Texto: Dino Gilioli
A neta alertou: Vó é muito alto, tem certeza que consegue subir?
A vó não titubeou e respondeu de imediato: claro que consigo subir, quando tinha a sua idade subia num pulo só.
Mas, vó, você não tem mais a minha idade...
Por isso mesmo que não vou subir num pulo só. Vou usar os dois pés e subir devagarinho.
Pra quê isso, vó? Não precisa catar pra mim, nem estou com vontade, insistiu a neta, demonstrando preocupação.
Buscando tranquilizar a neta, a vó disse que tinha muita experiência em subir em árvores, além disso ia pra academia três vezes por semana e ainda corria 3 km em dias alternados.
Então tá vó, se a senhora insiste, pega aquela mais bonita, bem amarelinha. Eu aaaammmmmo manga, reforçou a neta.
Pé por pé e cuidadosamente a vó catou a manga e jogou lá de cima pra neta, que pegou feliz da vida. Parecia ter ganho um baita presente!
Já embaixo, a vó recebeu mil beijos da neta, que agradeceu demais pela manga deliciosa.
No outro dia, a vó sentiu uma dor insuportável no joelho. O médico pediu uma ressonância magnética urgente.
Na hora do exame, a atendente pediu que a vó ficasse só de calcinha, tirasse o sutiã e vestisse uma camisola de algodão. A vó estranhou e disse: Meu sutiã não tem metal e o exame é do joelho. A atendente afirmou que era por causa do tecido. Mas é o mesmo tecido da calcinha, pensou a vó. E, sem que ela percebesse, a moça foi chamar a pessoa responsável por fazer o exame.
A vó, vendo-se sozinha na sala, ficou indignada com a falta de resposta da atendente e abriu a porta. Viu um rapaz que parecia estar usando uniforme e perguntou: Afinal, tiro ou não tiro a calcinha?
Sem saber o que fazer, o moço, vermelho e constrangido, não disse uma só palavra! Era um paciente que também aguardava por um exame.
