíduo um potencial fabricante e difusor de notícias, tendência potenciada pelas redes sociais” (p. 27). Mas é o caso de chamar de “notícia” o resultado dessa potencial fabricação por parte de cada indivíduo? No livro, o autor traz um interessante termo, “intenção noticiosa”. Creio que há, sim, intenção noticiosa em parte das incontáveis postagens que segundo a segundo inundam a Web e as redes sociais, mas elas não são notícias. Nem jornalismo. 

Uma das desgraças do nosso tempo é que as pessoas já não diferenciam uma coisa de outra, fato perceptível mesmo no campo progressista, na qual se constata ignorância sobre a diferença entre notícia, reportagem, artigo de opinião, crônica, coluna. Então, sem esse conhecimento, tudo vale. Qualquer coisa pode ser chamada de jornalismo.

Em Florianópolis, multiplicam-se perfis no Instagram vendidos como noticiosos, seguidos por milhares de pessoas, sem divulgar Expediente ou assinar textos para informar quem são os profissionais responsáveis pelos conteúdos. Num ou noutro, há um contato de celular para anúncios, um e-mail do tipo contato@. Mais nada, nem nos sites. E ninguém se importa. Os que insistem em fazer jornalismo fora da grande imprensa e que se iludiam crendo conversar ao menos com suas "bolhas" há algum tempo já notaram: nem mais nelas têm audiência. Tornaram-se invisíveis e irrelevantes.

Sobre o que significa testemunhar a morte do velho e o nascimento do novo, reproduzo parágrafo do livro “Marxismo, filosofia profana”, de Genro Filho, ao concluir a sintetização dos traços do método dialético. Ele afirma: 

Ele [o método dialético] se pergunta, a cada instante: que nascimento anuncia o que está desaparecendo? Ao perguntar isso ele se coloca dois pressupostos: a) O que está nascendo não é algo arbitrário, completamente inesperado, pois mantém um nexo com o que está morrendo e cedendo seu lugar. O pensamento pode, em certa medida, prever o que está nascendo se compreender a totalidade do fenômeno em seu desenvolvimento anterior e suas contradições atuais. O que está morrendo, então, não desaparece sem deixar vestígios, ele morre e passa a viver na substância do outro e, assim, deixa sua herança, mas não é mais ele. b) O que está nascendo não é o que morreu sob outra forma, já que aquele morreu efetivamente. Assim, há algo de surpresa real, inesperado, que nunca pode ser previsto e compreendido inteiramente antes de aparecer. E mesmo depois, a compreensão é relativa e provisória, pois não sabemos integralmente o que o novo vai deixar ao tornar-se velho e sucumbir. Não fosse assim, uma filosofia genial poderia apreender, de uma vez por todas, a realidade em todos os seus desdobramentos (GENRO FILHO, 1986, p. 45-6).

Aí reside parte do desafio e do fardo do nosso tempo histórico, título de um livro de filósofo húngaro István Mészáros: separar o jornalismo da coisa, identificar onde vive o jornalismo, revirar a linguagem jornalística, dar um salto gigante adiante e levar a palavra viva lá onde a miséria do cotidiano embota qualquer esperança. 

REFERÊNCIAS

GENRO FILHO, Adelmo. Marxismo, filosofia profana. Porto Alegre, Tchê, 1986.

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo, Porto Alegre: Tchê, 1989

SOUSA, Jorge Pedro. Uma história do jornalismo no Ocidente: génese e desenvolvimento de uma instituição social até ao final do século XX.  Lisboa: LabCom, 2024. Disponível em: https://labcomca.ubi.pt/wp-content/uploads/2024/11/2024_Uma-historia-do-Jornalismo-no-Ocidente.pdf. Acesso em: 14 jan. 2025. 

domingo, 29 de dezembro de 2024

Dino Gilioli - poeta e escritor

Foto: Rosane Lima

Dino Gilioli, nascido no interior do Paraná, na cidade de Leópolis, cresceu trabalhando na roça, ouvindo os passarinhos e percebendo o mundo ao seu redor. Vem daí a sua poesia, que busca a simplicidade do cotidiano.  Passou por Curitiba, onde foi estudar e depois veio para Florianópolis, onde vive até hoje. Foi diretor do Sindicato dos Eletricitários, dirigindo o departamento de cultura. Também foi um dos principais articuladores do Movimento Unificado Contra as Privatizações (Mucap) cuja ação cultural circulou por todo o estado. 

