quarta-feira, 9 de junho de 2010

P&N recomenda!

Míriam Santini de Abreu


O jornalista Leonardo Tolomini Miranda fez seu Trabalho de Conclusão de Curso na aldeia Guarani Mbya em Palhoça, Santa Catarina. Trabalho de repórter fotográfico. Esplêndido. Lembrei-me de uma expressão que ouvi do fotógrafo e documentarista Dario de Almeida Prado Jr., que me orientou em um curso de vídeo oferecido pelo Sinergia, o Sindicato dos Eletricitários, na TV Floripa. Falávamos, na oficina, sobre a necessidade de – por assim dizer – se perder o medo da parafernália eletrônica, à qual os profissionais da imagem estão acostumados. Eu não consigo. Aí o Dario se saiu com essa: - Tem que ter mão mandona! E narrou um trecho do filme “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Roberto Santos, baseado na novela de Guimarães Rosa. Há uma cena em que Nhô Augusto é estimulado a mostrar a habilidade de atirar, que deixou de usar há muito tempo. E recebe o elogio do chefe dos jagunços:

— Não faz conta de balas, amigo? Isto é arma que cursa longe...

— Pode gastar as oito. Experimenta naquele pássaro ali, na pitangueira...

— Deixa de criaçãozinha de Deus. Vou ver só se corto o galho... Se errar, vocês não reparem, porque faz tempo que eu não puxo dedo em gatilho...

Fez fogo.

— Mão mandona, mano velho. Errou o primeiro, mas acertou um em dois... Ferrugem em bom ferro!

Vendo as fotos do Léo, o rosto encantador das crianças – o que é a expressão de meninice brejeira daquela menina olhando diretamente para a máquina fotográfica?! – recordei de um dia em que estive na aldeia Guarani em Morro dos Cavalos para fazer texto e fotos. Devo ter tirado umas 20 fotos, e consegui um resultado emocionante: nenhuma prestou! Neeeeeemm uma!

Só posso render um tributo ao colega e indicar o endereço de seu trabalho, que tem a marca da mão mandona:

http://www.youtube.com/watch?v=l_ztwCBx-7Q

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