O Cineclube
SINJUSC inicia as suas atividades em grande estilo. A partir das 19 horas da
próxima quinta-feira, 27 de setembro, no auditório do Sindicato dos Servidores
do Poder Judiciário de Santa Catarina (Avenida Mauro Ramos, 448), será
apresentado o filme “Marighella” e em seguida haverá debate com a diretora Isa
Grinspum Ferraz e com o único catarinense integrante da Comissão de Anistia do
Ministério da Justiça, o advogado Prudente José Silveira Mello, com mediação do
presidente do SINJUSC, Cláudio Del Prá Netto.
Lançado no circuito comercial em julho deste
ano, o documentário “Marighella” é a recuperação de parte importante da história
do Brasil e o resgate de um dos mais ativos opositores ao regime militar. Ao
recontar Carlos Marighella, o filme também provoca questões sempre presentes,
como a obviedade da resistência violenta ao Estado violentador. A morte de
Marighella por agentes do Estado é também um debate atual, em que se questiona
se um Estado democrático pode se negar a punir aqueles que agiram com a força da
lei – e das armas, e da tortura - contra a oposição civil. Veja aqui o convite
para o dia 27 http://www.youtube.com/watch?v=cSz2RQUZ4lo.
A vinda do documentário
Marighella para uma sessão especial e a presença da diretora do filme é uma ação
conjunta do Cineclube SINJUSC, do SINJUSC, do Centro de Estudos e Pesquisas em
Trabalho Público e Sindicalismo, União Catarinense de Estudantes, TV Floripa,
Sinergia, CESUSC e FUNJAB.
Marighella
Filho de
operário imigrante italiano e de negra filha de escravos africanos, Carlos
Marighella nasceu em Salvador em 1911. Iniciou o curso de Engenharia Civil da
Escola Politécnica da Bahia, que abandonou para ingressar no Partido Comunista
em 1932. Neste ano, foi preso pela primeira vez, por escrever um poema crítico
ao interventor Juracy Magalhães.
Eleito
deputado federal constituinte em 1946, foi cassado em 1948 porque o Partido
Comunista foi colocado na ilegalidade. Em maio de 1964, após o golpe militar, é
baleado e preso por agentes do DOPS dentro de um cinema, no Rio de Janeiro.
Libertado em 1965 por decisão judicial, no ano seguinte opta pela luta armada
contra a ditadura. Em fevereiro de 1968 funda o grupo armado Ação Libertadora
Nacional. Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma
emboscada na alameda Casa Branca, Em São Paulo. Ele foi morto a tiros por
agentes do DOPS comandados pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Em 1996, o
Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte de
Marighella.
O escritor
Carlos Marighella tem a obra poética reunida no livro “Rondó da Liberdade”. Ele
também escreveu “A crise brasileira”, “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, “Pela
Libertação do Brasil”, “Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil”, “Algumas
Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil” e “Chamamento ao Povo
Brasileiro”.
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