quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Cláudio Schuster, escritor



Cláudio nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, bem ao sul da grande Lagoa dos Patos. Cidade bastante conhecida por sua riqueza cultural. Música, literatura, teatro e cinema têm tradição por tudo. E Cláudio não ficou imune ao clima. Desde gurizinho, quieto e tímido, vislumbrava sombras pela janela de casa e já concebido em transformá-las em história. Fazer cinema era seu sonho.

Sem uma faculdade de cinema na cidade e sem muita possibilidade de sair de lá ele foi se arriscando no mundo das letras, cometendo poemas enquanto cursava jornalismo, o curso mais próximo do seu sonho. 

E foi quando a empresa gaúcha RBS decidiu criar um jornal em Santa Catarina que ele, já formado, decidiu vir para Florianópolis. Nunca mais saiu e foi justamente aqui que começou a poesia fazer, desta vez com mais constância. Veja o primeiro livro e depois mais outros. O jornalismo dá conta da vida e a poesia alimenta a alma. Atualmente ele trabalha em parceria com o músico Marco Oliva, que transformou algumas de suas poesias em música no espetáculo Beba Poesia. Agora, ele também performa poesia no palco, junto com Marco Oliva, vencendo mais uma vez a timidez. 

O trabalho poético de Cláudio Schuster, sua compreensão sobre a poesia e sobre a necessidade de um movimento cultural que extrapole as bolhas pode ser conhecido aqui em mais um episódio do projeto “Conversas na Tiradentes”, uma parceria da Pobres e Nojentas com os Desterrados. 

Imagens de Tasso Cláudio Scherer. 

Croniquintas/ Bendita Chuva



Texto de Dinovaldo Gilioli

Ela o olhou discretamente por debaixo dos óculos e foi fisgada imediatamente. Lendo em pé no ônibus e com uma mochila sem alça debaixo do braço, o moço estava anos-luz de distância do olhar dela. 

Sem entender direito o que estava acontecendo, ela, que namorava há três anos, procurou pegar o mesmo ônibus do tal desconhecido que arrebatou o seu coração na primeira olhada e sem sequer ser correspondida. Num desses dias chuvosos, o rapaz estava parado no ponto de ônibus totalmente descoberto. Ela, com sombrinha em punho, não hesitou em lhe oferecer uma carona até a casa dele. 

Havia descoberto naquela semana que residiam próximos. Desse encontro inusitado, com pouca conversa, sutis olhares e sem rolar até um beijo tímido, ela teve a certeza do que queria. No outro dia, conversou com o seu namorado e pediu um tempo. 

Após três meses terminou o namoro e começou a se encontrar com o moço do ônibus. Casados​​ e apaixonados há 37 anos, ele sempre repete: “bendita chuva que nos aproximou”. Na velha sombrinha, única testemunha do encontro, ainda permanecem as marcas desse amor à primeira vista

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Maciço: história e memória (E 5)



A equipe da revista Pobres & Nojentas apresenta mais um episódio do projeto Escadarias do Maciço, o quinto, trazendo hoje entrevista com o professor e pesquisador da UDESC Francisco Canella, estudioso das lutas por moradia em Santa Catarina. Na entrevista, gravada na Escadaria da Rua José Boiteux, Canella fala sobre a história da ocupação do Maciço do Morro da Cruz, as transformações mais recentes, como a presença de novos moradores migrantes, a tendência de pressão do mercado imobiliário e os desafios referentes à infraestrutura, serviços (saúde, assistência social, educação) e acessibilidade.

O projeto busca ouvir moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), revelando assim o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina. O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 30 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus, o uso das escadas para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

O projeto tem o apoio da UDESC (Programa de Extensão Territórios Populares - EDITAL PAEX-PROCEU/UDESC nº 01/2023) e do Instituto Cidade e Território (ITCidades).


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Croniquintas/ Memórias do primeiro jornal

 

