Míriam Santini de Abreu
Cada cidade tem a sua rugosidade. Peço essa palavra emprestada da geografia, ou melhor, do geógrafo brasileiro Milton Santos. É um conceito absolutamente poético quando a rugosidade nos faz parar na rua e tremer o olhar. Rugosidade, explica ele em um dos seus livros, é o que fica do passado como forma, espaço construído, paisagem. É o que resta do processo de eliminar, acumular, sobrepor, “com que as coisas se substituem e acumulam em todos os lugares”. Em Florianópolis, capturei essa rugosidade, fatia do antigo sobreposta ao novo.
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