Neste episódio de Conversas na Tiradentes ele fala de como começou  na poesia, seus escritores favoritos, o destino da literatura, seus livros e as novas tecnologias. 

As imagens são de Tasso Cláudio Scherer.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Urda Klueger - escritora

Foto: Arnaldo Prudêncio


Projeto da Revista Pobres & Nojentas em parceria com a Livraria Desterrados, lançado em dezembro de 2024, apresentando entrevistas com escritores catarinenses. Neste episódio ouvindo a escritora Urda Klueger. Entrevista realizada no dia 06 de dezembro de 2024.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Conversas na Desterrados







A Pobres e Nojentas começou há dois anos um projeto de preservação da memória dos repórteres que fizeram, e ainda fazem, a história do jornalismo em Santa Catarina. O trabalho registra as histórias de vida em vídeo e, nesse contar da vida, também vai desvelando o fazer jornalístico. E, agora, no apagar das luzes de 2024, a Pobres, em parceria com a Livraria Desterrados, começa um novo projeto de preservação da memória, desta vez com os escritores.

A ideia nasceu dos saraus literários promovidos aos sábados na Desterrados, sempre com a presença de algum escritor catarinense ou que fez deste estado o seu lugar. A intenção, então, a exemplo do que já se faz com os jornalistas, é ir criando uma galeria de escritores e escritoras contando de suas experiências e de suas obras. 

A primeira entrevistada é uma das mais importantes escritoras de Santa Catarina, Urda Klueger, nascida em Blumenau, e que vive hoje na Enseada do Brito, em Palhoça. Romancista, cronista, contadora de histórias, com 27 livros publicados, ela nos recebeu na sua casa para dar o ponta pé inicial deste projeto. 

As imagens foram colhidas por Tasso Cláudio Scherer e o apoio logístico ficou a cargo de Arnaldo Prudêncio. Em breve, o primeiro episódio desta nova série de papos, livros e conversas na Desterrados. 

Fotos: Arnaldo Prudêncio e Tasso Claudio 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Raul Sartori, repórter



Ele veio da roça para a capital disposto a mudar a vida, tal como o pai incentivava. E tão logo iniciou a faculdade já viu se abrir uma oportunidade a partir de um concurso para repórter no jornal O Estado. Fez a prova e passou, começando assim uma vitoriosa carreira como repórter, editor e colunista. Era o ano de 1973. Hoje, mais de 50 anos depois, Raul Sartori ainda está na ativa, editando um jornal em Nova Trento e mantendo sua coluna diária na internet.

Como bom italiano ele fala com as mãos. Tudo nele é movimento e vibração. Acredita que como bom repórter, precisa estar sempre atento aos tempos. Por isso não consegue ficar “aposentado”. O trabalho que desenvolve no interior, com um jornalismo voltado à comunidade, é o que lhe dá energia para seguir fazendo o que mais gosta: reportar a vida. 

Raul viveu os tempos de ouro do jornal O Estado, quando o periódico chegava a todas as partes de Santa Catarina, distribuindo quase 50 mil exemplares. Também passou pelos grandes jornalões como Folha de São Paulo, Estadão e Jornal do Brasil, bem como a revista Veja, sempre produzindo reportagens. Chegou a ir para São Paulo convidado pela Folha, mas em um mês decidiu voltar. Sua vida era aqui. E assim tem sido. Agora, mantém com sucesso, em versão impressa – o que é raro – o jornal “O Trentino” e segue auscultando a política catarinense. Parar? Nem pensar. Com a energia de um menino, segue cheio de planos.

Conheça mais sobre a vida e a trajetória de Raul Sartori nesta conversa com a Pobres e Nojentas. Imagens de Felipe Maciel Martínez e fotografias de Rosane Lima. 


terça-feira, 26 de novembro de 2024

Raul Sartori completa 25 episódios do Repórteres SC








O jornalista Raul Sartori é o 25° entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido em Nova Trento, interior de Santa Catarina, passou infância e adolescência trabalhando na roça. Foi um dos irmãos, que trazia livros do seminário para ler nas férias, que o iniciou na paixão da leitura. Tornou-se um leitor compulsivo e logo quis fazer uma faculdade. A escolha foi por Florianópolis e o curso de Ciências Sociais da UFSC. Estava no segundo ano quando decidiu fazer uma prova para jornalista do jornal O Estado (naqueles dias em 1973 ainda não havia o curso de jornalismo na UFSC). Passou na prova e começou sua carreira no mais antigo. 

