domingo, 29 de junho de 2025

"Trajetórias e Histórias: com o arquiteto e professor Lino Peres


Uma vez disseram ao Lino que, se em uma reunião o nome dele fosse pronunciado três vezes, ele apareceria.

É porque o arquiteto e professor Lino Peres parece estar em vários lugares ao mesmo tempo e carrega uma história que se entrelaça com as lutas populares de Florianópolis desde 1978, quando ele se mudou para a capital catarinense. 

Nascido em Rio Grande (RS), Lino mudou-se para Porto Alegre para estudar. Ganhava a vida vendendo enciclopédias enquanto cursava Direito. Mas o mundo jurídico foi deixado para trás quando ele foi aprovado em Arquitetura e Urbanismo na UFRGS, iniciando a trajetória que o levou a professor concursado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.  

Os estudos de mestrado e doutorado foram feitos no México, sendo a tese uma pesquisa sobre a crise habitacional dos anos 1970/90, para a qual ele estudou o caso da primeira ocupação urbana organizada em Santa Catarina, em 1990, gerando o hoje bairro Monte Cristo, no continente. 

A carreira acadêmica de Lino teve uma série de projetos de extensão em torno de 25 comunidades de Florianópolis, como no Santinho, na Ponta do Leal e na Panaia, sempre em torno da moradia e dos embates do plano diretor. 

Foram também anos de lutas no movimento docente, no movimento negro, no Partido dos Trabalhadores (PT) e em movimentos de defesa do direito à cidade e da natureza.

Entre 2013 e 2020, Lino foi vereador pelo PT, buscando levar para a Câmara as demandas das populações empobrecidas e o combate ao projeto de transformação da cidade em mera mercadoria.

Lino atua hoje no Instituto Cidade e Território e no Fórum da Cidade. Organizou livros sobre política urbana (como “Resgatando Paisagens”, “Confrontos na Cidade” e “Crítica da Política Habitacional”) e, em 2024, lançou um só seu, de poemas, “Duplo Inteiro”, expressão do amor pelas artes. 

Entrevista gravada por Rubens Lopes de Souza com edição de Elaine Tavares.

O projeto, iniciado em 2023, entrevista pessoas cuja história de vida se entrelaça com as lutas populares em Santa Catarina.

Foto: Rubens Lopes de Souza

Veja a entrevista aqui:



terça-feira, 24 de junho de 2025

Paulino Júnior, escritor



A cidade conservadora do interior paulista, Presidente Prudente, tinha horizontes muito reduzidos para um garoto em ebulição como o Paulino Júnior. Mas, ele descobriu o rock'n'roll, espaço seguro de rebeldia e criação. E foi nesse campo, o da música, que ele ensaiou os primeiros passos da escrita. Não estou satisfeito em criar grupos de rock, Paulino escreveu suas próprias canções. Nesse ensaio, foi dando corpo para sua escritura. O tempo passou e ele saiu em busca de conhecimento para uma possível carreira de professor. Fez faculdade, mestrado, e caminhou por aí, na vereda universitária. 

Foi então que apareceu a oportunidade de vir para Florianópolis junto com a companheira. Uma reviravolta na vida. E assim nasceu o escritor. Paulino entendeu que era tempo de abrir passo para o que já borbulhava dentro dele há tempos. Desistiu da ideia de dar aula e dedicou-se a escrever. “Por isso, Santa Catarina é a mãe do escritor”, diz. Desde então, e lá se vão 20 anos, ele vem burilando seus contos, centrados na realidade dos trabalhadores. 

