sexta-feira, 13 de maio de 2011

Guardados de baú

Míriam Santini de Abreu

De madrugada, quando não pago para usar o modem, fico a fuçar no You Tube para achar o que achava inachável. E acho. Músicas, propagandas, trechos de antigas novelas, entrevistas. Músicas de quando se fazia baile de adolescente, tomava Kisuco e a gente ficava esperando que um menino nos convidasse para dançar. Novelas de quando ainda não se havia dado o primeiro beijo, e o que e como ele seria ficavam a pairar na imaginação. Até a cena final de "A Gata Comeu" eu encontrei, com aquela canção adorável do Ritchie, "Só pra o vento", e a Torloni, linda.
Tanta nostalgia porque acabo de ver um filme sobre isso, adolescentes que, 25 depois, se encontram por causa da morte do mentor de todos eles. E hoje mesmo, meu amigo Samuel, que conheço desde os 12, 13 anos, enviou-me um torpedo porque, naquele momento, passava no trecho da rodovia que liga São Leopoldo a Porto Alegre e viu o prédio de quitinetes onde moramos durante a faculdade.
Sorri quando li, como sorrio agora, ao ver a espessura da vida, a intangível passagem do tempo quando, num salto cósmico, a gente tem de novo 5, 12, 18, 22, 28, 34 anos, cada intervalo com seus desejos, inquietudes, frustrações, expectativas. A juventude é como um diamante ao sol, diz Alphaville, em "Forever Young". E eu, mesmo passadas quatro décadas, ainda me sinto, como diz a música, água, calor, melodia e ritmo. Como em "Repetition", uma vasta onda quebrando devagar. Aí embaixo estão uns meus guardados de baú (não de madeira, e sim de redes virtuais).

http://www.youtube.com/watch?v=JWdZEumNRmI
http://www.youtube.com/watch?v=5v2afcGbao0
http://www.youtube.com/watch?v=mi6TtWXbvnk
http://www.youtube.com/watch?v=t1TcDHrkQYg
http://www.youtube.com/watch?v=3-X8TcwPlbs

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