Por Míriam Santini de Abreu – editora de Pobres e Nojentas
O filme Arquitetura da Destruição, de Peter Cohen (Suécia, 1992), está nas locadoras e vale cada um dos 121 minutos. Ele faz um estudo detalhado da forma como Adolf Hitler cristalizou nas grandes construções, na pintura e na escultura o seu desejo de “embelezar o mundo”; de como esse embelezamento se constituía a partir da “pureza” do “corpo do povo” alemão; de como tal pureza – diante da inelutável derrota na guerra, cristalizou-se na “solução” da questão dos judeus, o holocausto. Há muito sobre o filme na internet. O que destaco é a forma como certos adjetivos atribuídos aos judeus são também ligados à natureza, ou melhor, ao que de errado se associa a ela: o daninho, a peste, o parasita...
Essa relação é explicada pelo pesquisador português João Bernardo em seus estudos sobre o fascismo.
O fascismo é geralmente associado ao período entre e após as duas grandes guerras, com o franquismo na Espanha, o salazarismo em Portugal, o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha. O professor português, porém, aborda também o que chama de “correntes profundas” do fascismo que correm nos subterrâneos do nosso tempo. Tais correntes não são fascistas, mas expressam ressonâncias do período histórico em que o fascismo encontrou gentes e lugares para marcar época. E um desses campos onde o fascismo ressoa hoje é a ecologia.
Para ler a entrevista com o professor, acesse
http://www.sintufsc.ufsc.br/jornal_circulacao/circulacao_57/m_09.htm
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