Beth Nogueira, nascida em Pelotas, fez grande parte do seu caminho como jornalista em Florianópolis, SC. Repórter, redatora, editora, sempre foi reconhecida entre os colegas por sua firmeza, tranquilidade, cultura e tenacidade. Guria insistente e persistente tem grande apreço pela língua portuguesa e pela informação bem checada. Ela é a oitava entrevistada do Projeto Repórteres SC.
Beth começou sua carreira ainda estudante de jornalismo atuando como repórter de rádio e foi nas rondas matinais ao vivo que aprendeu a dar valor à reportagem, esse processo profundo de colher a informação e depois lapidá-la em texto garantindo a universalidade dos fatos. Em Santa Catarina passou pela sucursal do Santa, depois pelo Jornal O Estado e Diário Catarinense, além de produzir os encartes estaduais da Revista Veja e outras tantas publicações.
Ela entrou no jornalismo a partir de cálculos bem racionais, não gostava de matemática e fazia boas redações. Assim, entre tantas coisa na área de Humanas, o jornalismo calhou. Ao longo de sua história na área foi aprendendo os macetes e hoje se decepciona um pouco com a qualidade do jornalismo praticado. Aos jovens que iniciam carreira ele recomenda que leiam muito, que tenham curiosidade em aprender e sejam capazes de conhecer os temas antes de fazer entrevistas, porque isso enriquece o texto.
Com tantas memórias para contar Beth esqueceu de falar na entrevista sobre o seu papel na luta sindical, dentro da categoria dos jornalistas. Mas, é bom que se saiba, ela atuou na retomada do Sindicato dos Jornalistas pela esquerda e fez parte de várias diretorias, sempre buscando o melhor para os colegas. Quando seu nome é pronunciado não há quem não tenha uma boa lembrança cheia de carinho e respeito.
A Beth é essa mulher decidida, persistente e atenta. Conheçam sua história.
A jornalista Elaine Tavares, do blog Revista Pobres & Nojentas, conseguiu recuperar imagens inéditas da mobilização que levou às primeiras ocupações organizadas em Santa Catarina. A filmagem foi provavelmente feita pelo fotógrafo Lúcio Giovanella, falecido em 2017. Nela aparecem pessoas fundamentais na luta por moradia em Santa Catarina, como a arquiteta Elisa Jorge, o arquiteto Loureci Ribeiro, o padre Vilson Groh, a irmã Ivone Perassa e o ex-vereador Lázaro Bregue Daniel.
As ocupações dos anos 1990 são analisadas em uma série de 13 entrevistas do Projeto Escritos em Movimento, feitas pela jornalista Míriam Santini de Abreu e pelo jornalista Rubens Lopes e disponíveis em http://escritosemmovimento.blogspot.com
Nos anos 1980, a articulação nacional pela reforma urbana que o país vivia tomou corpo em Florianópolis. Em 14 de setembro de 1984, cerca de 40 pessoas acamparam na frente do Palácio do Governo de Santa Catarina, exigindo o direito à moradia, em uma articulação que pela primeira vez visibilizou os sem-teto como um movimento.
Na edição daquele dia, a notícia sobre a ocupação recebeu, no jornal O Estado, o título “Grupo de desempregados vai ao Palácio pedir auxílio”. O texto, na sua condição de registro inaugural de um movimento então recém-iniciado, realça aspectos daquele período histórico, como a condição de ex-lavradores dos ocupantes, e suas reivindicações, estreitamente relacionadas com a impossibilidade do viver cotidiano, com o qual o Estado, em relação àquelas pessoas, não queria se comprometer:
Desesperados e revoltados com sua situação, um grupo de 20 pessoas foi, ontem pela manhã, até o Palácio do Governo pedir ajuda ao Governador Esperidião Amin. São ex-lavradores vindos do interior do Estado que não têm casa, emprego e alimentos, e que no fim do seu êxodo não encontraram maneira de sobreviver na Capital.
[...]
Não encontrando emprego na Capital (...), estas famílias levaram uma série de reivindicações ao Governador: um lugar para morar; um pouco de madeira para construir seus barracos (...); emprego na Comcap, Prefeitura ou DNER ou qualquer outro lugar; escola para crianças; assistência médica e alimentação para recomeçar a vida.
[...]
O Chefe da Casa Civil mostrou-se surpreso com a lista de pedidos afirmando que “o Governo não pode resolver seus problemas. Ajudamos vocês, mas amanhã vêm outras pessoas pedindo casa e comida. O que eu posso fazer é encaminhá-los à Secretaria de Desenvolvimento Social para serem cadastrados para que encontre uma solução. “Explicou ainda que a reivindicação é difícil de atender, pois afinal, é um exagero querer escola, assistência médica e casas. Nós não temos condições de dar nada disso. Vocês não deveria (sic) ter saído de onde moravam sem emprego certo e casas. Por isso acho que agora o problema é de vocês”. Nesse instante, Assis Filho [Chefe da Casa Civil] foi ajudado pelo Chefe da Casa Militar, Coronel Saulo Nunes de Souza que afirmou: “Vocês não estão sendo orientados pelos padres, então mandem a Igreja dividir suas terras. Vão pedir um lugar nas terras do Bispo de Chapecó, Dom José Gomes porque o Estado não tem.
