segunda-feira, 17 de julho de 2023

Mario Medaglia, repórter

 





Fotos: Miriam Santini de Abreu

Foi na casa onde está a Fundação Cultural Badesc, construída nos anos de 1920, que o jornalista Mário Medaglia concedeu a décima entrevistado ao projeto Repórteres SC. Antes de iniciar a conversa, ele gentilmente entregou à equipe um exemplar de seu livro de memórias, intitulado "O menino que corria atrás da notícia", pela Editora Insular, lançado em 2021, com capa ilustrada por Edgar Vasques.

Fazia tempo que os amigos instigavam Mário a contar sua história com o jornalismo. Ele achava que não levava jeito, mas um dia começou a escrever e o livro nasceu. O título e a ilustração de capa fazem alusão a um fato da meninice de Mário, quando ele e a garotada procuravam em meio à vegetação a carga que era lançada por um pequeno avião no balneário Rondinha Velha, no litoral gaúcho. A carga era o vespertino Folha da Tarde, jornal tabloide da Cia. Caldas Júnior que era vendido aos veranistas.

Conhecido pela cobertura esportiva, foi nela que Mário iniciou no jornalismo, como repórter da Editoria de Esportes do jornal Zero Hora. Em 1971, quando terminava a graduação em jornalismo na Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC-RS,  fez parte da equipe que fundou o Jornal de Santa Catarina, em Blumenau. Em 1972, veio para Florianópolis e na capital catarinense atuou como repórter, editor, correspondente, comentarista e colunista. Também foi assessor da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e membro do Conselho Estadual do Esporte. Na entrevista, ele também fala de sua passagem por Brasília, onde trabalhou na assessoria do Banco Nacional de Crédito Cooperativo e como chefe de redação na RBS TV.

Das coberturas que marcaram sua trajetória, Mário cita o acidente aéreo ocorrido em abril de 1980 envolvendo um avião da Transbrasil, as grandes enchentes em Santa Catarina e saborosos episódios dos Jogos Abertos de SC, que cobria em diferentes cidades, sendo o jornalista esportivo Juca Kfouri uma de suas referências profissionais. Ele também fala sobre as experiências, em diferentes órgãos, como assessor de imprensa.

O cuidado com a memória do jornalismo catarinense é parte do currículo de Mário e aparece na entrevista. Ele é coautor do livro "O ESTADO – 100 Capas", e cronista do livro "Loucos e Memoráveis Anos – O Centenário do Jornal O ESTADO", ambos de 2015, no qual há textos de destacados jornalistas do estado.

Na conversa com a equipe do projeto, Mário aborda ainda o etarismo – a discriminação por idade – na profissão e nas redações, fato que contrasta com o período no qual a experiência obtida por anos de fazer jornalístico era valorizada entre os colegas e, em especial, por quem iniciava na profissão. A entrevista é mais uma aula de jornalismo por um jornalista que segue ativo nas redes sociais. 

As imagens são de Felipe Maciel Martínez, com fotos de Míriam Santini de Abreu.


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