quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Filósofa da Pedra


Acontece sempre nas madrugadas em que o vento sul açoita de um modo um pouco mais ostensivo o musgo que cobre as veias da pedra. Então, liberta de seu silêncio absorto, a Filósofa da Pedra, sem bondade nem maldade, sopra inquietações que deslizam rua abaixo, depois rolam, entram em incontida refrega, até se atirarem ao mar. As ninfas que vigiam a entrada da pedra escrevinham garatujas, tentando inutilmente eternizar, em tabuinhas de argila, os impropérios ou as voluptuosas sílabas fundidas no discurso da Filósofa. Sobram fragmentos, muitos deles reproduzidos dia a dia neste blog cujo Verbo vem dos tempos de Set. Quando a Filósofa da Pedra emerge da gruta, visível por apenas 50 milisegundos, envolta em negros cabelos, os olhos latejantes, é audível, sempre, apenas um estilhaço de suas breves palavras:
- Esperem. A grande onda virá...


Blog da Filósofa da Pedra:



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