[...] (GRUPO... O Estado, 14 set. 1983, p. 2). [Uso das aspas como no original]
Seis anos depois, em julho de 1990, o movimento coordenou a primeira ocupação organizada de terras na capital catarinense, em um terreno público às margens da Via Expressa – ligação rodoviária entre a BR-101 e a Ilha – onde hoje está o bairro Monte Cristo, na porção continental, que foi chamada de Ocupação Novo Horizonte. Segundo o professor Francisco Canella, os conflitos, que inicialmente aconteciam de forma mais isolada, foram adquirindo maior organicidade quando as lideranças de diferentes localidades passaram a se organizar:
As ações passaram a ser mais e mais conjugadas ao esforço de atores ligados à Igreja Católica (pastorais e CEBs) de organizar esses moradores pobres. Esses atores da Igreja, que possuíam grande inserção junto aos moradores dos bairros onde se desenrolavam os conflitos, funcionavam efetivamente como mediadores, pois faziam a ligação desses moradores com outros setores da sociedade (tais como universidade, advogados, militantes de outros movimentos, sindicatos) que através da imprensa, divulgavam sua causa e pressionavam a prefeitura. Com forte influência do discurso da Teologia da Libertação, focado na justiça social, o movimento assumiu um caráter politicamente progressista e, em pouco tempo, passou a protagonizar ações de enfrentamento com a prefeitura e outros órgãos públicos. Numa postura mais agressiva, superando a mera resistência às ações de despejo, o grupo que se organizava em torno do CAPROM [Centro de Apoio e Promoção do Migrante] fez a opção pelas ocupações organizadas (CANELLA, 2015, p. 223-4).
Apresentou-se então, explica o professor Lino Peres, naquele contexto/período, um processo de ocupação territorial para garantir de forma imediata a terra e as condições mínimas de habitabilidade diante da impossibilidade de se ter acesso, pelas vias formais, à moradia. No primeiro momento, a ocupação se dá de forma irregular, pela auto-construção da moradia, em que o imediato e urgente são a regularização da terra e o acesso ao trabalho e, em segundo lugar, aos serviços urbanos mais cotidianos. No segundo momento, quando ocorre a regularização da terra ou desaparece o perigo imediato de despejo, a infraestrutura e os serviços são vistos e tratados de forma diferente, já como processos consolidados, assim como a moradia:
A moradia começa a ser entendida como pertencimento, lugar de identificação psicossocial, onde a necessidade de melhoria definitiva das condições de habitabilidade cobra sentido ambiental, estético e construtivo, claro que regidos pela disponibilidade de recursos; a partir daí, são progressivos (PERES, 1994, p. 622).
No terceiro momento, a preocupação com a melhoria urbana e da moradia ocupa um lugar central; no quarto, o assentamento auto-construído tende a ser incorporadao à malha urbana e pouco a pouco a área em questão já não é mais considerada marginal pelo Estado e as elites e passa a integrar a cidade. Esse é o caso das comunidades do Monte Cristo, bairro onde ocorreu a ocupação mostrada no vídeo.
Aquela ocupação histórica de 1990 teve, além da cobertura do jornalismo tradicional, também a de um veículo importante naquele período, o Jornal das Comunidades,, que enfatizou, na chamada de capa, sob a manchete “OCUPAÇÃO”, a ideia de resistência diante de uma vida cotidiana onde o uso pleno da cidade é impedido:
Cem famílias sem terra, sem teto e sem medo escreveram um pedaço de História, com as próprias mãos, na madrugada fria de 28 para 29 de julho. Ocuparam um terreno baldio da Cohab, no Pasto do Gado às margens da Via Expressa, em Florianópolis. Foi a primeira ocupação organizada de áreas urbanas de Santa Catarina. E eles querem fincar pé naquela terra.
– Somos nós que construímos esta cidade, mas até agora não nos deram o direito de morar dignamente. Por isso, decidimos: OCUPAR, RESISTIR E CONSTRUIR.
A ocupação é a última saída para os 40 mil sem-teto da Capital, que vivem no sufoco do aluguel, no aperto dos cortiços e sob a ameaça dos despejos (OCUPAÇÃO, jul./ago. 1990, p. 1).
Do Jornal das Comunidades, publicação da então Coordenação da Comissão de Associações de Moradores de Florianópolis, há oito edições impressas entre maio de 1989 e dezembro de 1990. A tiragem era de 3 mil exemplares distribuídos em comunidades do Maciço do Morro da Cruz e em bairros onde havia ocupações de famílias de baixa renda.
Nos anos seguintes, novas ocupações ocorreram, processo que perdeu força a partir de 1993, em função de divisões internas do movimento e das expectativas criadas com a eleição e gestão da Frente Popular (PPS, PT, PCdoB, PCB, PSB, PDT, PSDB e PV) em Florianópolis, entre 1993 a 1996.