Aos 20 anos na Redação da FH


Por Míriam Santini de Abreu

Eu era auxiliar de escritório em uma rede de supermercados de Caxias do Sul em meados de 1990. Entrava na segunda fase de Jornalismo e decidi bater na porta do extinto jornal Folha de Hoje para pedir emprego. Consegui um estágio e lá fiquei durante dois anos. Como tantos outros que passaram pelo jornal, a minha relação com a Folha era um caso de amor. 
Havia a Tríade dos Editores – Cancian, Ibanor e Braga. E trabalhava lá o Darci Demetrio, que sabíamos – os repórteres – ter ganho um Prêmio Esso Regional Sul de Jornalismo. Toda semana o Demetrio selecionava uma reportagem para colocar no mural da Redação e comentar. Lembro-me ainda hoje do dia em que a primeira que fiz foi “para o trono”, como dizíamos. Era sobre uma ocupação de famílias empobrecidas ao lado da Prefeitura. Prova de que o tema me percorre há décadas. Recortei o comentário, datilografado em máquina de escrever, e guardei numa pasta de velhas matérias que tenho até hoje.
Eu amanhecia plena de notícias a apurar e escrever, e anoitecia pulsátil, mesmo depois das acabrunhantes viagens diárias a São Leopoldo para cursar jornalismo na Unisinos. 
Na Folha aprendi a adorar a Editorial de Geral, onde está a peonada do jornalismo: Repórter de Geral, em especial de matérias de cidade e meio ambiente. Aprendi a adorar também as botas pretas de cadarço com sola pesada, confortáveis e aptas para qualquer solo e clima. Botinha de Repórter é como as batizei. 
Toda manhã as pautas nos esperavam em tirinhas de papel. Cada saída com a equipe repórter-fotógrafo-motorista era uma celebração para mim, “foca” deslumbrada. Digitávamos os textos em PCs com monitor verde em meio ao alarido da Redação, uma sala apenas dividida em Editorias com uns seis PCs cada. Os Editores ficavam no único aquário – a sala com divisória de vidro -  e havia as salas menores de Fotografia e Arquivo, de recebimento de telex e de diagramação e finalização das edições. Ah, que grande azáfama! Papel, bloco, telefones, dicionários, “espelhos”, “bonecos”, dicionários, fotos, canetas, pressa! 
Quando o relógio apontava 17h30, eu, a Rosane Berti e o Samuel Frison corríamos Redação afora, sempre atrasados para encontrar, na Praça, o ônibus para a Unisinos. Havia histórias e risos nessas viagens, sempre tendo a Folha de Hoje como cenário.
As pessoas que trabalharam no jornal organizam confraternizações em Caxias e há um quase consenso em relação aos episódios mais marcantes da história da FH. Um deles foi o dia em que parte do prédio da Prefeitura da cidade pegou fogo. 
Era final de tarde, mas o Cancian, nosso Editor Geral, não precisou chamar ninguém de volta ao trabalho. Estávamos todos lá, uns nos carros do jornal, outros subindo às carreiras a rua Dom José Barea, no alto da qual está, ainda hoje, o Centro Administrativo. Eu e o Samuel chegamos juntos, e ainda hoje me lembro da gafe que cometi. Lá estava o prefeito Mansueto Serafini, uma expressão atordoada no rosto. Eu, afobada pela corrida, lasquei:
- Oi, prefeito, tudo bem!?
Atrás dele, as chamas destruíam parte do prédio! 
Nem bem perguntei, me dei conta da gafe e saí dali rapidinho. Uma insensibilidade de Nero, a minha.
Uma hora depois chega à rua, esbaforido, o então secretário da Educação. Ele conta que uma criança quase fora esquecida no local porque dormia em uma das salas da secretaria. A mãe havia saído e voltou desesperada quando soube do incêndio. Os detalhes da história hoje me escapam, mas eram muitos, e eu e o Samuel resolvemos fazer um texto assinado pelo dois. 
Eu estava então imbuída do espírito dos manuais de redação e – temente àqueles preceitos ridículos - insistia em um texto protocolar. O Samuel, hoje doutor em Literatura, queria fazer uma narrativa quente como as chamas. O texto publicado foi um híbrido, e o episódio da criança, dias a fio, discorrido em nossas viagens a São Leopoldo. 
A Folha fechou de forma melancólica em meados dos anos 1990. Não sei se algum estudante de jornalismo da Universidade de Caxias do Sul contou a história do jornal. Espero que sim. Lá se foram 35 anos. 

Escadaria da rua José Boiteux (E 4)




A equipe da revista Pobres & Nojentas apresenta mais um episódio do projeto Escadarias do Maciço, trazendo agora a escadaria da Rua José Boiteux, possivelmente a mais longa do Maciço do Morro da Cruz. Neste episódio entrevistando o morador Sidnei Paim, que vive no meio da escadaria. 

O projeto busca ouvir moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), revelando assim o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina. O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 30 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus, o uso das escadas para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

O projeto tem o apoio da UDESC (Programa de Extensão Territórios Populares - EDITAL PAEX-PROCEU/UDESC nº 01/2023) e do Instituto Cidade e Território (ITCidades). 


quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Billy Culleton, repórter

O jornalista Billy Culleton é o 31º entrevistado do projeto Repórteres/SC. Nascido em Buenos Aires, mudou-se para Santa Maria (RS) para estudar primeiro Filosofia e depois Jornalismo, decisões amadurecidas em vivências na Pastoral Carcerária do município gaúcho e que também levou a viagens Brasil fora e às primeiras experiências jornalísticas.

