Elaine Tavares
Esta bela homenagem aos mortos aprendi com os povos originários da Bolívia. Quando é dois de novembro eles fazem festas e comilanças para receber os que já partiram desta vida, porque acreditam que nesse dia eles vêm para passear entre os vivos. Na véspera as gentes ajeitam as fotografias ou qualquer outra lembrança dos seus e preparam pãezinhos doces para que eles sintam-se acolhidos com o gosto da vida boa. Junto das fotos ficam também dois pães bem especiais, feitos em formato de cavalo e de escada. É que contam os mais velhos que, durante a noite, os mortos descem do céu pela escada que ali está e, com o cavalinho, eles saem a passear de casa em casa, visitando parentes e amigos. Dizem ainda que sempre acontece algo inusitado para avisar que os mortos estão por aqui. Um vento, uma porta que bate, qualquer coisa assim...
Foi assim que neste dois de novembro preparamos nossos mortos. Cada um deles foi colocado na cesta dos pães junto com a escada e o cavalinho. Todos puderam descer e andar por aí, comendo, dançando, cantando ou apenas conversando. O Renato fez os pãezinhos com chocolate e nós desfrutamos de um delicioso café. Durante o dia percebemos que os mortos por ali passavam, um a um, fosse num passarinho a cantar desvairado, na brisa suave, no sol quente, no pula-pula dos gatos que, como se sabe, são os que podem ver os espíritos. Falamos dos nossos mortos com alegria, lembramos suas manias, sua loucuras, suas coisas boas. Demos bastante risada e comemos juntos.
Na Bolívia chamam estes pãezinhos com cara de gente de tantawawas, aqui os fizemos do nosso jeito, mas com a mesma fé. Lá, como aqui nesta humilde casinha do Campeche, se acredita que os mortos nunca morrem enquanto houver alguém que se lembre deles. E se lembra deles com alegria, porque um dia passaram por nossas vidas e nos deixaram toda essa beleza.
Esta bela homenagem aos mortos aprendi com os povos originários da Bolívia. Quando é dois de novembro eles fazem festas e comilanças para receber os que já partiram desta vida, porque acreditam que nesse dia eles vêm para passear entre os vivos. Na véspera as gentes ajeitam as fotografias ou qualquer outra lembrança dos seus e preparam pãezinhos doces para que eles sintam-se acolhidos com o gosto da vida boa. Junto das fotos ficam também dois pães bem especiais, feitos em formato de cavalo e de escada. É que contam os mais velhos que, durante a noite, os mortos descem do céu pela escada que ali está e, com o cavalinho, eles saem a passear de casa em casa, visitando parentes e amigos. Dizem ainda que sempre acontece algo inusitado para avisar que os mortos estão por aqui. Um vento, uma porta que bate, qualquer coisa assim...
Foi assim que neste dois de novembro preparamos nossos mortos. Cada um deles foi colocado na cesta dos pães junto com a escada e o cavalinho. Todos puderam descer e andar por aí, comendo, dançando, cantando ou apenas conversando. O Renato fez os pãezinhos com chocolate e nós desfrutamos de um delicioso café. Durante o dia percebemos que os mortos por ali passavam, um a um, fosse num passarinho a cantar desvairado, na brisa suave, no sol quente, no pula-pula dos gatos que, como se sabe, são os que podem ver os espíritos. Falamos dos nossos mortos com alegria, lembramos suas manias, sua loucuras, suas coisas boas. Demos bastante risada e comemos juntos.
Na Bolívia chamam estes pãezinhos com cara de gente de tantawawas, aqui os fizemos do nosso jeito, mas com a mesma fé. Lá, como aqui nesta humilde casinha do Campeche, se acredita que os mortos nunca morrem enquanto houver alguém que se lembre deles. E se lembra deles com alegria, porque um dia passaram por nossas vidas e nos deixaram toda essa beleza.
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