Raul também foi correspondente dos principais jornais do país como Folha de São Paulo, Estadão e Jornal do Brasil, além da Revista Veja. Também fez (e ainda faz) história como político colunista. Atualmente dirige e produz um jornal impresso na cidade de Nova Trento, seu berço natal. Descobriu ali, no corpo-a-corpo com a comunidade que o jornal local ainda é um veículo extremamente importante para as pessoas. Tanto que quando quis passar o jornal para o formato na internet, foi imediatamente cobrado pela população, fazendo com que voltasse ao papel. Uma experiência extraordinária nestes tempos em que tudo se passa na telinha. 

A conversa será exibida em breve, com mais detalhes da trajetória do jornalista, gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Marcelo Passamai, repórter



O jornalista Marcelo Passamai é mais um entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, filho único de mãe costureira e pai agricultor, na juventude ele teve uma possibilidade, com o apoio do patrão do pai, de cursar Jornalismo, Direito e Filosofia, mas foi o jornalismo que descobriu para seguir carreira. O primeiro freelancer de Marcelo envolveu uma ocorrência policial e, na sequência, matérias para diversas revistas do Grupo Bloch.   

A mudança para Florianópolis, onde morava um amigo da família, foi em 1988. Aqui, conheceu o jornalista Ney Vidal Filho e foi ele quem o encaminhou para o primeiro emprego. Novo na cidade, Marcelo conta que uma das primeiras medidas foi comprar um mapa daqueles vendidos no banco para se localizar na capital. No Santa, onde conseguiu emprego, emplacou, com o fotógrafo James Tavares, uma matéria de grande repercussão sobre a falta de segurança dos trabalhadores que construíram a segunda ponte. A parceria frutífera com repórteres fotográficos para furos jornalísticos aparece em vários momentos da trajetória de Marcelo.

A oportunidade apareceu e ele aceitou a função de setorista na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Os colegas ali conheciam bem a vida política e, para dar conta do desafio do trabalho, Marcelo frequentava a Biblioteca Pública para ler notícias pregressas sobre os deputados e as decisões da Casa. Um episódio marcante daquele tempo contado por ele se referiu às consequências da greve de jornalistas, demitidos e com nomes estampados na capa do jornal.

A experiência na Alesc abriu portas para trabalhos posteriores no Diário Catarinense e em assessoria de imprensa. Um marco na trajetória de Passamai foi a criação da ANCapital, caderno que circulou em A Notícia que época marcou por cobrir o cotidiano da Grande Florianópolis e reuniu uma equipe de bons jornalistas. Hoje assessor da Polícia Militar de Santa Catarina, Marcelo também tem no currículo experiência como professor universitário e autor de livros. 

Confira a conversa sobre a caminhada do jornalista gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Repórteres SC entrevista Marcelo Passamai







O jornalista Marcelo Passamai é mais um entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, onde se formou e iniciou a carreira, ele mudou-se para Santa Catarina no final dos anos 1980, tendo trabalhado em diferentes veículos de comunicação de Florianópolis e em assessorias de imprensa, tanto do governo estadual como da prefeitura de Florianópolis.

Hoje assessor da Polícia Militar de Santa Catarina, Marcelo esteve à frente de um projeto que marcou época no jornalismo catarinense. Na entrevista, ele fala sobre aquele projeto, narra coberturas que marcaram sua trajetória e destaca ricos episódios de parceria com repórteres fotográficos. 

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada do jornalista gravadas por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.

A nossa equipe agradece a Polícia Militar pela cessão do espaço para gravação.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Renata Rosa, repórter



Renata Rosa é repórter de intensa caminhada no jornalismo catarinense. Nascida em Itajaí, saiu da cidade para cursar jornalismo na capital. E em Florianópolis trabalhou em quase todos os veículos, impressos ou televisivos. Mais tarde foi para São Paulo onde atuou como assessora de imprensa e também como pesquisadora no projeto “Gente que faz”, uma série de grande sucesso reproduzida pela TV Globo que apresentou o perfil de importantes lutadores sociais de vários cantos do país. 