A vinda para Florianópolis foi em 1993, com ingresso no Diário Catarinense, consolidando carreira como repórter e editor de política em um período no qual as empresas mantinham setoristas para acompanhar de perto os três poderes. No DC, a partir de uma nota lida no Jornal do Brasil, viajou com o repórter fotográfico Daniel Conzi para a produção de uma reportagem sobre as circunstâncias da morte de João Goulart que municiou os trabalhos de Comissão Especial na Câmara dos Deputados entre 2000 e 2001. Tudo num tempo em que a internet era incipiente e a busca por fontes se fazia nas velhas listas telefônicas. 

Ao mesmo tempo, concluiu o mestrado pela UFSC, exerceu a docência durante 14 anos nos cursos de Jornalismo da Unisul, Universidade Federal de Santa Catarina e Centro Universitário Estácio SC. Com a saída do DC, até 2018 Billy foi assessor de comunicação em órgãos como o Tribunal Regional Eleitoral de SC e a Procuradoria Geral do Estado. De ascendência irlandesa, ele aproveitou viagens às terras europeias para fazer reportagens publicadas pela Carta Capital.

Em 2019, Billy criou o Portal Floripa Centro, que traz notícias do cotidiano e reportagens históricas sobre Florianópolis, constituindo acervo valioso de um jornalista conectado com a vida e as diretrizes nascidas de um corpo a corpo com a rua. Atualmente ele é gerente de Comunicação do Porto de São Francisco do Sul e tem à vista os projetos de retomada do Portal Floripa Centro e as investigações sobre a morte de Jango. Na entrevista, ele também fala sobre autores que influenciaram seu trabalho e analisa o cenário atual do jornalismo catarinense. 

A gravação e as fotos são de Rubens Lopes.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Billy Culleton no Repórteres SC






O jornalista Billy Culleton é o 31º entrevistado do projeto Repórteres/SC. Nascido em Buenos Aires, mudou-se para Santa Maria (RS) para cursar jornalismo.

A vinda para Florianópolis foi em 1993, com ingresso no Diário Catarinense como repórter e editor, seguindo também carreira na docência e em assessorias de imprensa. 

Na entrevista, Billy fala sobre reportagens que marcaram sua trajetória, como a investigação das circunstâncias da morte de João Goulart, e a produção para o Portal Floripa Centro, criado por ele em 2019. 

O vídeo está em edição e será divulgado em breve com mais detalhes da trajetória de Billy. As imagens são de Rubens Lopes.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Croniquintas/ No caminho de El Tatio

Nossos gêiseres

Eu não esqueço a cena. Era madrugada e um pequeno grupo seguia em direção a El Tatio, um dos pontos mais altos da região da quebrada de San Pedro de Atacama, no deserto chileno, onde ficam os famosos gêiseres. Havia chovido bastante na noite anterior e as estradas estavam muito ruins. O guia que levava o grupo era um representante legítimo dos Likan Antay, o povo atacamenho, originário do lugar. Seu nome: Getúlio. Homem de poucas palavras, com aquele silêncio pesado que precede tempestades, típico das gentes do Atacama que veem a cada dia seus espaços sendo tomados por empresários europeus.

Na Van seguia um grupo animado composto por brasileiros, chilenos e um espanhol. Basicamente colocávamos nossa vida nas mãos daquele homem, pois o caminho era absolutamente invisível, tamanha a espessura da neblina. Nada se via e só o que a gente sabia era que de um dos lados estreitos da estrada se abria um precipício imenso. Getúlio seguia impávido, conhecedor de que era daquelas milenárias veredas.

Então, houve um estrondo e o carro caiu num buraco, pendente para o lado do penhasco. Foi um momento de pânico geral. Logo estávamos todos na rua e Getúlio tentava retirar o carro da fenda onde tinha caído. Foi nessa hora que o espanhol surtou. Dizia ao indígena que ele era um irresponsável, que não havia condições de subir a montanha, que estava colocando em risco sua vida e tantas outras barbaridades que não vou reproduzir. Getúlio ouvia com sua impassível paciência enquanto, sozinho, lutava para tirar o carro da vala. Ficava explícito ali naquele monólogo do espanhol todo desprezo que ele tinha pelo saber e pela cultura de Getúlio, do povo originário. Sequer se prontificou em ajudar. Só gritando.

E foi tanta a loucura do espanhol que ele praticamente obrigou todo o mundo a voltar para a vila, fazendo ameaças e impedindo que o carro seguisse o caminho até os gêiseres. Como se a estrada ruim e o acidente fossem responsabilidade de uma “burrice” natural de Getúlio. A histeria do cara foi tanta que todos decidiram voltar para São Pedro e retornar a El Tatio só na madrugada seguinte, sem a presença do espanhol. Foi o que fizemos. 

