Carta Aberta à População, às  autoridades e ao Ministério Público
 
 Apesar da tentativa que até então estava sendo  orquestrada pela Hantei, em defesa de seu empreendimento na Ponta do Coral, como  se fosse do interesse e da vontade da maioria da cidade, e que este cumpria o  rigor da Lei, o fato é que bastaram duas noites e uma hora cada de debate na  TVCom RBS, para tudo ser desmascarado, pois a ilegalidade e improbidade  administrativa é a base de sustentação do projeto da Hantei na Ponta do  Coral.
 
 Mesmo com a formatação dos dois debates que evitou de  colocar na mesa a Hantei e a Prefeitura X Movimentos Sociais, e até com o uso de  noticias paralelas que jogaram no meio do último debate para dispersar a  discussão e atenção, mesmo assim caiu por terra o castelo de areia arquitetado  pela Hantei e amplamente divulgado pela imprensa. A postura firme e clara da  SPU, Superintendência do Patrimônio da União, manifestada pela Dra. Isolde  Espíndola, não deixou dúvidas ao dizer que a Lei 180/2005, aprovada pela Câmara  e sancionada pelo Sr. Dário Berger, é ilegal pois não pode ser repassado area  pública de marinha para empreendedor privado, e muito menos autorizar construção  de aterro sobre o mar da Baía Norte. Deixou claro que Prefeitura e a Nova  Próspera, a proprietária da área, já estão notificados pelo SPU desta situação  desde 2005 e que se encontra tramitando em Brasília, sendo analisado pela  Advogacia Geral da União o pedido de anulação da Lei 180/2005 formulado pelos  Movimentos Sociais e pela Superintendência do Patrimonio da  União-SC.
 
 Nossa participação nestes debates deixou claro que a  população não quer a destruição da natureza, mas sim um desenvolvimento  sustentável da cidade e com respeito às suas características ambientais e  culturais (como demonstram as pesquisas encomendadas pela RBS, feitas pelo  Instituto MAPA em novembro de 2011). Deixamos claro que existem outras  possibilidades de ocupação mais racional e sustentável para aquela área, e que  cumpra a sua função social como determina a Constituição Federal, voltada ao  interesse da municipalidade e sem ferir o direito patrimonial do proprietário da  área privada e da área pública de marinha que corresponde a 60% da Ponta do  Coral.
 
 Porém tambem ficou claro que não existe vontade política dos agentes  públicos, vereadores e  prefeito, e que estes usam de  suas funções públicas para serem despachantes de luxo dos interesses da Hantei e  de um setor corrupto do capital especulativo imobiliário. Em ano  eleitoral isso fica mais evidente. 
 
 Denunciamos que esta situação está diretamente ligada à falta de seriedade nos trabalhos de elaboração do Plano Diretor Participativo  que encontra-se emperrado por culpa dos interesse do senhor Rauen,  super-secretário, que hoje contamina a probidade administrativa da gestão do  Planejamento, Definição e Execução Politica Urbana e Ambiental, com os seus  interesses privados como verdadeiro sócio da grilagem das coisas públicas e das  buscas de privilégios para a especulação imobiliária. Ele controla a FLORAM,  IPUF e SUSP, distituiu diretores e diretorias, não permitindo que servidores de  carreira cumprissem suas funções técnicas e politicas para as quais são pagos  pela população, com transparência e de acordo com os interesses da gestão  pública. 
 
 Rauen, como o coordenador e representante do prefeito  neste debate, só atende as elementares demandas da sociedade através da ação do  Ministério Público, após enormes atrasos e desmonte das regras coletivas. Impede  controle e participação popular efetiva da sociedade civil neste processo de  gestão participativa e demorática, atua à revelia da lei, da sua função pública  e da legislação e do interesse da municipalidade, é militante ativo do  desgoverno, conivente e gerador de práticas que levam aos crimes denunciados na  OPERAÇÃO MOEDA VERDE. 
 
 Por isso o lobista RAUEN tem que ser afastado  urgentemente da administração pública. No debate de segunda-feira passada se  tornou RÉU CONFESSO, ao fazer defesa escrachada do interesse da Hantei e de seus  projetos. Não deixou o diretor da empresa dar as explicações, diante da  população catarinense, que ficou pasma, achando que ele era o empreendedor e de um  advogado presente na mesa do debate. Numa administração municipal mais séria ele  estaria exonerado do dia seguinte e a Câmara de Vereadores abrindo uma CPI. Sem  o seu afastamento, e investigação séria de sua postura no controle da SUSP,  FLORAM e IPUF, a administração continua sendo a casa da mãe joana, o Plano  Diretor uma colcha de retalhos sujos e podres. Sua permanência no cargo é a  sensação de impunidade, e que dá a ele e a outros agentes públicos a garantia de  poder se expor com tamanha cara de pau, insensatez, avalizando coisa que  deveriam ser por ele esmiuçadas, debatidas e regradas de acordo com a lei e o  interesse da municipalidade, com controle social de forma transparente e  democrática em defesa do bem comum da cidade e não de seu clube de  amiogos. 
 
