Míriam Santini de Abreu
O jornalista Leonardo Tolomini Miranda fez seu Trabalho de Conclusão de Curso na aldeia Guarani Mbya em Palhoça, Santa Catarina. Trabalho de repórter fotográfico. Esplêndido. Lembrei-me de uma expressão que ouvi do fotógrafo e documentarista Dario de Almeida Prado Jr., que me orientou em um curso de vídeo oferecido pelo Sinergia, o Sindicato dos Eletricitários, na TV Floripa. Falávamos, na oficina, sobre a necessidade de – por assim dizer – se perder o medo da parafernália eletrônica, à qual os profissionais da imagem estão acostumados. Eu não consigo. Aí o Dario se saiu com essa: - Tem que ter mão mandona! E narrou um trecho do filme “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Roberto Santos, baseado na novela de Guimarães Rosa. Há uma cena
— Não faz conta de balas, amigo? Isto é arma que cursa longe...
— Pode gastar as oito. Experimenta naquele pássaro ali, na pitangueira...
— Deixa de criaçãozinha de Deus. Vou ver só se corto o galho... Se errar, vocês não reparem, porque faz tempo que eu não puxo dedo em gatilho...
Fez fogo.
— Mão mandona, mano velho. Errou o primeiro, mas acertou um
Vendo as fotos do Léo, o rosto encantador das crianças – o que é a expressão de meninice brejeira daquela menina olhando diretamente para a máquina fotográfica?! – recordei de um dia em que estive na aldeia Guarani em Morro dos Cavalos para fazer texto e fotos. Devo ter tirado umas 20 fotos, e consegui um resultado emocionante: nenhuma prestou! Neeeeeemm uma!
Só posso render um tributo ao colega e indicar o endereço de seu trabalho, que tem a marca da mão mandona:
Nenhum comentário:
Postar um comentário