terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Exposição marca os 30 dias do assassinato de Vitor Pinto




















Desde há 500 anos, quando chegaram nas nossas terras os invasores, que a proposta do mundo branco  é exterminar os povos indígenas. Primeiro foi através da escravidão.Não deu certo. Depois houve a tentativa de integrar o índio na cultura branca, entendida como civilização. Tampouco foi possível. O índio que vive no mundo branco nunca é totalmente aceito. A sociedade é racista, preconceituosa e discriminadora.

Assim, não foi sem razão que o assassinato bárbaro do menino de dois anos,  Vitor Kainkang - degolado por um jovem de 23 anos em Imbituba, litoral catarinense - passou sem maior alarde nos meios de comunicação. Um pouco mais de atenção e já se poderia notar  a culpabilização da vítima. O que fazia a família fora da aldeia? Porque não ficam quietos nos seus lugares de origem? Porque para a sociedade dita branca o lugar  do índio é confinado em algum lugar bem distante, que não incomode a vista.

Mas, os povos indígenas são povos livres que como qualquer um de nós têm todo o direito de se movimentar pelo território. Além do mais, como são relegados pelas políticas públicas governamentais e raramente tem suas terras demarcadas, eles precisam batalhar para garantir a comida na mesa. E uma das formas de sobrevivência que encontram é justamente vender seu artesanato na temporada de verão no litoral. Logo, o fato de uma família Kaingang estar no litoral, tão longe de sua terra e em condições precárias de alojamento é muito mais responsabilidade dos governos do que deles.

Daqui a quatro dias se cumprem os trinta dias do assassinato de Vitor, o pequeno guerreiro kaigang. O provável assassino está preso, mas o inquérito deve ser concluído até a próxima semana. Em Florianópolis movimentos sociais e de apoio a questão indígena, bem como representantes das três etnias (Kaingang, Guarani e Xokleng Laklãnõ, preparam uma homenagem para marcar a data do assassinato. Está sendo organizada pelo Museu do Brinquedo uma exposição de brinquedos e brincadeiras no hall da Biblioteca da UFSC, a partir do dia 29, para lembrar a meninice perdida de Vitor.  

Passe o tempo que passar, nas terras indígenas ninguém vai esquecer. Até porque, outros meninos e meninas estão aí, na dura luta pela sobrevivência não só de si mesmos, mas de toda a sua cultura.

Vitor Pinto, presente!!!

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