Nas duas décadas seguintes, o crescimento populacional de Florianópolis foi acompanhado também pela agudização do chamado déficit habitacional,. É neste contexto que 2012 marca o que o professor Francisco Canella define como o segundo ciclo de ocupações organizadas na área conurbada de Florianópolis (com São José, Biguaçu e Palhoça), com a 1) Ocupação Contestado, no município de São José, em novembro de 2012; 2) Ocupação Palmares, na Serrinha, localizada no Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, em 2013; 3) Ocupação Amarildo de Souza, no bairro da Vargem Pequena, Norte da Ilha de Santa Catarina, a maior delas, em 2013.
Atualmente, há uma série de outras ocupações na região, com milhares de pessoas na luta por moradia em uma realidade na qual os imóveis para comprar ou alugar estão entre os mais caros do país. Por isso a importância do vídeo recuperado e divulgado pela jornalista Elaine Tavares, expressando um momento singular de luta coletiva em Florianópolis que conquistou a moradia.
Fontes:
CANELLA, Francisco. Cidade turística, cidade de migrantes: movimento dos sem-teto e representações sociais em Florianópolis (1989 - 2015). Revista Libertas On-Line (Revista da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Juiz de Fora - MG). v. 15, n. 2, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/libertas/article/view/18457 Acesso em: 23 jun. 2023.
CANELLA, Francisco. O movimento dos sem-teto em Florianópolis: mudanças no perfil dos atores e práticas (1990 – 2013). Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 50, n. 2, p. 268-288, dez. 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/2178-4582.2016v50n2p268/33925. Acesso em: 23 jun. 2023.
GRUPO DE DESEMPREGADOS VAI AO PALÁCIO PEDIR AUXÍLIO. O Estado. Florianópolis (SC), 14 set. 1984, p. 2.
OCUPAÇÃO. Jornal das Comunidades. Florianópolis (SC), jul./ago. 1990, nº 6, p. 1.
PERES, Lino Fernando Bragança. Crisis de un patron de desarrollo territorial y su impacto urbano-habitacional en Brasil (1964-1992): la punta del iceberg: los “sin-techo” en la region de Florianópolis, SC. Tesis apresentada à Facultad de Arquitectura da Universidad Nacional Autonoma de Mexico. Mexico, 1994.
PERES, Lino Fernando Bragança. Da crise do padrão habitacional de grande escala à expansão das periferias urbanas: os sem-teto como a ponta do iceberg do processo de segregação e exclusão sócio-espacial. In: Encontro Nacional da Anpur, 6, 1995, Brasília. Anais... Brasília: ANPUR, 1995. p. 106-125. Disponível em: http://anpur.org.br/project/anais-do-vi-encontro/. Acesso em: 23 jun. 2023.
O primeiro dia de inverno recebeu a jornalista Beth Nogueira para mais uma edição do projeto Repórteres SC. Na esplanada da Catedral, com um leve ventinho gelado, Beth contou de sua infância em Pelotas, dos tempos de introspecção grudada em revistas e livros e da sua escolha pelo jornalismo. Ela começou na profissão nos anos 1970, em uma revista/agência chamada Jack Rubens, quando ainda era estudante. Depois, conseguiu emprego numa rádio e foi neste veículo que começou a vida de repórter, pegando ainda um bom tempo da ditadura.
Em Santa Catarina seu primeiro trabalho foi no bom e velho Santa (atuou na sucursal), passando depois pelo O Estado e Diário Catarinense. De personalidade firme e algo teimosa, sua marca registrada sempre foi justamente a capacidade não aceitar tudo como verdade. Sempre há que investigar. No Diário, fazia o trabalho de redatora e subeditora, funções que praticamente nem existem mais no jornalismo.
Beth falou de um tempo de ouro do jornalismo, no qual o trabalho em equipe fazia toda a diferença. Também ressaltou a importância de se oferecer ao leitor um texto preciso, bem escrito e com as informações corretas. Meticulosa, sempre deu o seu melhor. Ao logo de toda a sua caminhada no jornalismo ainda ela ainda fez assessoria e produziu várias outras publicações. Beth contou histórias e se emocionou ao lembrar toda a beleza que é a trajetória de uma vida.
As fotos são de Rosane Lima e a filmagem de Felipe Maciel Martínez.
Imara Stallbaum quando fala é pura paixão. Paixão pela vida, pelo jornalismo, pela reportagem. Mexe os braços, abre os imensos olhos, troveja e dá risada. Ela é a sétima entrevistada do Projeto Repórteres SC a traduzir em quase uma hora de conversa uma vida inteira.
Nascida em Porto Alegre e começando sua caminhada no jornalismo sem muitas certezas ela foi se construindo repórter na prática cotidiana. Bebeu conhecimento na faculdade, mas principalmente na parceria com outros colegas mais experientes. Andou pelas estradas do Rio Grande e depois veio para Santa Catarina onde passou pelo mais antigo, O Estado, e também pelo Diário Catarinense.
Amealhou vivências e prêmios, sempre conectada com a vida real. Foi também nos caminhos do jornalismo que conheceu seu grande amor, o Mafalda, companheiro de décadas e é com ele que ainda percorre as veredas do estado fazendo matéria. Reverencia sua trajetória e amiúde se emociona com as lembranças. Recomenda aos jovens que gostem de gente, porque sem isso não pode haver bom jornalismo. E deixa bem claro que ainda tem pautas demais no seu caminho, por isso segue firme no trabalho, ora divulgando ciência, ora as lutas ambientais ou simplesmente as gentes.
