Por Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu – editoras
A equipe que edita a revista independente Pobres e Nojentas, em Florianópolis, Santa Catarina, decidiu dar mais um passo na contramão da história, desta vez discutindo a Teoria do Jornalismo. Desde maio de 2006, quando foi lançada a revista, o grupo vem buscando trabalhar aquilo que se acredita ser a melhor forma de fazer jornalismo, que é aquele comprometido com a comunidade das vítimas do sistema capitalista. Mas estas “vítimas” não são mostradas como coitadinhas, muito pelo contrário. O que se mostra é a força que os oprimidos têm e sua capacidade de transcender aquilo que o sistema tenta impor como verdade única.
A equipe que edita a revista independente Pobres e Nojentas, em Florianópolis, Santa Catarina, decidiu dar mais um passo na contramão da história, desta vez discutindo a Teoria do Jornalismo. Desde maio de 2006, quando foi lançada a revista, o grupo vem buscando trabalhar aquilo que se acredita ser a melhor forma de fazer jornalismo, que é aquele comprometido com a comunidade das vítimas do sistema capitalista. Mas estas “vítimas” não são mostradas como coitadinhas, muito pelo contrário. O que se mostra é a força que os oprimidos têm e sua capacidade de transcender aquilo que o sistema tenta impor como verdade única.
Diante da profusão de uma imprensa cada dia mais cortesã, a criação da revista foi a forma encontrada para fazer o contraponto crítico com o jornalismo hegemônico, que é de sustentação do estado de coisas. A proposta da Pobres é fazer diferente, apostar na soberania comunicacional. É mostrar para a sociedade que o jornalismo pode cumprir sua função social, que pode ser crítico, interpretativo e parcial. A equipe que, a duras penas, coloca na rua, a cada dois meses, uma edição da revista, não pauta seu fazer pela farsa do chamado jornalismo imparcial. Nada é imparcial. O que diz a seus leitores é que é parcial, sempre do lado do oprimido, mas sem deixar de discutir os fatos na sua universalidade, tal qual ensinou Adelmo Genro Filho.
Pois agora a equipe da Pobres & Nojentas decidiu abrir mais uma frente de debate. Não apenas a prática renitente do jornalismo libertador, mas também o seu pensar. Para isso já criou um blog onde vai postar textos teóricos sobre o jornalismo, justamente por não encontrar essa reflexão no dia-a-dia do fazer do jornalista. É que a discussão teórica acaba ficando restrita a um campo pouco fértil que é o do mundo acadêmico. Este mundo que abriga os encontros da Intercom, Compós e outros, não permite, aos jornalistas que estão na batalha diária de produzir informação, um contato mais estreito e orgânico com os saberes produzidos na academia. No mais das vezes, estes eventos ficam limitados ao mundo da universidade e os profissionais do cotidiano ficam de fora do refletir sistemático sobre a prática, coisa que é fundamental, como ensinou Paulo Freire.
A proposta da Pobres & Nojentas teórica vai em duas direções. Uma é esta, de tentar colocar mais próximo do jornalista as questões teóricas que estão em debate na profissão, e a segunda – mais importante – é mostrar o pensamento herege que não encontra espaço para se expressar nos encontros acadêmicos, viciados por panelinhas.
A Pobres inicia o debate no espaço digital, onde colocará à disposição textos dos mais variados profissionais que estejam pensando o jornalismo, mas promete para novembro deste ano o lançamento da Pobres Teórica impressa. A idéia, que nasceu das infindáveis discussões entre as editoras do projeto, promete caminhar. Todos os jornalistas estão convidados a contribuir.
Queremos o pensamento próprio, que não imita, que não repete, que pensa seu tempo e seu lugar. Queremos o pensamento herege, que inventa, que cria, que faz o mundo andar. Se tu estás nesta onda, participe. O blog, por conta de seu formato interativo, permitirá ainda um amplo e fértil debate na categoria. As idéias estarão lá, prontas para serem esgrimidas numa luta em que não haverá mortos, apenas vencedores. Acesse a Pobres Teórica e solte o verbo!
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