Inquieta, Renata circulou pela Europa e depois voltou para Itajaí, atuando no mais importante jornal diário da região, o famoso Diarinho. Ali, entre idas e boas-vindas, já completou 20 anos, sempre atento aos temas importantes da cultura da cidade. Atualmente atua como freelance produzindo reportagens para cadernos especiais deste que é, provavelmente, o único jornal impresso diário em circulação no Estado. 

Durante a pandemia, indignada com mentira tantas divulgadas pelo então chamado “gabinete do ódio” Renata decidiu criar um canal no Youtube onde produzia reportagens em vídeo, nas quais buscava oferecer informações seguras para a população, tanto sobre o andamento da pandemia quanto sobre o combate à desinformação. Confira aqui: https://www.youtube.com/@jornalistarenatarosa4205

Trabalhando com jornalismo no interior, onde a relação profissional com a população é ainda mais próxima, ela revela que teve muita dificuldade para exercer a função de repórter durante o governo de Bolsonaro. Naqueles dias as pessoas, que sempre viram os repórteres como heróis lá em Itajaí, porque o jornal sempre foi muito crítico, passaram a hostilizá-los a partir das provocações do presidente.  

Como a maioria dos jornalistas Renata sente a dificuldade de se manter no mercado. A informação circula rapidamente pelas redes sociais e pelas empresas que desejam outro tipo de profissional. Ainda assim, ela acredita que o jornalismo é cada vez mais necessário pois, mais do que informação, há que produzir conhecimento aprofundado e contextualizado. 

Conheça agora a sua trajetória e o seu pensamento sobre a profissão. Com imagens de Felipe Maciel Martínez e fotos de Rosane Lima.  Agradecemos a companheira Roseméri Laurindo que trouxe a Renata de Itajaí. 



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Renata Rosa é a 23ª entrevistada do Projeto Repórteres SC








Renata Rosa é nascida na cidade de Itajaí, litoral de Santa Catarina. Formado pela UFSC atuou em vários jornais da capital. Esteve por dois anos na produção do programa "Gente que Faz", viajando por todo o país atrás de boas histórias. Apesar de ter sido sempre muito apaixonado pela televisão a vida se encarregou de levá-la para o texto, que foi lapidando com o tempo.

Depois de viajar pela Europa e experimentar a paulicéia Renata voltou para Itajaí onde passou a escrever para um dos mais importantes jornais da região, o Diarinho, conhecido por sua proposta de jornalismo popular. Dirigido pelo lendário Dalmo Vieira este jornal fez e ainda faz história na cidade, sendo hoje muito provavelmente o único jornal impresso diário de Santa Catarina. 

Entre idas e boas-vindas no Diarinho Renata Rosa hoje ainda trabalha com o jornal, produzindo reportagens e cadernos especiais. Também mantém um canal no Youtube, o qual foi criado durante a pandemia para combater as mentiras que brotavam aos milhares. Seu compromisso é com a reportagem, o pé na rua e o jornalismo de qualidade. 

A conversa com Renata Rosa será exibida em breve trazendo a riqueza de sua caminhada, bem como o desafio de trabalhar com jornalismo no interior. Com gravação de Felipe Maciel Martínez e fotografias de Rosane Lima. 

Agradecemos à jornalista Roseméri Laurindo que possibilitou o encontro, garantindo a vinda de Renata desde Itajaí.  

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Roseméri Laurindo, repórter

 


A jornalista Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Blumenau, filha de operários do setor têxtil e de cristais, ela recorda de um dos primeiros contatos com a escrita: ficar em primeiro lugar em um concurso de redação sobre o Dia das Mães organizado por um loja local. 

As primeiras experiências em jornalismo, com uma passagem prévia por agência de publicidade, foram no Jornal de Santa Catarina, o Santa, na sucursal de O Estado em Blumenau e na assessoria de imprensa da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Em 1985, com a mudança para Florianópolis para estudar Jornalismo na UFSC, continuou a trajetória no Santa e no jornal O Estado, destacando-se na cobertura política como setorista da Assembleia Legislativa. Foi o período no qual também se envolveu com as lutas do Sindicato dos Jornalistas por valorização da profissão. 

Novos desafios profissionais a levaram para Maceió e Salvador, onde trabalhou em jornal e assessoria de imprensa. O ciclo se fechou com o retorno à cidade natal para novamente atuar na FURB, onde coordenou a criação do Curso do Jornalismo, com 10 anos completados em 2023.