Acompanhem esse papo, eivado de energia, alegria e belas memórias.
Já está em edição a sétima entrevista do Projeto Repórteres SC, desta vez com a repórter Imara Stallbaum, que começou a carreira em Porto Alegre e, em Santa Catarina, passou pelo Diário Catarinense e O Estado, tendo ainda trabalhado em uma série de veículos no país em diferentes editorias.
Além das redações, Imara foi professora de redação jornalística em três diferentes cursos aqui no Estado entre 2000 e 2007 e recebeu uma série de prêmios por suas reportagens especiais, destacando-se no jornalismo investigativo, cientifico e ambiental, atuando também em agência, a Mafalda Press.
Durante a entrevista, o registro da repórter fotográfica Rosane Lima e, na filmagem, o jornalista Rubens Lopes de Souza, com presença do fotojornalista e repórter Antonio Carlos Mafalda, que acompanhou o trabalho. Aguardem que vem narrada mais uma bela trajetória de quem fez e faz jornalismo em Santa Catarina.
Já está no ar mais um episódio da série Repórteres/SC, com o depoimento do jornalista Celso Vicenzi. Ele conta a história do gurizinho que queria ser jogador de futebol e escrever humor, mas que acabou encontrando a estrada do jornalismo. Leitor dos clássicos da literatura, apaixonado pela palavra, o caminho trilhado encontrou a reportagem, esse gênero do jornalismo que exige estofo e trabalho pesado.
Ele relembrou grandes coberturas e deu boas dicas para a geração que hoje está começando no jornalismo. Depois, fora da cena, como a vida é rica e cheia de memórias, deixou registrada uma nova leva de lembranças:
- a série de matérias com a Família Schurmann, com quem passou 45 dias entre a Argentina e o Chile, na segunda volta ao mundo que fizeram. E foi no período a segunda pior tempestade, ventos de 80 km/h durante 12 horas e rajadas de até 100 km/h.
- a série de reportagens para o Diário Catarinense sobre a violência contra a mulher, em que usou nas capas imagens impactantes de Picasso, Munch, Dali, Magritte, Debret e Delacroix, entre outros. E na contracapa apareciam obras de Mondrian. Nos quadrados e retângulos coloridos, colocava um resumo dos BOs de violências praticadas contra as mulheres, só com as iniciais delas e dos agressores.
- a experiência de pauteiro da TV Barriga Verde, quando foi implantada em Florianópolis, e fazia parte da equipe, para quem fez muitas pautas, a jornalista Sônia Bridi, que veio a se tornar uma das grandes repórteres de TV do Brasil, com atuação na Rede Globo.
- a referência à Renan Antunes de Oliveira como exemplo de um grande jornalista de texto. Renan ganhou o Prêmio Esso de Reportagem de 2004, sobre o suicídio do filho de um importante político do RS. “Uma aula de jornalismo”, destacou Celso. O nome da matéria é "A tragédia de Felipe Klein". Vale a pena conferir, além do livro que Renan escreveu sobre as suas principais reportagens.
- a referência às muitas exposições fotográficas quando esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas de SC (SJSC), sendo uma delas, no CIC, a World Press International, a maior do mundo, e os 20 anos da Agência Gamma, uma das três maiores do planeta.
- Também no CIC, mencionou a exposição dos principais cartunistas brasileiros com show da banda "Muda Brasil Tancredo Jazz Band", com os irmãos Paulo e Chico Caruso, Luis Fernando Verissimo e Reynaldo (do Casseta e Planeta).
- Esse período do Sindicato foi tão intenso que acabou integrando o livro da professora doutora Ilse Scherer-Warren em co-autoria com Jean Rossiaud, intitulado "Democratização em Florianópolis: resgatando a memória dos movimentos sociais". Dez pessoas foram ouvidas no livro, Celso uma delas, como presidente do Sindicato, junto com o padre Vilson Groh, Luci Choinacki, Clair Castilhos, João Carlos Nogueira e outros.
- Mencionou os bons tempos dos frilas, que não existem mais. Celso escreveu durante cerca de uma década para a revista Visão e colegas de redação eram correspondentes da Veja, Folha de S. Paulo, Estadão, Jornal do Brasil, O Globo, Revista Placar e outras.
A equipe de gravação contou com a jornalista Elaine Tavares, Felipe Maciel Martínez na câmera e a repórter fotográfica Rosane Talayer de Lima no registro da atividade. Seguimos!
Nesta semana gravamos mais um episódio da série que busca eternizar a memória de repórteres que fizeram e fazem a história do jornalismo em Santa Catarina. Desta vez foi com um dos jornalistas mais importantes da capital, seja na sua jornada como repórter, editor e escritor ou na sua ação política e sindical: Celso Vicenzi.
