sexta-feira, 24 de julho de 2009

Honduras: um exemplo do passado para as novas gerações

Por Raúl Fitipaldi

São lembranças do passado. São alertas para o futuro. Honduras é um exemplo de que as democracias devem ser afirmadas, alimentadas com participação popular, com transparência comunicacional, com os povos se manifestando na rua, seu lugar de defesa das conquistas históricas e da transformação presente e futura. Nossas democracias, no mundo todo, e em particular na América Latina, ainda são frágeis. Funcionam ainda baseadas em um conjunto de instituições ultrapassadas, corrompidas, burguesas e antipopulares. A crise estrutural do capitalismo, só faz com que o sistema arrefeça seu ódio de classe para com os pobres e os excluídos.
É importante que as novas gerações que não tiveram que sobreviver as ditaduras dos 60/70/80 olhem para Honduras. Verifiquem através dos meios alternativos de comunicação, de TeleSUR (TeleSURtv.net) , de Rádio Globo de Honduras (http://www.radioglobohonduras.com), entre outras poucas, uma amostra grátis do que é uma ditadura da oligarquia gorila da região, do que é um ensaio inicial das novas táticas e estratégicas do Império (aliás, as mesmas de antes, empobrecidas como um veneno, pela crise). É altamente educativo que as novas gerações saibam aonde vão parar os direitos humanos, as constituições, os processos de transformação, quando as sociedades não reagem em tempo; não associam as estruturas de poder que elas mesmas acreditam escolher, com o omni-poder das multinacionais, dos bancos e de setores apátridas, títeres das velhas classes dominantes de ocidente.
Escrevo na sexta-feira 24 de julho, às 14:56 h de Brasília, quando se inicia a repressão armada contra o povo hondurenho, balas, gases lacrimogêneos, em El Paraíso, perto de Nicarágua. As pessoas gritam, estão sendo atropeladas, feridas, o povo grita, mas, não clama aos repressores não, os insulta: “GORILETTI FILHO DA PUTA”. Outra vez ficarei em vigília atrás do computador. O tempo de descansar sossegado fica para depois. A cada tantos minutos é interrompida uma coletiva de imprensa do Presidente Constitucional Manuel Zelaya, com um comunicado das forças repressivas. Se lembram seus pais? “Comunicado das Forças Armadas da Nação: ao povo d e Honduras, tantatám...” e uma marcha militar, ou um tema folclórico nacionalista. Arrepia esta cena que verei mais tarde em TeleSUR, e que agora, como nos 70 só posso escutar. Os jornalistas que não comem da mão dos oligarcas cumprem sua função. São agredidos, ficam do lado do povo, será agredidos de novo.
Como nos 70, há minutos que me sinto impotente atrás do computador, em outros, apavorado, mas, em todos os momentos, ORGULHOSO DE SER LATINO-AMERICANO! Lá vem uma nova rede dos milicos. É uma a cada meia hora. Intensifica-se o cerco contra os manifestantes que estão perto das fronteiras e nas cidades mais importantes de Honduras. Acredito que o caminho iniciado pelo povo hondurenho vai além do retorno de Zelaya. Honduras despertou a um pesadelo, merece agora sonhar com a transformação. Honduras, mais cedo que tarde, se integrará aos países que escolhem a liberdade e a soberania como horizonte. Fecho aqui, uma pessoa perdeu uma orelha e teve a boca ferida por uma bala.
Novas gerações, não precisam passar pelo que nós passamos. Fiquem alerta, o monstro está vivo. Esse fantasma respira entanto o Império existe. Utilizem o exemplo de Honduras, e comecem a marchar, o caminho nos leva a derrota do capitalismo, embora, nossa vida seja o preço. A INDEPENDENCIA PRECISA SER CONQUISTADA EM FORMA DEFINITIVA.
Sentir Ódio pelo Sistema Capitalista é a cada dia mais, Um Ato de Amor e Justiça!

2 comentários:

Anônimo disse...

belíssimo texto raúl,
parabéns!
a luta se faz nas ruas!
abraços

marcela disse...

belíssimo texto raúl,
parabéns!
a luta se faz nas ruas!
abraços