Míriam Santini de Abreu
Quase uma hora de madrugada de quarta-feira, 23, e os portais de notícias já estão recheados com informações sobre o tremor de terra sentido em vários estados do país. O povo, amedrontado, foi para a rua. Descobriu-se que esse espaço público geralmente abandonado quando a noite chega, porque palco de violência, virou refúgio mais seguro que o lar. Uma atriz deu entrevista para uma emissora de tevê comentando que ela e os vizinhos haviam rapidamente deixado os apartamentos para ficar na calçada e que, apesar da gravidade do fato, na rua estava a maior festa. Nessas horas, as pessoas se encontram e se olham, talvez pela primeira vez. A civilização muitas vezes nos desumaniza sem que percebamos. E em meio à ruína ou ameaça de ruína de nosso modo de vida é que reencontramos os extremos: a selvageria e a solidariedade mais profundas.
Um comentário:
Muito triste, mas estamos andando de marcha ré em todos os sentidos.
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