Na sombra do belo palácio Cruz e Sousa, Celso falou de sua infância, sobre como chegou ao jornalismo, sua caminhada como repórter e editor. Relembrou grandes coberturas e deu boas dicas para a geração que hoje está começando no jornalismo. Depois, fora da cena, como a vida é rica e cheia de memórias, lembrou da sua aventura no mar com a Família Schurman, das inúmeras exposições fotográficas que o Sindicato dos Jornalistas, sob sua presidência, promoveu, as exposições dos trabalhos dos cartunistas e os bons tempos dos frilas, que já não existem mais, quando trabalhou para a Revista Visão, e outros colegas na Veja, Folha de São Paulo, o Estadão, Jornal do Brasil, O Globo, Revista Placar e outras.
Durante a entrevista que em breve será divulgada, o registro da repórter fotográfica Rosane Lima, capturando com a delicadeza de seu olhar as diversas nuances da contação de histórias desse grande nome do jornalismo catarinense. Na filmadora, o nosso compa Felipe Maciel Martínez. Aguardem que já sai mais um belo depoimento do projeto repórteres.
A fachada do Teatro da Ubro, no Centro de Florianópolis, foi o local escolhido para a quinta entrevista do Projeto Repórteres SC, realizada nesta terça-feira (4) com a jornalista Linete Martins. Nascida na cidade de Santana do Livramento, fronteira com Rivera, no Uruguai, Linete experimentou as lidas no jornalismo ainda na escola, e a paixão pela profissão a levou a iniciar o curso em Pelotas e, mais tarde, reiniciar em Florianópolis, onde já chegou com experiência na área.
Na entrevista, Linete conta como foi a histórica greve dos jornalistas no jornal O Estado, em 1989, provocada por atraso nos salários. Sobre a cobertura política, em que atuou como jornalista e assessora da imprensa, ela recordou de um episódio marcante: a participação em uma coletiva com o então candidato a presidente da República Fernando Collor de Mello na qual, em sua pergunta, apareceu a luta sindical em defesa da categoria.
Linete também falou sobre colegas que foram importantes em sua trajetória e abordou as mudanças na carreira, hoje voltada para assessoria e consultoria em comunicação em parceria com a filha, a também jornalista Luiza Coan Machado, que acompanhou a entrevista.
À pergunta final sobre o tema do qual falaria se fosse dar uma aula a jovens jornalistas, refletindo sobre a própria trajetória, Linete mencionou o trecho de uma entrevista feita por ela com o educador Paulo Freire para o Diário da Manhã, de Pelotas. Acompanhe agora.
A fachada do Teatro da Ubro, no Centro de Florianópolis, foi o local escolhido para a quinta entrevista do Projeto Repórteres SC, realizada nesta terça-feira (4) com a jornalista Linete Martins. Nascida na cidade de Santana do Livramento, fronteira com Rivera, no Uruguai, Linete experimentou as lidas no jornalismo ainda na escola, e a paixão pela profissão a levou a iniciar o curso em Pelotas e, mais tarde, reiniciar em Florianópolis, onde já chegou com experiência na área.
Na entrevista, Linete conta como foi a histórica greve dos jornalistas no jornal O Estado, em 1989, provocada por atraso nos salários. Sobre a cobertura política, em que atuou como jornalista e assessora da imprensa, ela recordou de um episódio marcante: a participação em uma coletiva com o então candidato a presidente da República Fernando Collor de Mello na qual, em sua pergunta, apareceu a luta sindical em defesa da categoria.
Linete também falou sobre colegas que foram importantes em sua trajetória e abordou as mudanças na carreira, hoje voltada para assessoria e consultoria em comunicação em parceria com a filha, a também jornalista Luiza Coan Machado, que acompanhou a entrevista.
À pergunta final sobre o tema do qual falaria se fosse dar uma aula a jovens jornalistas, refletindo sobre a própria trajetória, Linete mencionou o trecho de uma entrevista feita por ela com o educador Paulo Freire para o Diário da Manhã, de Pelotas. Quer saber qual o conteúdo? Não deixe de conferir o programa com Linete, que será divulgado nos próximos dias!
Foi cercado pelas personagens do boi-de-mamão, que nos espiavam na sala tomada de empréstimo no Mercado Público de Florianópolis, que o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, o PC, nos concedeu a quarta entrevista do projeto Repórteres SC.
O lugar, com os janelões de madeira aparando o sol e o vento, não poderia ser mais adequado! PC falou sobre ele em um de seus livros, “Mercado Público e suas histórias” (2013), com o fotógrafo Danísio Silva, obra ampliada a partir da anterior, de 2007, com situações e personagens de um dos mais emblemáticos pontos de encontro da capital catarinense.
Com o caderno de anotações no colo, PC falou sobre a infância em Quilombo, no oeste do estado, onde, na Biblioteca da Prefeitura, descobriu o mundo das histórias. Em Florianópolis, cursando Letras, começou a trabalhar no jornal O Estado, onde ficou por uma década, e nas décadas seguintes foi afinando a experiência como repórter, colunista, editor, editorialista, cronista, assessor de imprensa e também escritor, além de ter atuado como professor.
Na entrevista, PC analisa a cobertura de cidade pela imprensa e avalia o atual cenário jornalístico da capital e do estado e as consequências para a produção de reportagens. Ele fala ainda sobre as coberturas que fez na área de cultura, tendo entrevistado artistas de diferentes áreas, e relembra as matérias nascidas de acontecimentos imprevistos ocorridos em lugares onde ocasionalmente ele estava de passagem. Como diziam na redação, é um desses repórteres que a notícia procura.
