Por Dino Gilioli
Num mundo cada vez mais
mercantilizado, pautado pela lógica da rapidez das máquinas e marcado pela dura
sobrevivência da maioria das pessoas perguntamos: Qual o papel de um sindicato?
Pedro Tierra lembra-nos que o ofício de poeta, de certo modo, pode se resumir
na observação dos gestos humanos e na sua tradução pela subversão da palavra.
Neste sentido, perguntamos: Qual a função de um sindicalista?
O sistema atual que “regula” a
sociedade reduz o trabalhador a um mero vendedor da força de trabalho. De tal
forma que o homem ou mulher trabalhadora são registrados, na maioria das
empresas, como apenas mais um item de custo. Valendo, neste caso, a lógica de
que para reduzir custos tanto faz uma matéria prima, uma mercadoria ou um
trabalhador.
No nosso entendimento um
sindicato deve atuar na contramão dessa perversa lógica e perceber o
trabalhador, acima de tudo, como um ser humano – na sua integralidade. Logo, a
ação de um sindicato de caráter emancipador não deve se limitar a uma pauta de
reivindicação. A luta dos trabalhadores deve suplantar as questões imediatas e
corporativas.
Sem esquecer da origem do
sindicalismo que nasce pela necessidade de garantir a subsistência do
trabalhador, diante de um sistema cada vez mais excludente é preciso que
façamos uma profunda reflexão sobre a atividade sindical. É preciso que discutamos
qual o papel político de um sindicato, que permita olhar o trabalhador para
além da raia economicista. Ou seja, um sindicato que tenha presença objetiva e
subjetiva na vida do trabalhador.
Nessa perspectiva é possível
tecer com os trabalhadores uma representação de classe que, além de
reivindicar, atua num horizonte onde a cultura é compreendida como espaço
genuíno da expressão humana, do exercício crítico e criativo. É possível
vislumbrar uma instância de poder coletivo que estimula a solidariedade, o
companheirismo e a prática da liberdade pela valorização da vida.
Pois, como diz o poeta: “um
sindicato deve ter sensibilidade para perceber estrelas e consciência para
sacudir o chão”.
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