Não poderia ser diferente. Paulino é comunista e militante. Está na vida para travar lutas e esgrimir palavras. Foi cronista do Notícias do Dia e já publicou quatro livros. Dois de contos, um de crônica e outro, artesanal, que contém um conto. Seu tema é a vida mesma, da gente que trabalha. Neste vídeo, com imagens de Tasso Claudio da Silva e direção de Sérgio Vignes, ele fala de literatura, conta da sua vida e da sua obra, sempre em construção. 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Segundo episódio do projeto "Trajetórias e Histórias" traz entrevista com o arquiteto e professor Lino Peres

 

A equipe da Pobres & Nojentas iniciou em março de 2023 mais um projeto, o “Trajetórias e Histórias”. O objetivo é conversar com pessoas cuja história de vida se entrelaça com as lutas populares em Santa Catarina. Nesta sexta-feira (13), o entrevistado foi o arquiteto e professor Lino Peres. Lino nasceu em Rio Grande (RS), formou-se em Arquitetura e Urbanismo na UFRGS, em Porto Alegre, e em 1978 mudou-se para Florianópolis, onde iniciou carreira como professor concursado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC.  

Na entrevista, Lino fala sobre a sua trajetória pessoal e acadêmica, a atuação junto aos movimentos sindicais e populares, a experiência em dois mandatos como vereador e os atuais projetos desenvolvidos em diferentes áreas. É uma trajetória que se relaciona com as lutas sociais em Florianópolis desde o final dos anos 1970.

A entrevista foi gravada pelo jornalista Rubens Lopes de Souza, com edição da jornalista Elaine Tavares, e será publicada em breve.

Foto: Rubens Lopes de Souza

terça-feira, 10 de junho de 2025

Milton Ostetto, repórter




Milton Ostetto nasceu em Nova Veneza, Santa Catarina, e desde bem pequeno já desfrutava da beleza da imagem. É que seu pai era dono do cinema da cidade e ele podia assistir filmes de todo tipo. Aquilo lhe aguçou o olhar. Mais tarde veio morar em Florianópolis onde cursou a faculdade de Engenharia, mas sempre perseguindo a fotografia. Não descobri os estudos, mas andei por aí fotografando.

Na turbulenta década de 1980 já circulava nos espaços do jornalismo alternativo, convivendo com figuras como Eloi Galotti e Dario de Almeida Prado, este, um ás da fotografia. Apaixonado pela imagem batalhava para ter sua própria máquina, naqueles dias coisa muito cara, e arriscava-se na fotografia com máquinas emprestadas pelo jornalista Celso Martins, usando pontas de filme de outros colegas fotógrafos, sempre caçando a luz.

Primeiro, voltou-se para a natureza, afinal Florianópolis é um prato cheio. Mas, seu espírito rebelde logo encontrou as gentes. Sua câmera passou a buscar a lida dos pescadores, as passeatas, os atos, as lutas dos trabalhadores. Não foi um repórter clássico, com emprego em jornais ou TV. Mas, passou a vida toda registrando a luta social.

Ainda hoje, em qualquer manifestação que se vá, lá está ele, colado na máquina, registrando tudo e logo disponibilizando seu trabalho para potencializar a luta. É assim que ele reporta a vida, mas não qualquer vida: a vida do trabalhador. Também é o criador do Varal da Trajano, que leva a fotografia para a rua, onde ela pode ser vista por todos.

É a realidade do povo em luta que ocupa seu ser. 

Neste vídeo, um pouco de sua história e do seu trabalho. Com imagens de Rubens Lopes. 

sábado, 7 de junho de 2025

Milton Ostetto no 28º episódio de Repórteres/SC






O catarinense Milton Ostetto é o 28º entrevistado do projeto Repórteres/SC. Nascido em Nova Veneza, Sul do estado, ele se envolveu com o mundo da imagem, bem jovenzinho, com o pai, que tocava o cinema da cidade.

Quando veio para Florianópolis, passou no curso de Engenharia Elétrica na UFSC e foi nessa profissão que fez carreira. O caminho na fotografia foi se abrindo nas amizades com fotógrafos e jornalistas que moravam na capital e atuavam no jornalismo tradicional e independente. 

Trabalhou com Elloi Galotti, Dario de Almeida Prado, Sérgio Rubim e Nelson Rolim, no Afinal, jornal alternativo criado em Florianópolis nos anos 1980. Também atuou na agência de Fotografia Soma, de Tarcísio Mattos e Eduardo Marques. 