PC, que bom para o jornalismo catarinense que tu existas!
Foi cercado pelas personagens do boi-de-mamão, que nos espiavam na sala tomada de empréstimo no Mercado Público de Florianópolis, que o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, o PC, nos concedeu a quarta entrevista do projeto Repórteres SC.
O lugar, com os janelões de madeira aparando o sol e o vento, não poderia ser mais adequado! PC falou sobre ele em um de seus livros, “Mercado Público e suas histórias” (2013), com o fotógrafo Danísio Silva, obra ampliada a partir da anterior, de 2007, com situações e personagens de um dos mais emblemáticos pontos de encontro da capital catarinense.
Com o caderno de anotações no colo, PC falou sobre a infância em Quilombo, no oeste do estado, onde, na Biblioteca da Prefeitura, descobriu o mundo das histórias. Em Florianópolis, cursando Letras, começou a trabalhar no jornal O Estado, onde ficou por uma década, e nas décadas seguintes foi afinando a experiência como repórter, colunista, editor, editorialista, cronista, assessor de imprensa e também escritor, além de ter atuado como professor.
Na entrevista, PC analisa a cobertura de cidade pela imprensa e avalia o atual cenário jornalístico da capital e do estado e as consequências para a produção de reportagens. Ele fala ainda sobre as coberturas que fez na área de cultura, tendo entrevistado artistas de diferentes áreas, e relembra as matérias nascidas de acontecimentos imprevistos ocorridos em lugares onde ocasionalmente ele estava de passagem. Como diziam na redação, é um desses repórteres que a notícia procura.
PC, que bom para o jornalismo catarinense que tu existas!
Com uma trajetória iniciada em Tubarão, desenvolvida em Florianópolis e hoje alcançando diferentes regiões do estado, através da Central de Imprensa das Federações Esportivas de Santa Catarina (Cifesc), o jornalista Júlio Castro é o terceiro entrevistado do Projeto Repórteres SC.
Ainda no colégio em Tubarão, Júlio se envolveu com uma equipe que fazia a Gazeta Estudantil. E foi na juventude, ouvindo rádio, que se apaixonou pelo fazer dos narradores e comentaristas, em especial do esporte, e começou a atuar na área. Laçou uma oportunidade que apareceu e se mudou para Florianópolis, onde trabalhou em diferentes veículos e funções, entre elas o rádio esportivo. A entrevista, que começou na Praça XV, se completou na Travessa Ratcliff, pertinho da sede da Rádio Guarujá, onde Júlio trabalhou em duas ocasiões, com endereço na Rua Nunes Machado, Edifício Tiradentes.
Na entrevista, ele falou sobre as coberturas marcantes das quais participou, citou colegas que marcaram sua trajetória, analisou a cobertura do esporte amador e relembrou a passagem de Pelé por Santa Catarina, que noticiou quando integrante da equipe de jornalistas de A Notícia durante a cobertura dos Jogos Abertos de Santa Catarina em São Bento do Sul, em 1996.
Na equipe, Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu na entrevista, Felipe Maciel Martínez na gravação e a repórter fotográfica Rosane Lima no making of.
Com uma trajetória iniciada em Tubarão, desenvolvida em Florianópolis e hoje alcançando diferentes regiões do estado, através da Central de Imprensa das Federações Esportivas de Santa Catarina (Cifesc), o jornalista Júlio Castro foi o terceiro entrevistado do Projeto Repórteres SC.
Ainda no colégio em Tubarão, Júlio se envolveu com uma equipe que fazia a Gazeta Estudantil. E foi na juventude, ouvindo rádio, que se apaixonou pelo fazer dos narradores e comentaristas, em especial do esporte, e começou a atuar na área. Laçou uma oportunidade que apareceu e se mudou para Florianópolis, onde trabalhou em diferentes veículos e funções, entre elas o rádio esportivo. A entrevista, que começou na Praça XV, se completou na Travessa Ratcliff, pertinho da sede da Rádio Guarujá, onde Júlio trabalhou em duas ocasiões, com endereço na Rua Nunes Machado, Edifício Tiradentes.
Na entrevista, ele falou sobre as coberturas marcantes das quais participou, citou colegas que marcaram sua trajetória, analisou a cobertura do esporte amador e relembrou a passagem de Pelé por Santa Catarina, que noticiou quando integrante da equipe de jornalistas de A Notícia durante a cobertura dos Jogos Abertos de Santa Catarina em São Bento do Sul, em 1996.
O vídeo estará disponível em breve! Na equipe, Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu na entrevista, Felipe Maciel Martínez na gravação e a repórter fotográfica Rosane Lima no making of.
Jornalista Elaine Tavares é a primeira entrevistada
Por Míriam Santini de Abreu
A equipe da Pobres & Nojentas inicia em março de 2023 mais um projeto, o Trajetórias e Histórias. O objetivo é conversar com pessoas cuja história de vida se entrelaça com as lutas populares em Santa Catarina. Eu e Elaine Tavares faremos as entrevistas, com gravação e edição do jornalista Rubens Lopes de Souza.
