quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Países diferentes, realidades comuns: a luta dos movimentos sindicais africanos


Osíris Duarte, de Dakar, para Sindicatos de SC

As impressões que ficam em relação ao Movimento Sindical pelo mundo não divergem muito da realidade que se vivencia no Brasil. O Fórum Social Mundial em Dakar tem se mostrado um grande espaço de protestos com razões similares aos que tomam corpo no Movimento Sindical Brasileiro.

Além dos Tunisianos e Egípicios, que devido a luta por libertação de regimes ditatoriais em seus países têm sido o foco das atenções, os motivos de luta e organização da grande maioria dos movimentos civíi organizados são os mesmos. Questões como direitos trabalhistas, aumento de remuneração e saúde do trabalhador parecem ser uma pauta comum para sindicatos pelo mundo inteiro. Protestos contra a falta de atenção e liberdade acontecem todos os dias. Até mesmo estudantes da Universidade de Dakar fazem diariamente protestos contra as taxas cobradas pela universidade. Para quem mora em Florianópolis e estuda na UFSC, isso parece um plágio.

Kabbaj Mohamed Larbi é membro da principal Central Sindical do Marrocos, a UGTM. Para ele, os Marroquinos tem muito a aprender com os brasileiros. Assim como Kabbaj, sindicalistas da Guiné Bissau, do Senegal e da Tunísia afirmam o mesmo. Nos relatos aqui coletados pode-se sentir o respeito conquistado pela luta dos brasileiros. Kabbaj afirma que mesmo com uma melhora nas condições de trabalho e renda para os trabalhadores do país, a luta deve se intensificar.

O discurso se aplica à realidade catarinense e brasileira de forma adequada, já que mesmo com os atuais indicadores positivos da economia, muitos direitos trabalhistas têm sido desrespeitados pela classe patronal no Brasil. A importância da militância e da participação mais ativa dos trabalhadores para garantir que não haja retrocessos nas conquistas da classe trabalhadora brasileira é mais do que importante, é fundamental.

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