A carreira acadêmica no mestrado em Salvador e no doutorado em Portugal inclui passagens como professora na Unidavi, em Rio do Sul, e no Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), em Blumenau. Roseméri também é autora de vários livros, entre os quais se destaca "Jornalismo em três dimensões - singular, particular e universal", resultado de sua tese doutoral, no qual apresenta o conceito de jornalista-autor e jornalista-marca. 

Atualmente, a entrevistada integra a Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e a diretoria da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej).

Confira a conversa, gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


terça-feira, 20 de agosto de 2024

Escadaria do Morro do Mocotó (E 2)

 

A equipe da revista Pobres & Nojentas apresenta mais um episódio do projeto Escadarias do Maciço, trazendo a Escadaria do Morro do Mocotó. O projeto traz entrevistas com moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), buscando revelar o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina. O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 30 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade urbana e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus, o uso das escadarias para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

A equipe está percorrendo as escadarias para conversar com moradores, ouvir as dificuldades e conhecer as mudanças naquele espaço urbano com o passar dos anos. O projeto tem o apoio do Instituto Cidade e Território (ITCidades). 

Apresentamos aqui o conjunto de entrevistas na íntegra e elas serão a base para uma reportagem a ser lançada em breve contemplando uma interpretação abrangente da realidade socioespacial do Maciço. 

Um microfone fingidor

Foto: Felipe Maciel Martínez

Por Miriam Santini de Abreu

A primeira revista Pobres & Nojentas (que durou, impressa, 30 edições) apareceu em maio de 2006, e para ela eu fiz uma entrevista com Darcy Vitória de Brito, nascida em 1938 na rua General Vieira da Rosa, no Mont Serrat, incrustado no Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis. Não dá para contar a história do Mont Serrat sem contar, entre outras, a história da Dona Darcy. Passados 18 anos, na sexta-feira passada eu a reencontrei, sem planejar, ao subir a Servidão Quebra-Pote para a série de entrevistas do projeto Escadarias do Maciço. Estava com o Felipe Maciel-Martínez, que faz as gravações, e o presidente do Conselho Comunitário do Mont Serrat, Cláudio José de Paula, que a chamou para falar sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores da servidão. Que alegria me deu ver a dona Darcy!

Depois da Quebra-Pote, decidimos aproveitar o sol e o tempo ainda disponível para conversar com moradores da maior escadaria do Maciço, a escadaria da Rua José Boiteux. Mas deu zebra. O gravador caiu na primeira entrevista, testamos, ele parecia funcionar, mas estava fingindo. A câmera gravou as imagens, mas não o som. Seu Sidnei Paim, o neto dele, Jean Weslley, o amigo do Jean, Miguelzinho, e a moradora Denise Xavier contaram em detalhes como é viver naquela escada de espantosos 428 degraus. Depois das despedidas, eu desci os degraus rumo à Avenida Mauro Ramos pensando em me organizar para editarmos todas as entrevistas até este domingo porque o seu Sidnei estaria de aniversário. Não deu! 

Mas eu disse para o Felipe: é do jogo! A gente é que banca os nossos projetos, o Felipe, o Rubens e a Rosane gravam e fotografam por uma ninharia, a Elaine passa horas editando e os equipamentos são os que os salários permitem comprar. Mas a gente vai fazendo porque quer fazer. Ficamos, Felipe e eu, desanimados, mas eu voltei ao reencontro com a dona Darcy, olhei para trás e percebi o quanto fizemos nesses quase 20 anos da nossa revista, sempre de mãos dadas com os mestres Adelmo Genro Filho e Marcos Faerman. Há que continuar a seguir nas veredas do espaço geográfico, do cotidiano e da linguagem!



sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC






A jornalista Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Blumenau, onde iniciou no jornalismo, ela trabalhou em Florianópolis, Maceió e Salvador, retornando à cidade natal para atuar na FURB (Universidade Regional de Blumenau), onde coordenou a criação do Curso do Jornalismo. 

A entrevistada foi repórter, assessora de imprensa e professora, tendo consolidado carreira acadêmica no mestrado em Salvador e no doutorado em Portugal. Também é autora de vários livros, entre os quais se destaca "Jornalismo em três dimensões - singular, particular e universal", no qual apresenta o conceito de jornalista-autor e jornalista-marca. 

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada da jornalista gravadas por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Novo projeto da P&N: Escadarias do Maciço

 
A equipe da Pobres & Nojentas está lançando um novo projeto, batizado de Escadarias do Maciço. O projeto traz entrevistas com moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), buscando revelar o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina.

