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Elaine Tavares - jornalista
Enquanto milhares de pessoas se esbarram no terminal urbano e empilham-se nos coletivos urbanos, no ritmo louco entre a casa e o trabalho, sem tempo para pensar sobre os motivos de terem de viver assim, os governantes seguem decidindo coisas que tem ligação direta com a vida das gentes. E aí está o paradoxo. Eles decidem pelas gentes, e as gentes sequer sabem o que acontece. O que lhes cabe é sofrer as políticas, e assim mesmo, sem tempo para que possam pensar.
É o que acontece com o plano diretor. E o que é isso? É a lei que define como vai se organizar a cidade, nosso espaço de viver. O prefeito Dário Berger no seu primeiro mandato propôs o plano diretor participativo levando a discussão para os bairros e proporcionando que as pessoas pudessem opinar e decidir. E assim foi. Por meses as comunidades se reuniram, debateram, planejaram, decidiram, fizeram oficinas, informaram. Uma coisa linda de ver. Pois agora, depois de três anos de trabalho a prefeitura manda uma carta para os representantes das comunidades no Núcleo Distrital agradecendo o apoio e pedindo toda a estrutura de volta. Ou seja. A participação acabou. Segundo a prefeitura, agora serão os técnicos os que vão finalizar o processo e, com isso, ninguém sabe se o que foi exaustivamente discutido nas comunidades será levado em conta.
Coisa típica isso. Usa-se a comunidade, faz-se a propaganda da “participação”, mas a decisão mesmo será dos tecnocratas. Não é nem dos técnicos porque como a gente sabe, a decisão é política. O plano diretor atenderá os interesses dos grandes e poderosos. Grandes prédios, empreendimento gigantescos, tudo para dar mais beleza e conforto aos graúdos. Que importa se não há planejamento viário, que importa se não há água suficiente. Toca a encher de gente os bairros, verticalizar, asfaltar.
Bom, lá no Campeche a comunidade disse não. Primeiro diz que não vai entregar a sala onde estava instalada a representação distrital. Segundo, vai continuar acompanhando bem de perto os trabalhos. Terceiro, vai fazer valer aquilo que, de forma democrática e participativa, a comunidade decidiu. Daí que é muito importante as demais comunidades fazerem o mesmo porque plano diretor é coisa séria. Ele diz respeito a nossa vida mais cotidiana. Ele pode dar respostas para as filas no trânsito, para a falta de praças, para a melhoria da qualidade de vida de todos. Eu disse de todos e não só dos ricos. Plano diretor é coisa para ser acompanhada por todos nós.
A gente sabe que não é fácil viver nesta moenda do capital. Sempre cansado, trabalhando demais, e ainda ter de bancar as peleias com o poder público. Mas é necessário. Sem isso a cidade segue sendo espaço para poucos. São muitas as lutas para travar, eu sei. Mas, esta, é fundamental. Então, no seu bairro, procure a associação de moradores e diga que não aceita entregar a decisão do plano diretor para quem não vive os problemas reais da cidade. O prefeito Dário iniciou um processo participativo e não tem o direito de parar agora. A cidade também é nossa.
A equipe da Pobres & Nojentas participou na quinta-feira, dia 12, do Ato Nacional contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e em Solidariedade aos Praças de Santa Catarina. Foi um ato em defesa da liberdade de organização das forças populares e pelo direito de cada setor da sociedade e do conjunto da classe trabalhadora de lutar por suas justas reivindicações.
A criminalização dos militantes populares e dos que vivem na pobreza é um sórdido mecanismo de poder utilizado pelas elites dominantes para manter seu “status quo” às custas da exploração da maioria do povo.
Em Santa Catarina, a aliança entre os oficiais da Policia Militar e o governador Luiz Henrique (PMDB) - governo esse que representa a oligarquia catarinense - se tornou uma afronta a todos os princípios democráticos, com perseguição às lideranças estudantis, sindicais e populares, como aos Praças da PM, que lutam por melhores condições salariais.
A tentativa de expulsar e de prender lideranças da corporação; o fechamento do sítio na internet da entidade que representa a categoria, a APRASC; o pedido na justiça de extinção da entidade, bem como, a qualificação do movimento como terrorista e guerrilheiro, tem requintes de um trágico período repressor da nossa recente história, iniciada em 1964. Em Florianópolis, é constante a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O prefeito Dário Berger (PMDB) se utiliza de parte do Comando da PM para prender e agredir dirigentes sindicais, inclusive com ameaças de morte e perseguições a estes diretores.
É preciso unirmos forças contra a repressão e a criminalização. É preciso honrarmos a luta de todos aqueles que dedicaram e dedicam suas vidas por uma País melhor, mais justo e democrático. Não podemos aceitar que o conservadorismo se institucionalize novamente em nossa pátria. Seja no campo ou na cidade, na luta dos sem-terra pela Reforma Agrária, na luta dos sem-teto por moradia, na luta dos trabalhadores por emprego e melhores condições salariais e na luta de todos por uma sociedade mais justa e solidária.
Uma palavra
há de ser poética desde que você a coloque em lugar imprevisto, desde que ela dê
alarme, desde que ela quebre o muro da velha ordem. É preciso sempre escrever a
primeira vez de uma frase. E é preciso fazer o serviço com paciência para que o
gozo dê frutos.
Manoel de Barros
hoje
hoje há uma nova luz no horizonte
e é uma dádiva do dia
hoje
momento a momento
muda o mundo,
a vida acontece
germina o futuro
hoje é o chão da existência
helena kolody