terça-feira, 26 de abril de 2011

Abismada

Míriam Santini de Abreu

Este 26 de abril marcou o final de um ciclo para mim, completo no absurdo de suas circunstâncias e coincidências. Como uma pedra jogada na água, formando tantos deles, fechou-se um dos longos, daqueles que ficam mais distantes do ponto onde a pedra furou o líquido. Estou em débito com os amigos, mas que me compreendem, porque são amigos, e sabem o que essas semanas significaram para mim. Eu conversava nesta terça com um conhecido sobre isso: coisas boas podem durar 5 segundos ou 50 anos. Quando terminam, nunca foi o suficiente. Humanos, demasiado humanos...
Mas, como diz Leila Pinheiro nesta música que me sopra minuanos, "só pra quem fica os dias são todos iguais". Eu vou me atrevendo a seguir, como Anahy de las Misiones, sabedora de que, para frente ou para trás, há abismos. Mas "adelante", porque se abismo há lá na frente, também há a vida a nos abismar. Dos abismos de trás já sei, nem sempre os compreendo, mas aprendo a amá-los porque me trazem aqui, agora, nessas madrugadas quietas de outono em que agradeço, aos meus ancestrais, pela minha vida, tão antiga, tão jovem.

http://letras.terra.com.br/leila-pinheiro/66086/

Um comentário:

Sílvia Sales disse...

Míriam,

Um abraço cheio de vida pra ti!
E Leila Pinheiro é uma pérola paraense.