A mudança para o trabalho do Rio de Janeiro abriu novos olhares e Ostetto a considera uma virada no seu entendimento sobre a fotografia, paixão que direciona para a natureza, a rua e as lutas dos movimentos sociais.

Desde 2015, também dedica-se o projeto "Varal na Rua", que marca os sábados na Trajano, apresentando uma fotografia para o povo. 

O vídeo está em edição e será divulgado com mais detalhes da trajetória de Ostetto. As imagens são de Rubens Lopes.

Fotos: Rubens Lopes

terça-feira, 27 de maio de 2025

Cristina Santos, escritora


Cristina é mineira de nascimento, mas criou-se em Niterói, Rio de Janeiro, onde estudou e iniciou seu trabalho como pesquisadora, bióloga e primatóloga. Veio para Florianópolis há mais de 25 anos e foi aqui que passou a escrever livros informativos para a infância. Sua intenção sempre foi a de levar o conhecimento científico para as crianças, ajudando assim a compreensão da necessidade da preservação da natureza. Seu trabalho sobre os biomas de Santa Catarina, a natureza da ilha de Santa Catarina, os passarinhos e roteiros originais sobre a cidade rodam o país todo, sendo referência no campo do livro informativo. E serve tanto para crianças como para adultos.

Cristina acredita que para proteger a flora, a fauna e toda a abundante diversidade brasileira é preciso antes de conhecer em profundidade aquilo que nos cerca. Para ela, a natureza não é um cenário descolado da vida humana. Tudo está em ligação e equilíbrio. Neste vídeo ela fala do seu trabalho e também mostra a preocupação com o avanço alucinado da capital sobre o meio ambiente. Venha passear conosco nessa viagem educativa para conhecer um pouco mais da realidade do nosso estado e do país. 

As imagens são de Tasso Claudio Scherer, com o apoio de Sérgio Vignes. 

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Paulo Arenhart, repórter


Paulo Arenhart veio de Porto Alegre para Santa Catarina disposto a fazer faculdade de medicina. Mas, não passou. A segunda opção era o jornalismo. Abraçou. Formou-se na UFSC, terceira turma do curso, e mesmo antes de terminar já estava trabalhando na Assembleia Legislativa. Em seguida conseguiu um trabalho na televisão, para fazer esporte. Ficou dividido. Gostava de esportes, mas também de política. Por fim, optou. Ficou na política e foi por aí mesmo que construiu sua carreira.

Atuoso como repórter na Assessoria da Assembleia, mas também atuoso ativo nas campanhas políticas, seja como coordenador ou como repórter. Passou pelo Palácio do Governo, como jornalista e como secretário durante o mandato de Paulo Afonso. Ajudou também a criar uma revista de Cultura, a Cartaz, e participou da criação do jornal popular Notícias do Dia, de bastante sucesso na capital. 

Ainda no campo da política esteve como secretário na prefeitura municipal de Florianópolis, na gestão de Dario Berger. Aposentado, derrotou nas campanhas políticas, sendo a última delas o deputado Marquito, no ano passado, bem como o candidato a vereador, Ricardo Baratieri. Como a política segue pulsando, ele se dedica a comentar e analisar a realidade catarinense, sempre com sua pena afiada, nas redes sociais. 

A trajetória de vida do jornalista é retratada em mais um episódio do projeto Repórteres SC, com imagens de Rubens Lopes. 

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Paulo Arenhart no 27º episódio de Repórteres SC





O gaúcho Paulo Arenhart é o 27º entrevistado do projeto Repórteres/SC, a segunda da terceira temporada. Nascido em Porto Alegre, veio para Florianópolis no começo dos anos 1980, onde iniciou a faculdade de Jornalismo. A partir daí encontrei aqui as suas raízes. Passou pelos jornais locais, Diário e O Estado, participando no esporte e na política.