No dia seguinte partimos pela mesma estrada e com o mesmo motorista, vivendo a mesma aventura da neblina fechada. Lá em cima, maravilhada com a beleza dos gêiseres, tive tempo de conversar com Getúlio enquanto devorávamos sanduíches no almoço. Eu meio que pedindo desculpas pelo espanhol. “Esse povo é assim, acha que ainda manda por aqui”, disse ele. "Pensam que somos sua colônia. Não somos mais!". 

Pois não é que no dia seguinte fomos todos chamados à chefatura dos “carabinieri” para dar declarações. O espanhol havia feito uma denúncia crime contra Getúlio, dizendo que ele havia colocado em risco a nossa vida. Claro que todos defendemos Getúlio, pois ele não só tinha cuidado muito bem da situação como sabia andar naquelas estradas de olhos fechados. Nunca houve risco para nossa vida. Foi o maior mico do espanhol! Mas, mostrou bem a sua cara...


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Croniquintas/ Culpa do Vento Sul


Por 
Dinovaldo Gilioli

O sujeito era muito vaidoso, daqueles que não saíam de casa em dia de vento sul só para não espalhar o cabelo que, aliás, tinha muito pouco. Certa vez, essa sua vaidade quase lhe fez romper o casamento. O ingresso para o show tinha sido comprado com bastante antecedência, sua esposa sabia que se comprasse em cima da hora e tinha tal vento não havia quem o tirasse de casa. 

Esse show era o sonho de Tereza. Fã incondicional do músico, era sua grande chance de assistir o ídolo, quem sabe até conseguir tirar uma foto com o famoso cantor e postá-la na internet. Com certeza ia causar inveja nas amigas. Tereza também tinha lá suas vaidades. 

No dia fatídico, ela não se aguentava de ansiedade. O sol estava radiante e tudo corria dentro do previsto. No entanto, quem é que domina o tempo. À noite, sem nenhuma previsão meteorológica, caiu um vento sul de arrancar peruca e pra complicar mais ainda uma chuva fina, daquelas que corta feito navalha. 

Tereza já imaginava a cena: Godofredo, seu digno esposo, ia querer ficar em casa e ela não saia sem ele. Você sabe, mulher casada, proba, de moral ilibada, não ia andar por aí à noite desacompanhada. Na próxima hora do show, Godofredo não dava nenhum sinal. Todo sujo de mexer no quintal, banho que era bom, nada. Tereza não se conteve. 

- Apura Godofredo, desse jeito vamos perder o show! 

Ele se fez de esquecido, mas lembrou o tempo todo do vento sul e da chuva fina gelada. Na maior cara de pau indagou: show, que show? Tereza não hesitou um segundo sequer. 

- Tudo bem, se não quer ir por causa do vento sul e da chuva fina, paciência. Vou convidar o Jerônimo pra ir comigo. 

Jerônimo foi ex dela e era muito amigo do casal. Godofredo tinha uma confiança demasiada no amigo e ele disse, sem pestanejar: "com Jerônimo pode ir, até porque não estou me sentindo bem". Pura mentira, é claro. 

Dito e feito, Jerônimo topou na hora ir com a Tereza. E lá se foram. Animada e saltitante, chegou em casa à meia noite. O show tinha terminado às 22h. Acordado ainda, Godofredo perguntou: E, daí, como foi o show? 

Sem muito pensar, num ato falho, Tereza respondeu, perguntando: show, que show?



quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Raimundo Caruso, escritor


Raimundo Caruso é catarinense, nascido em Urussanga, no sul do Estado. Bem jovem foi estudar em Curitiba e lá na capital paranaense esteve em contato com rico movimento cultural movido por escritores de alto calibre. Fez a faculdade de jornalismo porque lhe encantava a palavra.

Mas, inquieto, percebeu que conhecer era também andar pelos caminhos da América. Foi quando decidiu pegar uma mochila e sair pelo mundo. Andou por vários países, coletando imagens e histórias que depois se transformaram em livros. Esteve por um tempo no Jornal O Estado, de Florianópolis, e passou pela UFSC, aonde deu aula.

Disposto a não se deixar prender por amarras empregatícias decidiu voltar a viajar, desta vez com a intenção de entrevistar pessoas e contar as histórias, tendo como parceira, em muitos livros, sua esposa Mariléia Caruso. Assim, nasceram novos livros, sobre a Amazônia, os Açores, os jangadeiros do Ceará, a Bolívia, os automóveis. Ele acredita que a entrevista é o suprassumo do jornalismo. Também já se aventurou no romance – tem três escritos. 

É essa trajetória de vida e obra que o projeto “Conversas na Tiradentes” apresenta agora, com imagens de Tasso Cláudio Scherer, direção de fotografia de Sérgio Vignes e entrevista de Elaine Tavares.