Não tenho jeito com plantas. O meu é o anti-polegar verde. Uma vez ganhei um bonsai que me pareceu demasiado alto. Inventei de podá-lo. Em uma semana estava morto. Minha investida na arte das hortas caseiras teve mais sucesso. Até cortei garrafas PET para fazer os canteiros. Vingaram as salsas e o manjericão, mas eu cozinho pouco; nascia tempero demais para minha modesta ambição culinária.
Há dois anos ganhei a folhagem que está na foto (a alcachofra foi alvo de outro post). Até que cuidei da pobrezinha, mas, lá no fundo, desejava que ela evoluísse e fosse até a pia beber água. As raízes já estavam grandes demais para o vaso, emaranhadas, loucas por liberdade.
Na semana passada parecia que o meu desejo de ver o vegetal evoluir seria atendido. Dizia a notícia: "Aparelho ajuda plantas a pedir água pelo Twitter". Mas o negócio é complicado. É que pesquisadores do programa de telecomunicações interativas da Universidade de Nova York desenvolveram um aparelho que permite que as plantas informem seus donos pelo Twitter quando precisam de água, ou se estão sendo irrigadas demais. Um aparelho chamado Botanicalls, composto por sensores de umidade de terra que ficam conectados a uma placa de circuito, mede o nível de umidade e transmite a informação a um microcontrolador. "O aparelho determina que níveis de umidade são baixos demais ou altos demais e transmite um sinal ao serviço de microblogs Twitter", dizia o texto.
Até agora, os pesquisadores venderam quase 100 kits Botanicalls, ao preço de 99 dólares: "... o comprador precisa montar o kit com componentes básicos, o que, segundo Faludi, pode ser um desafio, mas compensa no final".
Kit? Montagem? Ai, ai, ai... Tomei uma decisão. Dei a folhagem para uma vizinha que cuida do jardim do condomínio onde moro e adora plantas. A minha ganhou a liberdade num canteiro pleno de espaço e de terra, e se livrou de mim.
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