Sua caminhada no jornalismo político o levou também para a Assembleia Legislativa e para assessorias no Palácio do Governo. Atuou ainda como gestor assumindo carga de Secretário de Estado e foi criador de importantes veículos de comunicação como as revistas Cartaz e o jornal Notícias do Dia. 

Sua trajetória como repórter, jornalista e comunicador será retratada em mais um episódio que busca eternizar a memória do jornalismo e dos jornalistas que construíram sua história atuando em Santa Catarina. O vídeo está em edição. As imagens são de Rubens Lopes. 



terça-feira, 6 de maio de 2025

Déborah Almada, repórter



Déborah Almada nasceu no coração de Porto Alegre, bairro Menino Deus, considerado o mais antigo da cidade. Viveu toda uma infância feliz. Quando chegou a hora de decidir por uma faculdade escolhida o jornalismo, muito por inspiração do padrinho, que estava bastante ligado à política. A época, começo dos anos 1980 - o finalzinho da ditadura - era de muita efervescência, e a PUC, por onde estudamos, acabou tecendo muito do seu modo de observar o mundo. 

Pouco depois de se formar veio para Florianópolis curtir a praia e por um desses acasos do destino soube que o Diário Catarinense, a empresa gaúcha RBS, estava contratando jornalistas para começar a atuar na cidade. Não tive dúvidas e foi se apresentar. Conseguiu o emprego e nunca mais saiu da capital catarinense. Forjou sua carreira no espaço da política, sendo setorista no Palácio do Governo, Partidos Políticos e Assembleia Legislativa. 

Trabalhou no Diário Catarinense e também no mais antigo, o jornal O Estado, onde foi repórter e, depois, editora. Teve participação no movimento de oposição sindical que retomou o Sindicato dos Jornalistas e realizou importantes coberturas relacionadas com a política estadual, inclusive para jornais de alcance nacional. Hoje ela comandou uma agência de assessoria de imprensa e é presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) sendo a primeira mulher a ocupar esse cargo na entidade quase centenária.

Conheça mais sobre a vida e a trajetória de Déborah Almada nesta conversa com as Pobres e Nojentas. Imagens de Rubens Lopes. 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Cyntia de Oliveira e Silva - Escritora


Cyntia de Oliveira e Silva nasceu na capital do Brasil, Brasília, nos primeiros anos de sua criação, sendo, portanto, da geração primeira candanga, filha de mãe amazonense e pai nordestino. Criou amor pelas palavras muito cedo. Aos cinco anos sua brincadeira favorita era a de se fingir professora e desde aí foi forjando esse desejo na mente e no coração. Tão logo pode já estar na sala de aula, ensinando, primeiro na rede privada e, depois, na pública, em Ceilândia.

Foi mãe bem novinha, mas nunca deixou de trabalhar. Seguindo o caminho da escrita e da literatura formou-se em Letras e continuou ensinando. Depois, passou em um concurso público para a Justiça do Trabalho e foi aí que abandonou a sala de aula, embora a literatura seguisse no horizonte ao convocar. Em 1999 mudou-se para Florianópolis e decidiu voltar a dar aula. se inseriu na cena cultural da cidade promovendo cursos de redação, criando a Oficina da Palavra, projeto que já dura 15 anos. Esse processo de envolvimento com a criação literária levou à ideia de uma revista que pudesse reunir artigos, crônicas, poesias e ensaios. Junto com o filho Ítalo, que faz a parte gráfica, ela coordena esse trabalho há cinco anos. 

Cyntia, além de coordenar a revista Texturas e manter a Oficina da Palavra, promovendo a escrita e a leitura, também comete poesias. Não bastasse criar mundos com as palavras ela ainda escreve com luz, amalgamando o discurso com a imagem que procura incessantemente. Sua história e seu trabalho você conhece agora.  

