terça-feira, 1 de abril de 2008

Tec-tec-tec...

Míriam Santini de Abreu
Dia desses recebi uma carta do amigo jornalista Darci Demetrio, que mora em Porto Alegre. Não bastasse ter ele enviado uma bela croniportagem para o festival promovido por Pobres & Nojentas, também me fez desfiar lembranças igualmente deliciosas. Os endereços, Demetrio datilografou. Detalhe: o S, de Santini, ficou um pouco acima da linha, e o polis, de Florianópolis, um pouco abaixo.

Há pouco mais de um mês eu e o amigo Samuel Frison já havíamos conversado sobre máquinas de escrever. Ele estava acompanhando a minissérie Queridos Amigos e, como eu, também vira o filme Desejo e Reparação. Em ambos, elas são parte vital do cenário, com aquele tec-tec-tec tão... século 20. O Samuel chegou até mesmo a colocar a dele no centro da estante da sala, dividindo espaço com os livros que mais ama. A geração anos 80 já começa a ficar saudosista.

E então também me lembrei da Remington comprada logo que entrei na faculdade de Jornalismo, em 1990. Ao contrário do Samuel, não guardei a máquina. Num entre tantos tempos de dinheiro curto, tive que vendê-la.

Quando entrei no jornal Folha de Hoje, em Caxias do Sul, naquele mesmo ano, a redação já estava informatizada. Mas, logo depois da primeira entrevista que fiz, num plantão de feriado, corri para casa e datilografei todo o dito e o visto na Remington. No dia seguinte, quando, no jornal, recorri às folhas para ler e digitar o texto no computador, a editora riu:
- Nossa, tu datilografou tudo!
A minha Remington já me chegou antiga.

2 comentários:

Samuel Frison disse...

Nossa, ficou ótima a croniportagem. Tenho algum fetiche por máquinas de escrever. Lembro do personagem de Greg Skinner em "Mensagem para Você", o namorado de Meg Ryan que colecionava máquinas de escrever. Realmente, o som do tec-tec-tec no remetia a idéia de que algo estava sendo criado, produzido, como uma engrenagem. O fato de escrevermos a máquina requeria um certo cuidado com os pensamentos e com as palavras, ao contrário da verborragia e da rapidez do computador. Ficou genial, Mimi! Parabéns. Saudades do seu Demétrio e de ti. Beijo.

Anônimo disse...

Nossa! Essa é daquelas que já imprimem!! Explico: essas foram as palavras do filho de 6 anos de um professor meu ao avistar um modelito semelhante!! (rsrsrs). Abraço. Fofeta.