A primeira entrevistada é a jornalista Elaine Tavares, cujo fazer profissional é narrar as sucessivas rebeliões do vivido no cotidiano dos e das trabalhadoras. Desde pequena, nascida na fronteira, a guriazinha de Uruguaiana vive para continuamente fazer coisas.
Elaine já viveu em quatro estados, atuou em todas as áreas e funções pelas quais um jornalista pode passar (tevê, rádio, jornal, assessoria de imprensa, assessoria parlamentar, sindical, docência) tanto na mídia tradicional quanto no jornalismo independente.
Ela trabalha no Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC), tem um programa semanal na Rádio Comunitária Campeche, cuida do blog da Pobres & Nojentas e também do próprio blog, o Palavras Insurgentes, no qual a primeira postagem foi em outubro de 2007. Ali está a lista dos livros escritos por Elaine, nove, fora os capítulos publicados em coletâneas.
Ela já andou muito pelos pagos do mundo, afiou seus sortilégios nas terras da Andaluzia, da China, da Rússia, do Egito, da Pátria Grande Latino-Americana, mas ama Florianópolis do fundo do peito; saltita Centro afora feito uma lebre vendo as tendências com nossa querida amiga em comum Jussara Godoi e faz poema das veredas arenosas do Campeche, onde uma coruja dourada a aguarda todas as noites.
Conheci Elaine em agosto de 2000, quando assumi como jornalista no Sindicato dos Trabalhadores da UFSC, o Sintufsc, em plena greve dos servidores técnico-administrativos. Ela foi coordenadora de Comunicação do Sindicato e por ela e pela também coordenadora e jornalista Raquel Moysés conheci a obra dos jornalistas Adelmo Genro Filho e Marcos Faerman, para mim desencadeadores de epifania jornalística. Já estou na segunda carteira profissional e posso afirmar que não houve lugar de trabalho mais importante na minha própria trajetória do que o Sintufsc.
Particularmente, ao longo de 23 anos de convivência com a Elaine, a quem chamo de Cabecinha, a imagem que melhor define nossa caminhada é a cena final do filme "Anahy de las Misiones", de 1997. Ela é fronteiriça, eu sou serrana, e seguimos juntas em marcha rumo ao vasto e inevitável abismo, nas nossas carroças já rangentes, do embornal caindo projetos maravilhosamente fadados a prejuízos financeiros, mas movidas pelo contentamento e encantamento mútuo de fazer coisas.
Rumo ao nascente, Anahy, minha amiga, ao levante, sempre pra frente!!! Abra-se o maldito abismo!
EM TEMPO! Gravamos a entrevista na Praça XV, de frente para a Figueira. A Elaine está para publicar um novo livro chamado "Mentindo para a Figueira". Mas, na entrevista, só trouxe verdades!
O projeto Repórteres SC apresenta hoje o repórter fotográfico Sérgio Vignes, entrevistado na frente da Kibelândia, na Victor Meirelles, uma das ruas que expressa a boêmia urbana no Baixo Centro de Florianópolis.
Vignes contou como foi o primeiro contato dele com a fotografia, ainda menininho. Ao longo da entrevista, ele detalhou a atuação na FATMA, hoje IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) e narrou os fatos que levaram aos belos registros fotográficos que fez de Franklin Cascaes, pesquisador do folclore ilhéu, em 1982. Vignes falou ainda sobre o trabalho desenvolvido para o Instituto Observatório Social, ligado à CUT, suas experiências no fotojornalismo e também a prática da fotografia urbana no Centro de Florianópolis, que divulga pelas redes sociais, documentando assim o cotidiano urbano do Centro de Florianópolis.
Essa segunda entrevista contou com o trabalho do cinegrafista Felipe Maciel Martínez, da repórter fotográfica Rosane Lima, que fez as fotos dos bastidores, e de Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu na entrevista.
O projeto iniciou em fevereiro com a entrevista do repórter Edson Rosa.
Gravado no histórico Largo da Alfândega, no Centro de Florianópolis, o primeiro episódio do projeto Repórteres SC está na nuvem, trazendo a belezura da história e do trabalho do repórter Edson Rosa. Nascido na capital, Edson fala sobre sua infância e juventude, o primeiro trabalho, ainda muito jovem, lidando com jornal, a passagem por jornais de Santa Catarina, a parceria com colegas nas coberturas e a relação com a vida e as pautas que pululam na cidade, prontas para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir.
Entre outras premiações, em 2016 Edson recebeu o Prêmio Dakir Polidoro de Imprensa, uma das principais homenagens a comunicadores no Estado, em sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores. Ele é reconhecido por suas matérias sobre a cidade e o meio ambiente, tendo especial apreço por tudo que envolve a pesca, os pescadores e o mar.
Na conversa aparecem histórias deliciosas, como a da “isca” ele que usou para convidar à reportagem uma família de gaviões carcará que habitava as copas das árvores da Praça 15. O texto, com as fotos de Daniel Queiroz, pode ser lido em https://ndmais.com.br/noticias/em-extincao-familia-de-gavioes-carcara-reina-entre-as-copas-das-arvores-de-florianopolis/
A costura da memória trouxe, pela fala de Edson, outros e outras repórteres, repórteres fotográficos e cinegrafistas, pauteiros, editores e também motoristas que fizeram história no jornalismo catarinense e que serão entrevistados no decorrer do ano.