O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 23 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade urbana e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus implantadas na gestão de Sérgio Grando (1993-1996), o uso das escadarias para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

A equipe está percorrendo as escadarias para conversar com moradores, ouvir as dificuldades e conhecer as mudanças naquele espaço urbano com o passar dos anos. O projeto tem o apoio do Instituto Cidade e Território (ITCidades). 

O conjunto de entrevistas será a base para um documentário a ser lançado no segundo semestre de 2024 contemplando uma interpretação abrangente da realidade socioespacial do Maciço. Conheça neste episódio a Escadaria da Rua Monsenhor Topp a partir de entrevistas com três moradores.


sexta-feira, 19 de julho de 2024

Pobres e Nojentas lança mais um livro da coleção Jornalismo no Coletivo







Organizada pela jornalista Miriam Santini de Abreu a coleção “Jornalismo no Coletivo” trouxe à luz mais um volume. Trata-se do livro “Jornalismo e Comunicação Sindical em Santa Catarina” que apresenta vários artigos de jornalistas com destacada atuação nos sindicatos. O trabalho traz reflexões importantes sobre o fazer jornalístico num tempo de profundas mudanças, tanto no jornalismo como no sindicalismo. A proposta da coleção é justamente discutir o jornalismo nas mais diversas realidades, tanto que o primeiro volume apresenta as experiências do jornalismo independente em Santa Catarina e o segundo traz o debate sobre o jornalismo ambiental. Conforme explica Miriam, a ideia é eternizar as práticas jornalísticas vivenciadas no estado e as experiências de jornalistas em particular que atuam a partir do olhar crítico. Num momento da história em que a informação é oferecida aos borbotões e sem contextualização nas redes sociais, apontar o caminho do jornalismo ainda parece ser a estrada mais segura. 

O terceiro volume da coleção foi lançado nesta quarta-feira, dia 17, e contou com a presença de muitos colegas da profissão, além de amigos e apoiadores do jornalismo praticado pela Pobres e Nojentas desde que surgiu a sua primeira produção no início dos anos 2000. A Pobres, que começou seu trabalho como revista impressa, hoje se expressa no mundo digital a partir de sua página na internet, mas insiste em manter as publicações impressas sempre debatendo o melhor do jornalismo e discutindo criticamente a vida política da cidade. 

O coletivo Pobres e Nojentas mantém também o projeto “Repórteres SC”, que eterniza, em vídeo, a memória e o fazer jornalístico dos profissionais que marcaram a história do jornalismo no estado. 

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Néri Pedroso, repórter



A jornalista Néri Pedroso é a 21º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Cachoeira do Sul (RS), ela viveu parte da infância e da juventude em Santa Maria, para onde a família se mudou quando ela tinha 11 anos. Em Santa Maria, cursou Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e passou a trabalhar nos jornais locais Tchê e A Razão. Ali foi se consolidando o interesse pelo jornalismo cultural, que também marcou sua passagem pelo jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, onde Néri viveu dois anos e atuava no caderno Sete Dias.

A mudança para Santa Catarina foi em 1988, e de lá para cá a jornalista atuou em diferentes veículos nas cidades de Florianópolis e Joinville. Ela se define como alguém sempre em movimento. Tem na biografia a atuação no Anexo, caderno que circulava no jornal A Notícia e marcou época em Santa Catarina, e o caderno Plural e a coluna Mosaico, do jornal Notícias do Dia. 

Sua produção transita entre a escrita de matérias, entrevistas, críticas e perfis biográficos do campo da cultura, registros e fontes para pesquisas com interesse nos estudos da história e memória sobretudo das artes visuais e da dança contemporânea do Estado. 

A experiência no jornalismo diário deslocou-se nos últimos anos para o campo editorial, que envolve livros autorais, artigos de crítica e coordenação de publicações. Néri também tem atuação institucional como integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e como sócia-fundadora do Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke (MAC Schwanke), em Joinville, onde exerce a vice-presidência e integra o conselho curatorial. É responsável pela produção de conteúdo e comunicação do Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação, em Florianópolis (SC), escreve para sites e produz, na condição de free-lancer, para revistas e jornais. Ela também tem atuado em julgamento de editais e dá cursos e palestras.

Na entrevista, Néri relembra as coberturas que marcaram sua trajetória e analisa o jornalismo cultural na atualidade em Santa Catarina. A conversa foi gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.