quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Bendita Chuva



Texto de Dinovaldo Gilioli

Ela o olhou discretamente por debaixo dos óculos e foi fisgada imediatamente. Lendo em pé no ônibus e com uma mochila sem alça debaixo do braço, o moço estava anos-luz de distância do olhar dela. 

Sem entender direito o que estava acontecendo, ela, que namorava há três anos, procurou pegar o mesmo ônibus do tal desconhecido que arrebatou o seu coração na primeira olhada e sem sequer ser correspondida. Num desses dias chuvosos, o rapaz estava parado no ponto de ônibus totalmente descoberto. Ela, com sombrinha em punho, não hesitou em lhe oferecer uma carona até a casa dele. 

Havia descoberto naquela semana que residiam próximos. Desse encontro inusitado, com pouca conversa, sutis olhares e sem rolar até um beijo tímido, ela teve a certeza do que queria. No outro dia, conversou com o seu namorado e pediu um tempo. 

Após três meses terminou o namoro e começou a se encontrar com o moço do ônibus. Casados​​ e apaixonados há 37 anos, ele sempre repete: “bendita chuva que nos aproximou”. Na velha sombrinha, única testemunha do encontro, ainda permanecem as marcas desse amor à primeira vista

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!

Anônimo disse...

Romance com gosto de chuva....

Anônimo disse...

E viva a chuva do amor bendito! Tanussi

Dinovaldo Gilioli disse...

Grato pelo retorno!

Dinovaldo Gilioli disse...

Grato pelo retorno!

Dinovaldo Gilioli disse...

Grato pelo retorno!