A filmagem é de Tasso Cláudio Scherer com apoio do fotógrafo Sérgio Vignes. 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Demétrio Panarotto - escritor

 


Catarinene de Chapecó, Demétrio Panarotto iniciou a fazer poesia ainda bem novo. Aos 15 anos já compunha as letras da Banda Repolho, que criou com seu irmão. Nessa época trabalhou no banco como menor estagiário e depois, iniciado nas práticas bancárias, acabou ficando nesse espaço por um longo tempo, até que finalmente decidiu sair de Chapecó, depois de encerrar o curso de Letras, para fazer mestrado e doutorado em Florianópolis. 

Durante todo esse tempo ele som composto, mas a cabeça pedia uma nova relação com as letras e assim foi chegando também a prosa. Poesia, crônicas, novelas, ensaios, tudo vai brotando e Demétrio não gosta muito de colocar nas caixinhas. Para ele, tudo é poesia e ele vai amalgamando as ideias nos livros, que já somam 29. Foi professor de literatura na UFSC e atualmente dá aulas no Curso de Cinema na Unisul. A criação literária é o seu mundo o que não o limita, tanto que trabalha também com a imagem.  

Demétrio é um caminhante e busca sua inspiração nas ruas, nos encontros humanos, nas trocas que se sucedem com outros parceiros e parceiras de letras. Neste vídeo conta sobre sua vida e obra. As imagens são de Tasso Cláudio Scherer com apoio de Sérgio Vignes. Entrevista de Elaine Tavares. 


terça-feira, 25 de março de 2025

A Figueira - Sérgio Torres


O mineiro Sérgio Torres, depois de aposentado como médico anestesista, decidiu escolher Florianópolis para viver. Tendo a cidade e a cultura local como tema acabei finalizando um novo livro que leva o nome do maior ícone do Desterro: A Figueira. Nesta entrevista ele fala sobre o livro e sobre suas experiências como viajante e escritor.

terça-feira, 18 de março de 2025

Viegas Fernandes da Costa, escritor


Viegas nasceu em Blumenau, fruto de um amor missivista, como ele conta. Os pais se corresponderam por meses até se conhecerem. A infância no vale foi tranquila, ainda que tive problemas na escola por fazer parte da turma do fundão. Teve uma espécie de receber como “castigo” ficar na biblioteca onde acabou se apaixonando pelos livros e pelas letras. Chegou a ganhar, para surpresa dos professores, um concurso de redação. A partir daí, escrever passou a ser algo natural. Ajudou muito o velho guarda-roupa do avô que escondia livros que o encantavam.

Escolheu o magistério como carreira porque na adolescência você desenvolveu uma deficiência física, e o caminho intelectual parecia o mais seguro. Muito jovem já esteve na sala de aula ensinando, enquanto seguia cometendo poemas, publicando em sites da internet e também em jornal. Passou no concurso para professor do Instituto Federal e foi morar em Garopaba, vindo depois para a capital, Florianópolis, onde mora desde 2017.

Viegas já tem vários livros publicados alternando entre poemas e crônicas, mas não gosta muito de marcar sua palavra. Ele escreve, derrama as letras como forma de expressar seus sentimentos e também de narrar a vida que assoma no dia-a-dia. 

Neste programa ele conta sobre sua trajetória e sobre os livros que foi publicado no curso da existência. No último sábado acabou de lançar dois deles, simultaneamente: um de poemas e outro de crônicas. Os livros estão à venda nos Desterrados. 

As imagens são de Tasso Cláudio Scherer, com o apoio de Sérgio Vignes. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Marlene de Fáveri, escritora


Marlene de Fáveri nasceu em Nova Veneza, no sul de Santa Catarina, tendo passado a infância na roça. Fez o segundo grau em Turvo e foi ali que descobriu o amor pelas palavras. Apaixonada pela biblioteca pública, sorvia os livros e sonhava com um mundo que ampliasse para além do seu quintal. Mesmo sem grandes recursos, a mãe insistiu que ela deveria seguir os estudos e foi assim que ela embarcou para a capital quando tinha 19 anos, para fazer uma faculdade. Ali, viu a vida descortinar imagens e emoções jamais vistas ou sentidas. Foi a deixa para que começasse a escrever. Eternizar no papel suas dores, alegrias, medos, esperanças. 

