Míriam Santini de Abreu
Na chuvosa noite de sexta vi Zorba, o Grego, baseado no livro de Nikos Kazantzákis. Magnífico. Não li o livro, e assim nada posso dizer sobre a adaptação para a tela. E esta também não é uma resenha brilhante ou uma crítica profunda, o que há de sobra na internet. Mas, encerrado o filme, uma celebração à vida, não pude deixar de pensar em como seria um daqueles “finais alternativos”, tão comuns nas produções de hoje.
No meu final alternativo, as duas mulheres que protagonizam o filme experimentariam um momento tão glorioso quanto aquele concedido aos dois homens. A viúva, por ter gozado nos braços do homem que desejou – e que nada fez para livrá-la da punição por isso – não encontraria a morte. E a morte também não alcançaria a dona da hospedagem, que foi atrás do amor do velho grego sob a friagem e a chuva e assim arruinou o que lhe restava dos pulmões. Nem enterro mereceu, porque escolheu a vida e a religião que quis, e ambas eram inaceitáveis.
Nos minutos finais do filme, o grego e o escritor, sob a vista de todos os moradores da vila, vêem seu projeto - planejado ao longo de meses - ir ao chão.
“Você já viu um acidente mais magnífico do que aquele?” – pergunta Zorba, às gargalhadas.
“Não restou nada!”, responde o escritor.
E saem os dois a dançar na praia, cena de um prazer arrebatador.
Imaginei a viúva e a dona da hospedagem – ambas, no filme, punidas por seu prazer – em cena semelhante. As duas com vestidos floridos, pés descalços, cabelos soltos, rindo às gargalhadas, atrás delas um projeto esplendidamente arruinado, diante delas a vida.
“Você já viu um acidente mais magnífico do que aquele?” – pergunta uma.
“Não restou nada!”, responde a outra.
E saem a duas a dançar na praia, rindo, rindo...
P.S.: sol e frio neste sábado de Floripa. Na Praça XV, as árvores exibem um verde cheio de nuances. É bom estar viva. É bom ser mulher. É bom ser jornalista...
Na chuvosa noite de sexta vi Zorba, o Grego, baseado no livro de Nikos Kazantzákis. Magnífico. Não li o livro, e assim nada posso dizer sobre a adaptação para a tela. E esta também não é uma resenha brilhante ou uma crítica profunda, o que há de sobra na internet. Mas, encerrado o filme, uma celebração à vida, não pude deixar de pensar em como seria um daqueles “finais alternativos”, tão comuns nas produções de hoje.
No meu final alternativo, as duas mulheres que protagonizam o filme experimentariam um momento tão glorioso quanto aquele concedido aos dois homens. A viúva, por ter gozado nos braços do homem que desejou – e que nada fez para livrá-la da punição por isso – não encontraria a morte. E a morte também não alcançaria a dona da hospedagem, que foi atrás do amor do velho grego sob a friagem e a chuva e assim arruinou o que lhe restava dos pulmões. Nem enterro mereceu, porque escolheu a vida e a religião que quis, e ambas eram inaceitáveis.
Nos minutos finais do filme, o grego e o escritor, sob a vista de todos os moradores da vila, vêem seu projeto - planejado ao longo de meses - ir ao chão.
“Você já viu um acidente mais magnífico do que aquele?” – pergunta Zorba, às gargalhadas.
“Não restou nada!”, responde o escritor.
E saem os dois a dançar na praia, cena de um prazer arrebatador.
Imaginei a viúva e a dona da hospedagem – ambas, no filme, punidas por seu prazer – em cena semelhante. As duas com vestidos floridos, pés descalços, cabelos soltos, rindo às gargalhadas, atrás delas um projeto esplendidamente arruinado, diante delas a vida.
“Você já viu um acidente mais magnífico do que aquele?” – pergunta uma.
“Não restou nada!”, responde a outra.
E saem a duas a dançar na praia, rindo, rindo...
P.S.: sol e frio neste sábado de Floripa. Na Praça XV, as árvores exibem um verde cheio de nuances. É bom estar viva. É bom ser mulher. É bom ser jornalista...
2 comentários:
huuuuummmmmm
huuuuuuuuuuuuuummmmmmm também. Cesoca.
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