 Não é a toa que nossa cidade debate mais as ações  judicias e ajustes de conduta em cima daquilo "que eles obraram", do que o  ordenando e planejando do nosso futuro, pois como afirma o todo poderoso Rauen:  "O FUTURO DA CIDADE E DO PLANO DIRETOR A DEUS PERTENCE, e AMÉM, eu sou a  garantia", e enquanto isso eles não planejam, e continuam governando em  atendimento de seus interesses na base de milhares de alterações de no Plano  Diretor de 1997 de forma pontual e casuística, sem planejamento e contrato  social coletivo, destruindo aquilo que Deus nos deu! Por isso o Plano Diretor  Participativo está emperrado até aqui, e querem agora, em ano eleitoral, aprovar  na Câmara de Vereadores, a toque de caixa, às custas das trocas de financiamentos  de campanha de reeleição, ou seja, um horror, a cidade não merece isso. Se isso  ocorrer é caso de cadeia ou vamos então decretar o fim do Estado Democrático de  Direito em Florianópolis, e cairmos no cada um por si! É hora de bom  senso!
 
 Chega de tamanho bandalheira, isso é crime, por isso  só temos uma saída: Fora RAUEN! Vá assumir a diretoria de Lobista na HANTEI  que, de fato e de direito, lhe pertence, e deixe a coisa pública para quem tem  vocação, comportamento cidadão ético e moral para tanto. Neste requisito o oresidente da FATMA, MURILO FLORES, e ISOLDE ESPINDOLA, da SPU, deram de 100 X 000  no lobista RAUEN. Murilo asseverou que neste momento em que as questões  emblemáticas e de opiniões tão diversas e complexas estão sendo debatidas  com a sociedade e estudadas pelos órgãos públicos, e que novas questões  aparecerão no processo, o bom senso cobra parcimônia e não precipitação de  emitir avaliação conclusiva por parte dos agentes públicos que nem especialistas  são nos temas. Isolde fala que a função do gestor público é usar das  possibilidades que a legislação lhe oferece em defesa do bem comum, como é usada  em outras situações nesta cidade quando se trata de pequeno proprietário e com o  imóvel de cidadão comum. Por que não na área da Hantei, se ela pode ser  indenizada com permuta de área, oferta de índices construtivos em outra área?  Por que ali numa área onde haverá sabiamente impacto de vizinhança, de paisagem,  social e na infra-estrutura urbana? Tem que haver vontade política com o mesmo  peso do gestor público, disse ela. Murilo e Isolde estão de  parabéns!
 
 Diante disso solicitamos que o Ministério Público abra  de imediato Inquérito Civil Investigatório para apurar as denúncias por nós  manifestadas neste processo que se iniciou desde a aprovação da Lei Municipal  180/2005, que trata da alteração do Plano Diretor para beneficiar a Hantei. E  para isso a cópia do debate do CONVERSAS CRUZADAS é prova a ser analisada,  diante da falta de desviu de função do agente público. 
 
 Para nós, da sociedade civil, cabe ainda mais fazer o  debate democrático da função social da propriedade privada e pública que existe  na Ponta do Coral. Estamos conclamando as lideranças sociais, entidades de  classe, organizações não-governamentais e a população em geral a se juntarem a  nós, da Câmara de Meio Ambiente e Saneamento do FÓRUM DA CIDADE, e com as demais  entidades que compõem o Movimento em Defesa da Ponta do Coral de uso 100%  Público e pela criação do PARQUE CULTURAL DAS TRÊS PONTAS, que irá gerar  emprego e renda, focado na promoção dos serviços de apoio ao turismo ecológico,  esporte, lazer, cultura, artesanato, maricultura e pesca, corredor gastronômico,  observação de flora e fauna, de acordo com a vocação natural e cultural da ilha,  que é a nossa galinha dos ovos de ouro, que uns  querem só para si ou para  fazer uma grande omelete em busca de lucro fácil e destruição da  natureza.
 
 Dia 23 de Março, dia do aniversário da cidade, iremos  fazer um Ato Público em Defesa da PONTA DO CORAL, lá na área. Todos estão  convidados. Para mais informações acessem  
http://parqueculturaldas3pontas.wordpress.com/ e assista à  reprise do debate CONVERSAS CRUZADAS de ontem, hoje, às 12 horas, na TVCom, no canal 36  da Net.
 Links relacionados: 
 http://youtu.be/fvPaSAz_OYk
 www.eteia.blogspot.com
www.iela.ufsc.br 
 www.daquinarede.com.br
 www.desacato.info
www.pobresenojentas.blogspot.com 
 
 
 Hoje, quarta-feira, faremos, às 18:30h, reunião do Movimento em Defesa da PONTA DO CORAL na UFSC, no  curso de Arquitetura e Urbanismo. Você está convidado.
 
Arquiteto e urbanista LOURECI RIBEIRO 
Membro da Câmara de Meio Ambiente do  FÓRUM DA CIDADE