Depois de passar num concurso para a Acaresc, atuou como extensionista rural. Mais tarde decidiu partir para o campo da docência, lecionando história. Fez mestrado, doutorado, deu aulas na Univali e ainda passou no concurso para professora na UDESC. Passou um bom tempo se dividindo entre as duas cidades, Itajaí e Florianópolis. Assim, entre ensinar e escrever foi tecendo a vida. Seu primeiro livro foi um livro de poemas, todo artesanal. Depois vieram outros e vieram também a luta feminista e a batalha contra o fascismo, expresso na ideologia da "Escola sem Partido". Hoje aposentada, segue escrevendo, sempre enredada no torvelinho da história, partindo do ponto de vista da mulher. E, num novo desafio, prepara seu primeiro romance. 

Sua vida e sua obra são repassadas passo a passo neste turbilhão de memórias. Com imagens de Tasso Cláudio Scherer e iluminação de Sérgio Vignes. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Norma Bruno - escritora


Nascida no alto do Saco dos Limões, ela viveu sua infância comendo caqui, mirando a beleza do mar e ouvindo as histórias das avós. Vem daí sua paixão pela cidade e pelo narrar a vida. Guardou textos escritos na gaveta, seguiu a vida, formou-se em História, sempre tendo presente a necessidade de dizer sobre a cidade e sobre as histórias que se entrelaçam nos corredores da vida, nas ruas, no ônibus, vistas desde a janela. 

Lançou seu primeiro livro quando já tinha completado 50 anos e desde aí não parou mais. Não por acaso chamou-se "Minha Aldeia", a velha Desterro sempre revisitada pelos seus olhos. Cronista por convicção, ela também escreve poesia e já anda matutando desde há anos um livro bem especial que vai contar sobre o Miramar, este espaço quase mítico que avançava para o mar em frente à Praça XV e que foi destruído em nome de um desengonçado progresso.

Neste terceiro episódio do projeto "Conversas na Tiradentes", Norma fala sobre a sua vida e também sobre sua obra. As imagens são de Tasso Cláudio Scherer, com o apoio técnico de Sérgio Vignes. Uma conversa vibrante com uma mulher que ama a cidade.

Projeto da Revista Pobres & Nojentas em parceria com a Livraria Desterrados, iniciado em dezembro de 2024, apresentando entrevistas com escritores catarinenses. Neste episódio ouvindo a escritora Norma Bruno.  Entrevista realizada no dia 13 de janeiro de 2025.

Conversas na Tiradentes; Escritores; Desterrados: Revista Pobres & Nojentas

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Morre o jornalismo, nasce uma coisa – Parte 1



Míriam Santini de Abreu – jornalista

O artigo é resultado de uma conversa que a jornalista Elaine Tavares e eu tivemos para pensar o nosso fazer no nosso tempo, dando continuidade ao trabalho da revista Pobres & Nojentas 

Aprendi com Adelmo Genro Filho, o teórico gaúcho autor de uma teoria marxista do jornalismo, que pensar dialeticamente implica perceber o novo e, no jornalismo, estar atento à sua irrupção na vida cotidiana. É a partir desta premissa que se faz possível a afirmação: o jornalismo como o conhecemos está morrendo e outra coisa, a ser nomeada, está nascendo. Melhor ainda: o jornalismo morreu e outra coisa nasceu. Nós, jornalistas, estamos no olho do furacão, testemunhando o novo nascer e o velho sucumbir. Por agora, uma hipótese: o jornalismo se alimentava prioritariamente da vida cotidiana no espaço socialmente construído, na rua; a coisa que nasceu se alimenta, prioritariamente, da “vida cotidiana” das redes sociais. Isso afeta todas as etapas da produção jornalística, 1) tornando praticamente desnecessárias, por exemplo, apuração e entrevista; 2) erodindo os recursos de narração e descrição; 3) dispensando o movimento interpretativo da realidade na mediação jornalística. Assim, a coisa daí resultante não pode mais ser chamada de notícia ou reportagem. E nem de jornalismo.

