sábado, 29 de janeiro de 2011

Um Homem, Uma Mulher



Míriam Santini de Abreu


No sábado li pela terceira vez a entrevista que a jornalista italiana Oriana Fallaci concedeu à revista Playboy. Há anos eu procurava essa revista, e em 2009 consegui encontrar um exemplar no site Estante Virtual. A edição é de novembro de 1981, publicada, portanto, quando eu estava com 11 anos. Quem a entrevistou foi Robert Scheer, redator do Los Angeles Times. São 18 páginas de fascínio.

Eu a conheci no início da faculdade de Jornalismo na Unisinos, quando passava tardes na Hemeroteca, onde havia descoberto a revista Realidade. Era principalmente à procura de Oriana que eu me estendia sobre as mesas, deslizando os dedos sobre os velhos exemplares da revista. Depois comecei a procurar seus livros. Na época não havia a “Estante Virtual”, e andei meses atrás de um em especial, “Um Homem”. Nada. Encontrei-o sem querer numa banca na Feira do Livro em Porto Alegre, em uma caixa de “sebos”. Puro Serendipity. Neste livro, Oriana fala do homem que amou, Alekos Panagulis, ativista que lutou contra a ditadura dos coronéis na Grécia nos anos 60. O livro agora pode ser encontrado na internet, virou best-seller, e há muitas resenhas sobre ele.

Mas, como mais uma vez li a entrevista, agora também fui ao You Tube vasculhar para ver fotos ou vídeos que mostrassem Alekos E isso porque me lembro de um detalhe mencionado no livro. Como Alekos foi barbaramente torturado na prisão, Oriana dizia que ele era feio, mas as orelhas, ah, as orelhas eram as mais lindas que ela já tinha visto. Ela, como sempre, foi cruel. Alekos nada tinha de feio. E mesmo que fosse, imagino a magnífica capacidade que tinha de ser e de se saber homem, porque definitivamente não era qualquer um que agradaria àquela mulher. A resposta está na entrevista.

De fato, o que me surpreendeu nas três leituras que fiz foi o que cada uma trouxe à tona. Na primeira, me irritei, porque Scheer e Oriana pareciam apenas querer mostrar o quanto eram bons, e eu fiquei com a sensação de pouco acrescentar ao que já sabia dela. Na segunda, Scheer é que me irritou, por tentar mostrar que podia ser melhor do que ela, colocá-la contra a parede, no limite, como ela fazia com seus entrevistados. Na terceira, surpresa total. Foi a única vez em que extraí, da entrevista, o que desejava ver: a mulher por trás do mito. Fico a pensar no que aconteceu para que tal coisa se desse.

Oriana Fallaci nasceu em 29 de junho de 1929 e morreu em 15 de setembro de 2006, com 77 anos. Li dois outros livros seus, Carta a um menino que não nasceu, no qual ela relata a experiência de aborto de seu bebê, e Inshalá. Mas, para jornalistas, são fantásticos os livros Os Antipáticos e Entrevistas com a História. Em ambos, ela entrevista os nomes mais significativos do século 20 na arte, na política, na religião. São aulas inigualáveis. Se Panagulis era Um Homem, Oriana era Uma Mulher. E bela.

Veja vídeos em:

Oriana Fallaci, intervista con la storia

http://www.youtube.com/watch?v=OSOqTFcsmmw&feature=related

Oriana Fallaci intervista Ayatollah Khomeini

http://www.youtube.com/watch?v=dtzBme_x_wo&feature=related

Alekos Panagulis. "Sono io, sono me!"

http://www.youtube.com/watch?v=hsoi9itleRM&feature=related

Um comentário:

Haddammann Verão disse...

Vejo que vc, como eu, pode fazer alguma coisa por ISSO:
Estamos num local de fiés-pedantes, com a porca no lugar do nariz (lugar do tipo em que um padre bota um derrotado todo desgraçado a ficar com uma garrafa de cerveja na mesa horas a fio só vigiando quem passa em troca de um resto de comida, uns trocados, ou uma masturbação; ou que um pastor bota uma derrotada toda desgraçada a ficar a vigiar as pessoas nas praças e nas ruas dos bairros em troca de um resto de um cupom de esmola de comida, ou enquanto come a filha, o filho, dela antes de assassiná-los);e em lugares assim acontece isso:
Prestem atenção no que a mentalidade chafurdade em crença faz a si mesma, individual e socilamente:
Há um córrego, entre casas e edifícios ditos de "modernos" (alguns -- dentro da putaria da corja divina de esgulhepar o dinheiro e a vida das pessoas -- não passam de uma caixa tipo pombal); o riacho passa então frente à casas, prédios, e até escola frequentada por gente que tem dinheiro.
Tá bom.
Na rua já tem logo duas igrejas (as duas, como todas as outras, com farta denúncia na mídia de suas "práticas") e uma seita tipo 'paz e amor'. Aí entra a cabeça com muita porcaria de divinices e nenhum proveito civil com o que teríamos que aprender na escola e USAR na nossa vida na Sociedade.
Estão TAPANDO o riacho, cimento puro,arbustos que ficaram ao longo tem só uns quarenta centímetros de lado de um quadradinho enforcando o tronco; tá ótimo. Sombra para os passantes? Pra quê?
O negócio é tapar aquele canal porque 'ele enfeia', e 'não-condiz' com a pompa dos fiéis-pedantes que se arrostam em mostrar pros outros que "moram bem".
Que bom!
Essa não é a tecnologia para cuidar de córregos, sabemos que não é.
Vamos aos problemas? Querem saber o que é que esse cara tem a ver com isso? Seus filhos de padrecos canalhas e pastutos safados ...
a) tem entradinhas ali, mas como vão limpar? Pedras são arrastadas aos poucos atravancando o caminho da água.
Os enxames de baratas aumentam desmesuradamente num âmbito assim abafado, úmido, escuro. Vão, jogar veneno violento ali dentro?
b) Vai continuar a crescer plante ali, e? Ao entupir com as chuvas o esgôto vai estagnar dentro das casas, além de provocar enchente maior e pior nas ruas.
E o mais lindo:
As plantas que se multiplicam nessas condições consomem oxigênio e liberam gáz carbônico.
Vamos dar um pulinho no Rio de Janerio. os caras estão construindo uns prédios-pombal em lugar "chique" ou tornado chiqueiro de bestice; e antes do concreto secar, eles já estão pisando em cima, ms na hora do almoço já tem lá os sérvus-fiéis pregando a "palavra da vida".
A "óbra" deles é LAMBONA. Lá tá infestado de igrejas dessa desgraçada maneira de ganhar dinheiro.
Os garotos e garotas ao invés de estarem se divertindo e estudando, estão servindo para fazer palhaçada se jogando em 'peças-boçais-pregadoras', em calçadas sujas nas ruas, enquanto uns espetalhões, se fazendo de alma-penadas, se mascaram "tomando conta das iscas". Usando uma 'jogada de prostituição' para levar outros espertalhões que queiram ser "abençoados" pras igrejas.
Se você empesteia as escolas de canalhas-divinos e suas canalhices, se você enfia esses a divinice desgraçada nas construções, nos serviços de infra-estrutura social, se você acha tão bonitinho seus filhos beijando cachorros e afastando-se das pessoas (que vc considera ruins, não-confiáveis, pois só se pode confiar em jeosusu, no Bunda, no Xaveco, etc); olhando com desprezo mortal para os mendigos e enchendo o rabo de parasitas-divinos de dinheiro.
Que se dane, que a enchurrada levou aquelas casas todas lá longe, sua televisão tá ligada não é?