Míriam Santini de Abreu
Toca a música “Atrás poeira”, de Sá e Guarabira, e me lembro do Mineiro. Foi quem nos acompanhou no trotear em uma fazenda no pé da Serra da Bocaina, em Paraty, sul do Rio de Janeiro. Ele contou histórias da fazenda onde é funcionário, da família em Minas, dos turistas que aparecem ali. Rimos muito da história sobre um grupo de turistas do Japão que nunca havia montado em cavalo. Mineiro, à frente do grupo, troteava quieto e, quando se virou, só viu, à distância, os cavalos dispersos, cada um em caminhos diferentes, com cavaleiros de cara apavorada. O jeito como ele contou aquilo era de cair do cavalo de tanto rir!
Mas eu me lembro do Mineiro porque ele praticamente não tinha fotos de si próprio. Muita gente não tem, porque o acesso às tecnologias é sempre muito seletivo. Então fiz fotos dele, mandei imprimir em papel fotográfico e enviei através de uma agência de turismo em Paraty. E também me lembro do Mineiro por causa do jeito como ele cavalgava. Era como se tivesse nascido sobre o cavalo. Às vezes jogava o corpo para um lado da sela, e assim, todo inclinado, conversava de um jeito manhoso, uma expressão de leveza visceral, de um homem que não deve nada para ninguém. Mas nas costas, entre a camiseta e a calça jeans, levava um facão, que ninguém dá bobeira em trilha na mata atlântica.
Era ele, o facão e o baio.
Toca a música “Atrás poeira”, de Sá e Guarabira, e me lembro do Mineiro. Foi quem nos acompanhou no trotear em uma fazenda no pé da Serra da Bocaina, em Paraty, sul do Rio de Janeiro. Ele contou histórias da fazenda onde é funcionário, da família em Minas, dos turistas que aparecem ali. Rimos muito da história sobre um grupo de turistas do Japão que nunca havia montado em cavalo. Mineiro, à frente do grupo, troteava quieto e, quando se virou, só viu, à distância, os cavalos dispersos, cada um em caminhos diferentes, com cavaleiros de cara apavorada. O jeito como ele contou aquilo era de cair do cavalo de tanto rir!
Mas eu me lembro do Mineiro porque ele praticamente não tinha fotos de si próprio. Muita gente não tem, porque o acesso às tecnologias é sempre muito seletivo. Então fiz fotos dele, mandei imprimir em papel fotográfico e enviei através de uma agência de turismo em Paraty. E também me lembro do Mineiro por causa do jeito como ele cavalgava. Era como se tivesse nascido sobre o cavalo. Às vezes jogava o corpo para um lado da sela, e assim, todo inclinado, conversava de um jeito manhoso, uma expressão de leveza visceral, de um homem que não deve nada para ninguém. Mas nas costas, entre a camiseta e a calça jeans, levava um facão, que ninguém dá bobeira em trilha na mata atlântica.
Era ele, o facão e o baio.
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