domingo, 27 de abril de 2008

P&N na América Latina 3










A Porta do Sol e os monolitos de Tiwanaku – Bolívia

Marcela Cornelli
Jornalista da P&N

“Eram os Deuses astronautas?” Foi lendo este livro que me inspirei para ir para Tiwanaku, na Bolívia, alguns anos atrás. Escrito em 1968 pelo suíço Erich von Däniken, o livro fala sobre a possibilidade das antigas civilizações terrestres serem resultados de obras alienígenas. Macchu Picchu no Peru e Tiwanaku na Bolívia, pela grandiosidade e engenharia de suas construções de pedra e seus monolitos, são citadas no livro como obras que poderiam ter sido construídas com ajuda extraterrestre.
A foto da Porta do Sol, com o Deus Sol (Viracocha) no centro e um magnífico calendário solar que provavelmente era utilizado para a agricultura, publicada em “Eram os Deuses astronautas?”, me deixou fascinada e eu sabia que um dia estaria lá, diante dela. Tiwanaku fica a mais ou menos 70 kilômetros de La Paz, a uma altura de 3.845 metros acima do nível do mar e é um importante sítio arqueológico pré-colombiano. Hoje só é possível ver em torno de 30% do que foi este grande centro espiritual e político da cultura tiwanaku.
A população local conta que as pedras usadas na construção de Tiwanaku foram retiradas dali para a construção das igrejas católicas. A civilização Tiwanaku, que nasceu às margens do lago Titicaca, é considerada precursora dos incas. Alguns estudos chegam a apontar que Tiwanaku poderia ter sido habitada até 12.000 a.C. e que seria a cidade perdida de Atlântida, citada por Platão, sendo que os indícios disso são as informações astronômicas gravadas da Porta do Sol e o fato de que no local existia um porto para embarcações. Existem teorias de que o nome “tiwanaku” teria derivado do termo aimara “taypikala”, que significa pedra no centro, referindo-se à rocha que se situa no meio do lago Titicaca.
A Porta do Sol é conhecida em todo o mundo como um exemplo do alto grau de perfeição alcançada pela cultura pré-colombiana na América do Sul. O belo portal consiste num único e imponente bloco de andesita, pesando em torno de 10 a 13 toneladas, talhado para assumir o formato de uma porta. É impossível não gostar do lugar, que nos faz respirar história e cultura latino americana. Após o passeio por Tiwanaku a dica é almoçar no restaurante ali perto que serve pratos típicos a base de trutas do lago Titicaca (para quem não quer comer a carne de Lhama – dá um dó). A entrada é sopa de quinua (só existe na Bolívia e é semelhante a um macarrãozinho redondo e bem fino).

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