quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Movimentos formam Frente contra Aumento da Tarifa

Marcela Cornelli

Confira abaixo o Manifesto contra o Aumento da Tarifa, lido nesta terça-feira, dia 10/2, na Câmara de Vereadores em Florianópolis. O documento foi elaborado como resultado da formação da Frente Contra o Aumento da Tarifa, formada no dia 9/2, em Florianópolis, que mais uma vez vai chamar toda a população às ruas contra o aumento abusivo das passagens de ônibus na Capital e por um transporte público de qualidade e acessível a todos.

A próxima reunião da Frente Contra o Aumento da Tarifa será no dia 16 de fevereiro, às 18 horas, no Sindicato dos Bancários de Florianópolis.

Manifesto Contra o Aumento da Tarifa

Senhores e senhoras parlamentares:

Na noite de ontem (9/2), nos articulamos - militantes do Movimento Hip Hop, Portal Desacato, Centro Acadêmico Livre de Pedagogia (CALPE-UFSC), Movimento Passe Livre (MPL), PT (Partido dos Trabalhadores), UFECO (União Florianopolitana das Entidades Comunitárias), PJ (Pastoral da Juventude), Juventude Avançando (JÁ), Centro Acadêmico Livre de Arquitetura (CALA-UFSC), Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (SEEB), Associação dos Praças de SC (APRASC), Movimento Universidade Popular (MUP), Movimento Mulheres que Lutam, Movimento das Esposas e Familiares dos Praças, Consulta Popular, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Centro Acadêmico Livre de História (CALH-UFSC), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFSC), Centro Acadêmico Livre de Letras (CALL-UFSC), União da Juventude Socialista (UJS), União Catarinense dos Estudantes (UCE), Núcleo Plano Diretor Participativo da UFSC, Grupo de Ação Feminista (GAFE), Centro Acadêmico Livre de Serviço Social (CALISS-UFSC), TV Floripa, Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de SC (SINTESPE), Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis (SINERGIA), Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas (MMTU), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), União Estadual de Moradia Popular (UEMP/SC), Sarcástico, Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (SINDPREVS/SC), Gabinete do Vereador Battisti de São José, Colegiado Estudantil do CEFET/SC, estudantes e independentes – para construir uma mobilização popular para barrar o aumento da tarifa de ônibus e exigir do poder público, soluções urgentes para o transporte coletivo da Grande Florianópolis.

A Frente Contra o Aumento exige a imediata redução da tarifa, que passou de R$2,50 para R$2,70 em dinheiro e de R$1,98 para R$2,10 no cartão. Um reajuste de 6,66% que ultrapassa os 6,17 da inflação baseado no Índice do Custo de Vida, do Dieese. Se somarmos os reajustes desde 1994, início da administração Amin, os números ficam ainda mais dramáticos: de 1994 até agora, a passagem passou de R$0,30 para os atuais R$2,70 em dinheiro ou R$2,10 no cartão. Isso representa simplesmente cerca de 600% de aumento, contra aproximadamente 218% de aumento na inflação do mesmo período. O drama ganha contornos reais se pensarmos que cada passagem custará 0,6% do total do salário mínimo. Multipliquem por todas as vezes que os senhores e sua família utilizam o sistema e entenderão a revolta do povo de Florianópolis.
Exigimos também a municipalização da COTISA – prometida pelo prefeito Dário Berger, há três anos, que poderia reduzir em até 10% a tarifa – e ainda a execução de um novo projeto para cidade, construído pelas forças populares que a ela querem ter acesso.

É imprescindível acabar com a lógica individualista, antipopular, repressiva, adotada pelos governos municipal e estadual de Dário e Luiz Henrique, que rege aspectos vitais como a mobilidade, acessibilidade e a ocupação urbana.

É inconcebível a manutenção do vínculo entre o custo do transporte e a tarifa e a defesa do sistema privado de concessão. O transporte é um serviço essencial que, de acordo com a Constituição, deve ser garantido pelo Estado, assim como a saúde e educação. A Prefeitura de Florianópolis segue uma política óbvia de priorização do transporte individual motorizado com alargamento de vias, construção de mais elevados, apoio à especulação imobiliária, incentivo à entrada de mais automóveis nas ruas. Age completamente na contramão da vontade da população que pede respostas para os congestionamentos, a poluição, o alto preço da tarifa, a péssima qualidade dos ônibus, a falta de horários, a demora nos trajetos.

Florianópolis será lembrada pelas Revoltas da Catraca de 2004 e 2005, pela resistência das comunidades e da juventude aos abusos e das empresas de transporte e do poder público. E mais uma vez a população está disposta a se levantar para ser ouvida, ocupar vias, apitar e protestar na Câmara e Prefeitura da cidade, debater e buscar soluções para os problemas que os governantes não resolvem.

Florianópolis, 10 de fevereiro de 2009.

Frente Contra o Aumento da Tarifa

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