sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Crise para quem? A comunicação sindical no cenário econômico brasileiro













Por Marcela Cornelli

Crise para quem? A comunicação sindical no cenário econômico brasileiro. Este foi o tema central do 4º Seminário Unificado de Imprensa Sindical realizado de 13 a 15 de outubro de 2016, em Curitiba (PR).

O primeiro Seminário Unificado de Imprensa Sindical realizado fora de Santa Catarina reuniu 150 participantes no auditório da APP Sindical, sindicato dos professores estaduais do Paraná. Os participantes vieram de oito estados do País: Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Um debate que unificou as várias forças políticas ali presentes. Um acúmulo de discussões sobre o movimento sindical e a luta contra a hegemonia da mídia burguesa.

Um breve histórico

Em 9 de dezembro de 2002 o Sindprevs/SC realizou o primeiro seminário de imprensa sindical, em 18 de abril de 2008 o segundo e em 28 de abril de 2011 o terceiro. Como deliberação do terceiro seminário foi realizado em 4 e 5 de julho de 2013 o primeiro seminário unificado, com demais sindicatos. O segundo seminário unificado foi de 6 a 8 de agosto de 2014 e o terceiro unificado de 23 a 25 de setembro de 2015.

Como fruto destas discussões em 2013 foi criado o Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora. Assinaram no dia 26 de novembro do mesmo ano o manifesto de criação do Fórum as seguintes entidades:  Sindprevs/SC, Sinasefe, Sindaspi, Sintrajusc, Seeb Floripa, Sintespe, Sintufsc, Sindicato dos Farmacêuticos, Sindes, SindSaúde, Sinergia, Sintaema, CUT/SC, CTB, MST, Consulta Popular, Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura (CpCC), Portal Desacato e Revista Pobres & Nojentas. E em 4 de agosto de 2016 foi criado o Coletivo Vito Giannoti em Florianópolis.

Promovido pelo Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora, o Seminário Unificado de Imprensa Sindical se consolida como referência no debate da comunicação alternativa, como opção concreta de combate ao monopólio midiático que enfrentamos no Brasil. Já o Encontro Nacional de Jornalistas Sindicais, o primeiro realizado em Florianópolis em 2015 e o segundo neste ano em Curitiba, com pautas específicas para jornalistas, é um espaço importante para avançarmos nas questões do jornalismo sindical.

O fortalecimento da “nossa imprensa” é pauta cotidiana dos sindicatos, dirigentes e jornalistas. Essa troca de experiências é determinante para aprimorar as práticas diárias de tratamento da informação, além de contribuir na evolução da assessoria ao jornalismo sindical.

Carta do 2º Encontro Nacional de Jornalistas Sindicais

A classe trabalhadora brasileira vive um momento de grande ofensiva a direitos conquistados ao longo de anos de luta e resistência. Ataques a direitos trabalhistas, a PEC 55 e a já anunciada reforma da Previdência ampliam as tensões no interior das organizações classistas e nos apontam para um futuro de longas jornadas de luta em defesa do pouco já conquistado. É neste contexto que realizamos o 2º Encontro Nacional de Jornalistas Sindicais, fruto de uma organização independente e de base, e que tem como objetivo discutir o contexto geral a que estamos submetidos, assim como as especificidades de nossa vida laboral nas milhares de entidades sindicais brasileiras.

É consenso entre os jornalistas presentes a necessidade de mudanças nas condições de trabalho e da construção coletiva de entendimentos junto aos/às dirigentes sindicais sobre as contradições nas relações de trabalho.

Neste sentido, o 2º Encontro de Jornalista Sindicais, realizado em Curitiba no dia 15 de outubro de 2016, propõe alguns eixos que podem orientar o exercício da função de jornalista nas entidades sindicais, na intenção de superar a precarização do trabalho.

Orientações 

- Combate às contratações irregulares e informais;
- Combate ao assédio moral;
- Cumprimento da jornada regulamentar de 5 horas;
- Aprofundar o debate acerca da pré-contratação de hora-extra;
- Cumprimento ao intervalo intra e entre jornadas (pelo menos 15 min de intervalo de intra jornada e de 10 horas entre jornadas);
- Direito à desconexão (limitar as demandas enviadas fora da jornada de trabalho);
- Atentar para a sobrecarga gerada pela multifunção e o seu impacto na saúde do trabalhador;
- Garantir a estrutura necessária ao cumprimento das tarefas jornalísticas (equipamentos e contratação de serviços acessórios).

Encaminhamentos 

- Criação do Coletivo Nacional de Jornalistas Sindicais;
- Criação do grupo virtual Agência de Notícias Sindicais;
- Desenvolvimento de cartilhas sobre assédio moral nos sindicatos, orientações para dirigentes e direitos dos jornalistas sindicais;
- Moção de Apoio à luta estudantil e às ocupações nas escolas estatuais;
- Levar os encaminhamentos do encontro para o próximo NPC, nos congressos e instâncias deliberativas das entidades sindicais;
- Trocas de experiências com mídias independentes;
- Mapeamento dos sindicatos que tem jornalistas sindicais em todos os Estados.

Curitiba, 15 de outubro de 2016

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