quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VOCÊ SABE O QUE ANDA COMENDO? PARTE III

Li Travassos

Em julho de 2009 escrevi um artigo, publicado aqui no site da Pobres... com este título. Falava principalmente de corantes, e de quanto podem ser nocivos à saúde. Mas passava também por carne vermelha (que eu não como), refrigerante (que, sim, eu ainda tomo de baldes) e outras coisinhas mais. Depois escrevi uma Parte II, bem curtinha, que era só para avisar que uma leitora havia encontrado um erro no meu primeiro texto. Por absoluta falta de tempo, só hoje consegui terminar este texto, que estou "parindo" faz dias...
Há pouco mais de um mês, descobri que o tal "glutamato monossódico", presente em grande parte dos alimentos processados, na verdade ativa as papilas da língua para que você perceba um sabor que não existe. Esta "ativação" constante poderia vir a causar câncer de língua. Mas não pára por aí. Embora vários sites afirmem que ele não faz mal (a quem será que eles servem?), se você for ao site
http://www.anovaordemmundial.com/2009/10/glutamato-monossodico-gms-o-sabor-que.html vai descobrir que ele pode ser responsável por males que vão da depressão à arritmia, podendo mesmo levar à morte.
O pior é que o glutamato está presente não apenas em produtos cuja base é ele mesmo, como os chamados realçadores de sabor, mas também em todas estas sopinhas prontas que facilitam nossa vida no inverno; em quase todas as comidas semi-prontas, que você só precisa esquentar; e até em comidas feitas especialmente para crianças pequenas. Ou seja: esta comida toda não tem gosto de nada, e por isso precisa do tal do glutamato para "tapear" os seus sentidos. Dá para piorar? Sim: a cada dia que passa, são inventados novos tipos de realçadores de sabor, que são puro glutamato monossódico. Coisas para deixar o arroz, o feijão, etc., parecendo ter gosto de que foram feitos por alguém que sabe cozinhar melhor do que você, em resumo.
Também descobri que o peixe mais metido a besta do mundo, o tal do salmão, além de levar, depois de morto, um corante à base de sangue, como eu já havia denunciado no meu primeiro texto sobre alimentação, está sendo criado em cativeiro, onde recebe doses de DNA de porco, para que se desenvolva com maior rapidez. Ou seja: quem come este tipo de salmão está comendo um animal transgênico. Se temos quase certeza de que vegetais transgênicos fazem mal à saúde, imagine um animal transgênico!
Fui ao supermercado dia 4, e fiquei meio biruta, tentando comprar alimentos sem corantes artificiais ou animais, sem glutamato monossódico... Acabei trazendo para casa uma massa super engordiet e ainda por cima cheia de gordura trans... Parece que o mundo (ou a industria alimentícia) te diz assim: tá legal, você mulher, resolveu sair da cozinha, ir trabalhar fora de casa, não sabe nem cozinhar? Então tá, a gente te alimenta, alimenta teus filhos, facilita tua vida na cozinha, mas depois não reclame se você ou teu filho tiver câncer, alergia, obesidade...
Queria escrever sobre isso, mas estava sem tempo... Então, quinta feira, dia 5, no jornal da globo da hora do almoço, escuto que "descobriram" uma nova "doença". Um estaduinense chamado Steven Bratman "descobriu" que existem pessoas viciadas em comida saudável, ora veja! E denominou a doença de "ortorexia". O sintoma seria a pessoa ficar procurando saber os componentes de cada alimento, a maneira como sua comida é preparada, a ponto de prejudicar seu convívio social...
Bueno, como eu vivo "metendo o pé na jaca" em meus cuidados alimentares, em festas como bolo, doces, todos os salgadinhos fritos que não levem carne, e no meu dia a dia não dispenso refrigerante, chocolate, e outros alimentos nada recomendáveis, fiquei furiosa. Eu, que já comi muito pão com salada em churrasco, só para não perder a companhia das pessoas, que nunca deixei de fazer nada na vida porque tenho restrições alimentares auto-impostas, que nunca deixei minha alimentação prejudicar meu convívio social, fiquei, realmente, de fato, furiosa.
Por que vou sim, para o supermercado munida até mesmo de lupa, para ver se enxergo as malditas letras minúsculas das embalagens dos alimentos, para tentar evitar o que há de pior na alimentação pronta ou semi-pronta, já que adoro comer e não adoro cozinhar... Para evitar ser assassinada lentamente, e ainda pagar por isso. E não acho que sofro de doença nenhuma em relação a isto, a não ser que seja doença a gente querer evitar colocar para dentro de nosso corpo substâncias comprovadamente nocivas à saúde. Daqui a pouco, vão dizer que quem evita tomar remédios sofre de algum tipo de doença também...
Certo, por suposto, seria consumir todo o lixo alimentar que nos disponibilizam. Certo seria aceitar o mundo como está posto. Certo seria, talvez, trocar de esmalte diariamente, como fazem algumas adolescentes "antenadas", que não tem noção de ser o esmalte (e seus removedores) um dos produtos mais nocivos ao meio ambiente que já foram criados – imagina então o que ele faz com as unhas... E a Globo, claro, estimula este comportamento absurdo, e questiona quem se preocupa com o que come... Certo, por suposto, é ser como todo mundo. Bueno, eu não sou! E espero que você não seja, e que seu vizinho não seja, e que a gente possa aumentar no planeta cada vez mais o número de pessoas "diferentes", "doentes", e inconformadas... quem sabe uma hora a gente não vira maioria e chuta o balde dos ditos normais?

2 comentários:

Zane Quintana disse...

Eu acho que sou totalmente diferente, em relação a alimentação e chata idem, procuro comer somente o que faço,o mais natural(integral) possível, calmamente falando.Adorei, vou divulgar no meu twitter(zanequintana),valeu.

Loan disse...

Veja que texto interessante.

Necrorexia
http://www.anda.jor.br/?p=84399

“Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente” Krishnamurti