segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Rede Popular Catarinense de Comunicação no ar!



Mais uma filha nasce! Já tem blog, twitter e endereço eletrônico a Rede Popular Catarinense de Comunicação (RPCC), que reúne veículos de comunicação catarinenses que atuam com base nos princípios e nas práticas da Soberania Comunicacional. A Rede é o resultado de dois Seminários de Comunicação e Cultura Popular organizados pela Agência Contestado de Notícias Populares (Agecon), uma das integrantes da RPCC. A Rede compartilha textos jornalísticos de todos os gêneros (reportagens, notícias, artigos), áudios, imagens, fotografias, dentro da lógica da soberania comunicacional, que pressupõe o controle dos meios e o controle da produção de conteúdos, buscando a quebra do controle da comunicação exercido pelos grandes meios de comunicação do Estado.

O logotipo e a logomarca foram desenhados pelo jornalista e ilustrador Eduardo Schmitz, que faz também ilustrações para a revista Pobres & Nojentas. Eduardo é diretor de um jornal em Taió, o Observatório Local, que também está na internet. Os acessos à Rede estão abaixo.

BLOG:

http://www.redepopularcatarinensedecomunicacao.blogspot.com

E-MAIL:

redepopularsc@gmail.com

WITTER:

http://twitter.com/redepopularcc

Leia também o texto do jornalista Raul Fitipaldi:

Urge somar as verdades e dizê-lo a todos

Raul Fitipaldi para a Rede Popular Catarinense de Comunicação

Transcorre um ano de intensa luta para os moradores de Santa Catarina. Trava-se no percurso de 2010 um ano com futuro incerto para o Estado. Os investidores próprios e forâneos decidiram apostar pesado nas entranhas do solo catarinense, até exauri-lo de riqueza e beleza. Tudo é pouco para os abutres do lucro inimigos da vida, agentes da morte. Ceifar fauna e vegetação é também ceifar vidas humanas. Isso é determinante para esta gesta de exterminadores que precisamos derrotar. Trata-se de destruir o solo onde se produz comida em troca de cimento para prédios luxuosos privativos e obras faraônicas impopulares, reduzindo a plantação de alimentos de sobrevivência sadios , por métodos sintéticos e desempregantes no tratamento da lavoura. Trata-se de esvaziar de fauna as baias do Estado para construir embarcações petroleiras e de carga pesada esgotando os recursos alimentar e laboral tradicionais dos maricultores. Trata-se de construir esgotos gigantes transportadores da merda e o xixi dos ricos até os bairros onde residem os trabalhadores: coisa de “ladrão” e não de “mensageiro”. Consegue-se inviabilizar e enfermar a relação física com os seres queridos, dificultando a visita familiar, social e o emprego e o estudo, através de um sistema de transporte coletivo emperrado em baldear gente como água suja e proibir o lazer no fim de semana. Trata-se de deturpar a identidade da Capital do Estado com a descaracterização e destruição dos seus lugares históricos de encontro e sociabilidade. Remete-se a relação poder/povo ao feudalismo ordinário superado pela luz do conhecimento básico. Atenta-se contra o povo instruindo às forças militares a combater os movimentos sociais, exercício próprio da ditadura e da enfermidade desta oligarquia obtusa e doentia. Apostar no modelo norteamericano de consumo e de determinismo social é um sinal de asco que têm esses ricaços pelo pobre, pelo trabalhador e pelo progresso verdadeiro, sustentável e justo. A direção política e econômica do Estado e da Capital está deitada no atraso ideológico e na ignorância alienante.

Neste contexto de exclusão presente e futura, de controle social robótico, de imobilidade urbana e tensão rural; neste frenesi dos últimos gritinhos histéricos do neoliberalismo fracassado e inumano há vozes discordantes que crescem a cada dia. Por vontade teimosa das gentes há narradores de outras verdades, das verdades dos majoritários, dos destituídos da graça do garrote e da máquina público-privada. Existe outra forma comunicacional que precisa se estender com a colaboração de leitores, de militantes sociais, de operários da palavra. Essa forma vanguardou e vanguarda nas lutas do Sul da Ilha contra o trem da merda alheia, contra a demonização da história da esquerda representada no Bar do Seu Chico. Essa outra comunicação desde Sambaqui foi somando trincheira contra o brinquedinho assassino de Eike Batista e associados, conhecido como OSX. É com essa comunicação que se enfrenta a agressão dirigida aos agricultores de Imbituba e aos usuários penitentes da procissão fúnebre da COTISA. Essa comunicação precisa chegar a mais e mais pessoas, não por vaidade ou para privilégio dos veículos alternativos desta região, mas, para que outros moradores de SC saibam que há outra realidade e outro direito que lhes assiste além das redes monopólicas com sede em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Que este Estado tem outras vozes que não buscam nem têm lucro, que já não gritam no deserto, que já não abordam o problema comunitário e social como um acontecimento meramente anedótico e sim como central para a definição da vida e sobrevivência dos pobres da sociedade catarinense.

Precisam esses veículos alternativos que você entre em rede com eles. Que você cada vez mais se assuma como sujeito através deles, o os use como ferramenta de defesa e como flecha de ataque contra esses mercadores da vida que assolam esta terra rica e bonita. Busque mais e mais gente que esteja disposta a somar verdades com urgência. Não é suficiente com que leia esta Revista, com que acesse aquele Portal ou escute aquela Rádio, é preciso que os divulgue, que os partilhe, que milite pela Soberania Comunicacional nesta parte do universo. Assuma o direito de clicar no seu futuro, de garantir que sua história seja lida em tempos vindouros, que seja ouvido seu sorriso quando isto tudo lhe pertença em partes semelhantes a todos os demais. Escutar a verdade é um ato tão soberano como comer, ser dono do seu solo e defendê-lo quando se torna necessário. A hora de somar e exercer a sua defesa chegou.

Um comentário:

elaine tavares disse...

Êba... que legal.. e assim o caracol vai subindo o Monte Fuji...