sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Croniquintas/ Só três palavrinhas

 Por Dinovaldo Gilioli

Ela me pediu, e eu enviei a crônica. Sem hesitar, assim que foi publicada no seu blog, postei na minha página do Facebook. Normalmente, ao compartilhar meus textos, recebo algum tipo de retorno, e eu realmente aprecio essa interação com os leitores e leitoras. Porém, uma semana se passou e a crônica teve pouquíssimas curtidas e nenhum comentário, o que me pareceu bem estranho. 

Só percebi o que estava acontecendo quando um amigo próximo me ligou, comentando que achou minha última postagem no Facebook muito desconcertante. Ele, de forma cautelosa, pediu que eu não ficasse chateado e me contou que até o pastor, sem mencionar nome, fez um comentário durante o culto. Eu, um homem de respeito e moral ilibada, fiquei profundamente impactado com o ocorrido. Completamente constrangido, agradeci a ligação do amigo e, imediatamente, telefonei para a blogueira. 

Descontrolado, expressei minha indignação.  

-Que história é essa? Tenho um nome a preservar. 

Ela simplesmente respondeu:  

-Esse programa do blogspot altera as frases... é o robô tentando corrigir... affff. Buscando justificar, ela ainda disse: 

-Copiei o texto exatamente como estava e fiz a revisão... mas na hora de salvar, o robô muda. 

Talvez, querendo demonstrar superioridade e competência, ela ainda teve a ousadia de dizer que gerencia oito blogs da blogspot e que só nesse é que dá esses bugs suspeitos. -Apesar de revisar atentamente, às vezes pequenos probleminhas escapam. Não se estresse, relaxa!. As pessoas, especialmente jovens, não dão a mínima para texto gigante igual ao seu. Também, convenhamos, não é para tanto, o robô alterou apenas três palavrinhas. 

Já estava irritado com os erros no texto mas a resposta da blogueira inconsequente aumentou minha irritação.

 -Não se estresse? Relaxa? - retruquei. Não se estresse, relaxa, porque isso não lhe afeta. É fácil para você, não é? O que estava escrito como canário virou caralho. O que deveria ser tapete virou cacete. O que era borboleta virou buceta. Com todo respeito às profissionais do sexo, 'vá pra puta que pariu', nunca mais irei publicar uma linha sequer no seu blog. 

E desliguei.

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