Rosangela Bion de Assis, jornalista
• brincava de missa e fazia hóstias com o miolo do pão e folhetos de músicas para serem cantadas durante a brincadeira.
• fazia sandálias com papel, plástico e cordão, naquele modelo meio grego. Ficavam engraçadinhas, mas duravam pouquinho.
• fazia roupas com os sacos plásticos que se usa para o lixo para eu e minhas irmãs usarmos durante as apresentações das coreografias que ensaiávamos. Nossas vítimas mais freqüentes eram minha tia e seu namorado. Foi uma prova de fogo para a relação. Eles casaram e vivem bem felizes há mais de 20 anos.
• tínhamos um grupo de nove meninas que ensaiava e apresentava peças de teatro no Centro Social Urbano do Saco dos Limões. Claro, eu escrevia as peças. Meu maior sucesso foi “O Dia das Estrelinhas”. Pedíamos pedaços de tecido no comércio para confeccionar os figurinos.
• brincava de escalar no morrinho que tinha no quintal da casa da minha avó, até o dia que minhas irmãs cansaram de segurar a corda que me prendia e eu escorreguei barranco abaixo.
• fiz um furinho com um alfinete na tampa para beber o Martini que estava na geladeira sem abrir a garrafa. Eu e minha irmã ficamos tontas e acabamos dormindo depois de chupar meia garrafa. Minha mãe teve que pedir ajuda de uma vizinha para arrombar uma janela para entrar em casa. Ela não entendeu nada quando viu a gente dormindo pesado no chão da sala e depois entendeu menos ainda quando viu a garrafa fechada pela metade, dias depois. Eu tratei de arranjar uma explicação científica:
– Evaporou... ficou muito tempo parado na geladeira!
• fazia sorvete com as raspas do gelo do congelador e leite condensado.
• fritava batatinha para a galera da vizinhança depois que minha mãe saía para trabalhar
• fazia experiências com formigas. Elas eram divididas em grupos dentro de vidrinhos, separadas pelo número de pernas que tinham sido retiradas. O objetivo da pesquisa era verificar se a formiga sobrevivia sem pernas. Não lembro do resultado.
• todas as tentativas frustradas de fazer nhoque eram jogadas pra trás do muro de casa. Meu tio ficou assustado quando tempos depois encontrou aquelas bolinhas estranhas. Ele e minha mãe ficaram analisando se não seriam ovos de algum animal.
• dizia para os meus coleguinhas da primeira série que tinha sido operada do pé. Isso me deixava mais importante até o dia que uma amiguinha explicou que o pé não pode ser operado. Fiquei sem palavras.
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