terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um teto todo seu










Míriam Santini de Abreu
Gosto quando estou no blog da Pobres e verifico que, comigo, estão visitantes na página, o que é revelado pelo contador de acessos. Gosto mais ainda quando isso acontece na madrugada. Ah, que sensação de cumplicidade! Sim, a técnica domina também o espírito do homem... Aí penso nos e nas jornalistas dos meus quereres, com suas mandonas mãos deslizando no teclado, exigindo que ali se materialize o pensamento. Com esses companheiros compartilho o gosto pelo que Virginia Woolf chamou de “um teto todo seu” – os seus ensaios sobre mulheres e literatura. Um lugar com os livros, revistas, amontoados de papéis, bugigangas, e – onde antes estava a máquina de escrever – o computador.
Dia desses liguei para a Elaine Tavares e disse o Pedro:
- Hi, está lá em cima martelando aquele computador!
No alto da escada da casa dela no Campeche, a imagem de um Che arrebatador.
O Karl, em São Francisco do Sul tem um quarto cheio de pós mágicos. Com eles viaja até os atóis de Bizâncio.
Eu, em algum lugar da alma bagunçada, tenho 15 anos, e cultivo indolência para arrumações.

Ah, sob o lugar onde a gente escreve há uma raiz gigantesca que atravessa a crosta terrestre, os oceanos, as florestas, até se enlaçar com uma antiga árvore em Wadi Feran, no deserto de Sinai...

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