Por Fernando Karl, poeta e jornalista
Há dias que amanheço dizendo provérbios...
Um domingo desses saí para almoçar e, cada vez que falava, pintava algo do tipo:
1. "de grão em grão a galinha enche o papo"
2. "mais vale um pássaro na mão que dois voando"
3. "só dando com o gato morto no louco até o gato miar"
4. "água mole em pedra dura tanto bate até que fura"
depois fui devidamente internado no Manicômio de Água Santa,
na ala das virgens,
e agora, em vez de provérbios,
eu escrevo, com meus lábios,
périplos pelas peles e singro pelos pêlos
dessas mulheres atônitas de estarem aqui, junto comigo,
e deram tanto com o gato morto em mim que eu ressuscitei
ergui âncoras e dei a volta ao mundo
num véu
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