Míriam Santini de Abreu
As costas apoiadas na pedra não tão fria; ao lado, uns arbustos espinhosos; à frente, o mar do Sul da Ilha de Santa Catarina, frisante ao choque com as rochas. Estávamos, eu, Marcela e George aguardando a Lua Cheia de Agosto espreguiçar e desprender-se da água. Nada. 17h30, 18h, 18h30. Foi chegando mais gente no chamado morrinho da Armação, e nós desistimos.
- Ah, mas que demônia! Ah, preguiçosa! – Assim tratávamos a não-aparecida. Ameaçamos até ligar para a Ouvidoria da Lua.
Gente de pouca fé. Bastou fazer uma curva na estrada do Morro das Pedras e soubemos: ela havia se enluarizado. Lembrou-se da jornada noturna e foi à fímbria do céu, chamejante como o sol. Esticamo-nos na areia e lá estava um pescador tarrafeando; mais além, um homem contava ao seu cão como Mama Quilla fugira, naquela noite, do apetite do jaguar celeste. Bem acima da linha do horizonte uma aeronave emitia um pálido brilho branco. Ah, sortudos passageiros!
Deixamos Mama Quilla a cuidar de sua mansa trajetória, enquanto, na praia, eu confundia uma tampa da garrafa com um dobrão espanhol. Somos almas antigas sob a Lua.
Acima, O-Homem-e-o-Cão-sob-a-Lua e a Jornada do Aviador
Na conta de P&N no You Tube, O-Homem-que-Tarrafeia:
Um comentário:
e ficamos lá na areia da praia,
os três estasiados com a beleza da lua ...
já pensando em uma próxima aventura noturna pelos recantos desta bela Ilha, que nesta época do ano, aos meus olhos, fica ainda mais encantada ...
ah, e nem faltou avistamentos ... pelo menos na nossa imaginação que em noite de lua cheia corre solta por ai ...
beijão mi
da ma
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