terça-feira, 22 de julho de 2008

Render-se ao futebol

Elaine Tavares
Mulher choramingas é coisa difícil de aturar. E mais ainda quando fica de beicinho por causa do seu homem. Boa parte delas, por mais que viva, não consegue aprender que não há competição possível entre elas e o futebol. O segundo sempre vence. E, por conta desta incapacidade compreensiva, elas recorrentemente enchem a paciência das amigas com suas queixas.Ora mulheres, homem é animal futebolístico. Não há o que fazer. Frequentemente eles conheceram a bola bem antes que a nós, portando, esta é uma competição a qual nunca venceremos. A bola sempre virá em primeiro lugar. É uma questão óbvia. Entender isso é o primeiro passo para a vida conjugal feliz. Mulher que não se rende ao futebol está fadada a sofrer. Aos domingos, as quartas, as quintas, as terças e até às segundas que, afinal, estas tabelas dos campeonatos são loucas demais.
Nesse rame-rame de bola, gols, campo, torcida, chuteiras e cerveja, as mulheres têm apenas um caminho: desencanar e viver à larga. Enquanto seu homem joga bola ou assiste ao jogo no bar, vá curtir a vida, ler um livro, encontrar com as amigar, ver um bom filme, jogar um pife, caminhar, cuidar do corpo, sei lá, faça qualquer coisa que dê prazer. Existe vida em solidão sim... E é vida plena.
Não adianta querer acompanhar o homem neste ritual da bola. Isso é coisa deles, magia pessoal. Não é espaço para ser invadido com nossas perguntas tolas, muito menos com nossa presença. Futebol é coisa séria, sagrada. Daí que esse sacerdócio tem de ser enfrentado a sós. O homem e seus iguais. É preciso entender isso. E olha que esse não é papo machista de mulher alienada. É só respeito, profundo respeito por estes momentos de sortilégios que emolduram o encantador mundo masculino.Eles, os homens, são por demais dependentes de nós. Por isso é bom deixá-los sozinhos nestas suas horas feiticeiras. Quando eles voltam, renovados e felizes, quão adoráveis são. É quando os pegamos!...

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