A equipe do projeto, que já gravou a segunda entrevista (aguardem!) é composta por Míriam Santini de Abreu – jornalista; Elaine Tavares – jornalista; Rubens Lopes – jornalista; Rosane Lima - repórter fotográfica; Leonardo Antônio – músico; Leopoldo Paqonawta – design; Felipe Maciel Martínez – cinegrafista; Paulo Renato Venuto – músico.
E assim vai se constituindo a memória dos fazeres e saberes dos e das trabalhadoras do jornalismo catarinense. Sigamos!
O projeto Repórteres SC segue agregando gente
disposta a contribuir para que o trabalho fique bonito. Esta semana terminamos
de gravar a trilha sonora que acompanhará os vídeos de entrevista, dando belezura
para a vinheta de abertura e colorindo as passagens. O trabalho musical é dos
músicos Paulo Renato Venuto e Leonardo Antônio. A parte técnica da gravação foi
conduzida por Rubens Lopes com o apoio de Uaná Lopes.
Com o sol de janeiro esbravejando, no histórico Largo da Alfândega, fizemos nesta quarta-feira (25) a primeira gravação do projeto "Repórteres SC". O repórter Edson Rosa abriu os trabalhos, falando sobre sua infância e juventude, o primeiro trabalho, ainda muito jovem, lidando com jornal, a passagem por jornais de Santa Catarina, a parceria com colegas nas coberturas e a relação com a vida e as pautas que pululam na cidade, prontas para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir.
Histórias deliciosas, como a da "isca" que usou para convidar à reportagem uma família de gaviões carcará que habitava as copas das árvores da Praça 15. O texto, com as fotos de Daniel Queiroz, pode ser lido em https://ndmais.com.br/noticias/em-extincao-familia-de-gavioes-carcara-reina-entre-as-copas-das-arvores-de-florianopolis/
A gravação ficou com o jornalista Rubens Lopes de Souza, e a repórter fotográfica Rosane Lima fez o making-of, capturando lindamente a alegria que foi essa primeira conversa do projeto. A costura da memória trouxe, pela fala de Edson Rosa, outros e outras repórteres, repórteres fotográficos e cinegrafistas, pauteiros, editores e também motoristas que fizeram história no jornalismo catarinense.
Feita a entrevista, rimos muitos de pautas e coberturas antológicas lembradas por Edson e Rosane, que trabalharam juntos. Em meio às recordações de tantos apuros para trazer notícias, os dois vieram com uma tirada das boas: "Pensa na roubada que rende!"
As jornalistas Miriam Santini de Abreu e Elaine Tavares falam sobre como surgiu a ideia do projeto que contará a história de vida e as práticas dos repórteres de Santa Catarina.
As jornalistas Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu estiveram reunidas para o planejamento do projeto Repórteres SC. A primeira fase da proposta tem sido o levantamento dos nomes dos profissionais de texto, foto, imagem e rádio que serão entrevistados. A intenção é buscar os repórteres nas diversas regiões do estado visando também garantir espaço para o pessoal que trabalha no interior e que, geralmente, fica mais invisibilizado. É um trabalho de longo alcance que deve se estender por bastante tempo, afinal, como é comum no jornalismo independente, os meios materiais para dar concretude às ideias são sempre ínfimos. Ainda assim as pobrinhas estão dispostas a caminhar, descortinando a memória do jornalismo catarinense, eternizando as histórias pessoais e coletivas, além de plasmar na memória uma forma de fazer jornalismo que não existe mais.
A primeira fase do projeto consiste de entrevistas aprofundadas com os repórteres e a segunda fase buscará, nos colegas e amigos, a memória daqueles e daquelas que já partiram desse plano. Por fim, a intenção é deixar registrada a caminhada desses profissionais e, nelas, a história do fazer jornalístico no nosso estado.
Na próxima semana a ideia começa a andar, com a primeira entrevista já marcada. Aguardem... Construiremos juntos esse largo e luminoso caminho...
Ainda que o jornalismo seja uma prática que parece estar em hibernação, não são poucos os grandes repórteres – homens e mulheres - que fazem e fizeram a história do jornalismo em Santa Catarina. Gente da melhor qualidade, comprometida com o jornalismo de verdade, esse que investiga, que observa, que enxerga a realidade, que contextualiza, que interpreta, que narra com bossa, seja na palavra ou na luz.
E é para eternizar a história desses profissionais que a Pobres e Nojentas começa neste ano de 2023 um projeto novo chamado “Repórteres SC”, através do qual vão contar, em vídeo, a história de vida e a caminhada profissional de cada um e cada uma que escolheu narrar a realidade dos catarinenses.
A ideia é montar um banco de informações para que estas histórias se eternizem garantindo assim a memória viva do jornalismo do nosso tempo. Na produção estaremos as pobrinhas: eu e Míriam Santini de Abreu, contando também com a parceria de Rubens Lopes. Um projeto modesto, mas que tem por ambição plasmar a memória do que há de melhor no jornalismo catarinense.
Aguardem, que já chega. Estamos já em produção... O janeiro começa quente...