Texto de Dinovaldo Gilioli
Ela o olhou discretamente por debaixo dos óculos e foi fisgada imediatamente. Lendo em pé no ônibus e com uma mochila sem alça debaixo do braço, o moço estava anos-luz de distância do olhar dela.
Sem entender direito o que estava acontecendo, ela, que namorava há três anos, procurou pegar o mesmo ônibus do tal desconhecido que arrebatou o seu coração na primeira olhada e sem sequer ser correspondida. Num desses dias chuvosos, o rapaz estava parado no ponto de ônibus totalmente descoberto. Ela, com sombrinha em punho, não hesitou em lhe oferecer uma carona até a casa dele.
Havia descoberto naquela semana que residiam próximos. Desse encontro inusitado, com pouca conversa, sutis olhares e sem rolar até um beijo tímido, ela teve a certeza do que queria. No outro dia, conversou com o seu namorado e pediu um tempo.
Após três meses terminou o namoro e começou a se encontrar com o moço do ônibus. Casados e apaixonados há 37 anos, ele sempre repete: “bendita chuva que nos aproximou”. Na velha sombrinha, única testemunha do encontro, ainda permanecem as marcas desse amor à primeira vista
6 comentários:
Muito bom!
Romance com gosto de chuva....
E viva a chuva do amor bendito! Tanussi
Grato pelo retorno!
Grato pelo retorno!
Grato pelo retorno!
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