Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
A pombinha da foto habita o Centro de
Florianópolis, onde elas fazem suas assembléias e, às vezes, assustam, com seu
vôo, os mais desavisados.
Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em Barra da Magunça (MA) em 1859 e faleceu em Paris, França, no ano de 1911.
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