Por Elaine Tavares - jornalista
Eu confesso. Gosto de ler a bíblia. Acho um livro fantástico, quase que uma grande reportagem sobre a história de um povo. É fascinante. Uma das histórias das que gosto muito é do menino Davi vencendo o gigante Golias. Aterrado diante de um homem grande, o exército de Israel se acovarda na guerra contra os filisteus. Seus homens tremem e paralisam. Até que um guri, com uma prosaica funda, se adianta e diz: vou pegar esse gajo! E assim faz. Com a força de sua mão, joga a pedra no meio da cabeça do gigante e ele tomba. Mais tarde, Davi torna-se rei daquele povo, que conheceremos como judeu.
Hoje, vendo a TV julguei ver Golias. Não era mais filisteu. Havia assumido a face daquele que lhe vencera há milênios. Ali estava diante das portas de Gaza, com todo o seu poder. O gigante acossando um povo indefeso. Tal como um daqueles monstros de filme japonês, este Golias avança sobre os palestinos com um dos mais poderosos exércitos da terra. Pasma, ouço os locutores falarem dos ataques do Hamas. Para William Bonner e os demais títeres da mídia cortesã, quem está agredindo é a Palestina. “Mais um ataque contra Israel”. É assim. Seria para rir se não estivéssemos num palco de horror. O governo de Israel é o Golias redivivo. Sabe de seu poder e avança, roubando terras, roubando vidas. Estoura as cabeças das mulheres, que carregam crianças. Arrebenta crianças, que buscam as mães. Aniquila a juventude palestina, esperando que esta gente se acabe. Destrói casas, deixa almas em escombros.
Espero a ação dos governantes da terra. Espero o embargo, o bloqueio, e nada. Penso em Cuba, embargada desde há 50 anos por querer ser livre. Contra a ilha socialista a coisa funciona. E este Golias que baba sangue, por que não é parado? Por que se calam as gentes? Por que gritam apenas os que não têm poder? Por que se omitem os grandes da terra? Como podem permitir que isso prossiga?
Na tela de luz encontro os olhos de um menino. Está impávido. Não tem medo. Nesta história enviesada ele é Davi. Tem uma funda e uma pedra. Só ele pode parar o gigante opressor.. A sua volta jazem os mortos, o vermelho do sangue encharca a terra. Crianças mutiladas, homens destroçados. E ele segue de olhos vidrados. Já não espero governantes, poderosos, grandes da terra. Eu sinto vontade de um desses guris palestinos que parecem “imorríveis”. Porque ao que parece, quanto mais deles tombam, outros tantos se levantam.
Um dia, naquelas terras, um guri judeu venceu o filisteu, que nada mais era do que a raiz da Palestina. Falastin. Mas, hoje, os guris estão do lado filisteu. A história e suas voltas. A samsara. Nós aqui gritamos, do alto de nossa impotência. Os grandes dormem. Deles nada virá. São vocês, pequenos filhos da palestina que, sozinhos, com suas pedras, hão de vencer essa criminosa ocupação que vem desde 1947. Você estão aí morrendo, lutando. E eu, tão longe, ainda que abomine a guerra, só posso esperar que vocês, tal qual aquele Davi, tenham boa pontaria.
Eu confesso. Gosto de ler a bíblia. Acho um livro fantástico, quase que uma grande reportagem sobre a história de um povo. É fascinante. Uma das histórias das que gosto muito é do menino Davi vencendo o gigante Golias. Aterrado diante de um homem grande, o exército de Israel se acovarda na guerra contra os filisteus. Seus homens tremem e paralisam. Até que um guri, com uma prosaica funda, se adianta e diz: vou pegar esse gajo! E assim faz. Com a força de sua mão, joga a pedra no meio da cabeça do gigante e ele tomba. Mais tarde, Davi torna-se rei daquele povo, que conheceremos como judeu.
Hoje, vendo a TV julguei ver Golias. Não era mais filisteu. Havia assumido a face daquele que lhe vencera há milênios. Ali estava diante das portas de Gaza, com todo o seu poder. O gigante acossando um povo indefeso. Tal como um daqueles monstros de filme japonês, este Golias avança sobre os palestinos com um dos mais poderosos exércitos da terra. Pasma, ouço os locutores falarem dos ataques do Hamas. Para William Bonner e os demais títeres da mídia cortesã, quem está agredindo é a Palestina. “Mais um ataque contra Israel”. É assim. Seria para rir se não estivéssemos num palco de horror. O governo de Israel é o Golias redivivo. Sabe de seu poder e avança, roubando terras, roubando vidas. Estoura as cabeças das mulheres, que carregam crianças. Arrebenta crianças, que buscam as mães. Aniquila a juventude palestina, esperando que esta gente se acabe. Destrói casas, deixa almas em escombros.
Espero a ação dos governantes da terra. Espero o embargo, o bloqueio, e nada. Penso em Cuba, embargada desde há 50 anos por querer ser livre. Contra a ilha socialista a coisa funciona. E este Golias que baba sangue, por que não é parado? Por que se calam as gentes? Por que gritam apenas os que não têm poder? Por que se omitem os grandes da terra? Como podem permitir que isso prossiga?
Na tela de luz encontro os olhos de um menino. Está impávido. Não tem medo. Nesta história enviesada ele é Davi. Tem uma funda e uma pedra. Só ele pode parar o gigante opressor.. A sua volta jazem os mortos, o vermelho do sangue encharca a terra. Crianças mutiladas, homens destroçados. E ele segue de olhos vidrados. Já não espero governantes, poderosos, grandes da terra. Eu sinto vontade de um desses guris palestinos que parecem “imorríveis”. Porque ao que parece, quanto mais deles tombam, outros tantos se levantam.
Um dia, naquelas terras, um guri judeu venceu o filisteu, que nada mais era do que a raiz da Palestina. Falastin. Mas, hoje, os guris estão do lado filisteu. A história e suas voltas. A samsara. Nós aqui gritamos, do alto de nossa impotência. Os grandes dormem. Deles nada virá. São vocês, pequenos filhos da palestina que, sozinhos, com suas pedras, hão de vencer essa criminosa ocupação que vem desde 1947. Você estão aí morrendo, lutando. E eu, tão longe, ainda que abomine a guerra, só posso esperar que vocês, tal qual aquele Davi, tenham boa pontaria.
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