quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Projetos de verão




Míriam Santini de Abreu

Estive hoje em um órgão público para doar livros sobre a área na qual eles atuam. Chego lá e, na portaria, recebo a informação de que a biblioteca foi desativada. Pergunto o motivo e me respondem que tem algo a ver com o fato de o Ministério ao qual o órgão está ligado não ter enviado novas publicações. Na pressa, não busquei mais detalhes, mas de todo o modo deixei os meus livros lá. Biblioteca desativada, ora essa...

Na terça doei outros para um sebo, e ainda tenho mais, parte deles para o Sindicato dos Jornalistas de SC. Tudo porque aconteceu um fato raro. Boa parte dos meus livros estava em uma caixa; outra, empilhada de forma precária, e uma terceira – os que mais uso – sobre uma mesa ao lado da TV. Ainda em outubro comprei uma estante de metal para organizar a bagunça, e desde então tudo estava igual: livros empilhados e estante vazia.

Mas eis que, em função de um mofo repelente na parede ao lado da minha cama, cada vez mais devorador da tinta e do reboco, parede na qual os livros estavam apoiados, constato que a umidade havia começado a devorar também “Colapso”, de Jared Diamond. Quem quase entrou em colapso fui eu.

Pedi ao proprietário que reformasse a parede e, na volta da viagem de dez dias ao RS, encontro o apartamento em obras (os livros estavam protegidos dentro de sacos). O serviço ficou ótimo e, de tão animada, passei o final de semana passado arrumando a estante, separando os livros por assunto, louca para iniciar a escrita dos vários artigos que estão já nascendo em mim.

Serviço concluído, eu não parava de espiar a estante e sorrir. Organizados os livros, agora é hora de organizar as idéias. E ainda tenho a minha cadeira verde de cineasta para me refestelar no verão e fazer as leituras!

Em tempo: desde o ano passado estou para expressar a minha indignação com o fato de terem demolido o Edifício Mussi, aquela joinha azul na Nereu Ramos, construção de 1957. Toda vez que eu passava por lá, pensava:

- Ah, que bom lugar para morar.

Agora está ali um tapume horrível, ocultando as raízes de mais um prédio qualquer onde nem 5% da população da Capital têm como comprar uma moradia.

Leia mais em http://www.defender.org.br/florianopolissc-edificio-mussi-vira-pedra-sobre-pedra/

Um comentário:

Li Travassos disse...

Então Miriam, não sobrou nenhum livrinho para doar para o presídio feminino de Florianópolis? Estou fazendo parte do COMDIM (Conselho municipal dos direitos da mulher), e estamos fazendo uma campanha neste sentido, pois a biblioteca delas anda "abaixo da linha da miséria". Se sim, avise, que eu dou um jeito de pegar com vc. bjo, Li Travassos