Para as empresas jornalísticas, o que interessa é o lucro, venha da forma como vier. Umas mantém o velho em maior ou menor grau para manter alguma respeitabilidade; outras, como as de Santa Catarina, distribuem prioritariamente a coisa nova e pouco dela lembra o jornalismo. Em todas, redações cada vez mais enxutas e mal pagas com um misto de celetistas (minoria), freelas, MEIs, CNPJs, estagiários e colunistas sem remuneração, hoje tidos como “produtores de conteúdos”.

O professor e pesquisador Jorge Pedro Sousa, no livro “Uma história do jornalismo no Ocidente: génese e desenvolvimento de uma instituição social até ao final do século XX” (2024), traz uma detalhada análise focada nos meios impressos. Reproduzo uma relevante nota de rodapé sobre a ideia de jornal:

Jornal é um termo que provém do francês journal, que significa registo da jornada, ou registo da jorna, portanto, registo do dia. Provém da expressão anterior papier journal, que significava um registo escrito a cada dia. A palavra francesa journal provém do italiano giorno que deriva, por sua vez, do latim diurnum/diurnus, também com a forma diurnae, que significava diário, de onde provém, igualmente, diurnalis, com o mesmo sentido. As Actae Diurnae romanas são consideradas por vários historiadores uma espécie de jornal arcaico. (Jornal) Diário deriva do latim dies, ou seja, dia, sendo, portanto, uma publicação que aparece a cada 24 horas. (Sousa, 2024, p. 37)

Como se percebe, as novas tecnologias de informação e comunicação ao longo dos séculos 20 e 21 arrastaram a etimologia do termo “jornal” para uma realidade na qual rareiam os impressos diários. O jornal impresso do dia hoje virou a publicação digital do segundo/minuto

O jornalismo no Brasil como o conhecemos (conhecíamos) constituiu-se nos anos 50 do século passado com os grandes jornais do Rio de Janeiro. As mudanças foram profundas, desde a gestão das empresas até a produção do texto, que passou a usar o padrão dos veículos estadunidenses, e não mais europeus. Consagraram-se a chamada “pirâmide invertida” e o “lead”. Para os jornalistas, inicia-se um processo de profissionalização, com a criação de cursos e de legislação específica. 

Não cabe resumir as transformações de lá para cá nas empresas e no fazer jornalístico, bem sintetizadas na citada obra de Sousa, que distingue seis períodos na história do jornalismo baseada nos modos e meios jornalísticos dominantes. Mas há que citar o impacto da internet, das redes sociais e da Inteligência Artificial no âmbito da concentração oligopólica dos grandes grupos de comunicação e empresas de tecnologia e das transformações globais do capitalismo. Tais impactos aparecem na coisa – falta-lhe nome – ainda chamada de jornalismo sem mais o ser. 

A COISA

Exemplo 1: Postagem no Instagram de site de notícias e mídia nacional numa terça de janeiro de 2025:

“Só em MG: mulher entra em desespero após queijo rolar ladeira abaixo”

20 mil curtidas, 560 comentários

Exemplo 2: Postagem no Instagram de portal de notícias de Santa Catarina numa terça de janeiro de 2025

“VÍDEO: ‘Tadinha da capivara’; animal ‘atropela’ criança em praia de SC e cena viraliza”

Os dois exemplos ilustram parte expressiva das publicações nos sites das grandes empresas de comunicação. Pode-se alegar que o jornalismo historicamente acolheu os chamados “features” ou “histórias de interesse humano”, os "pequenos aconteceres", como dizia Antonio Olinto. É fato. Mas, na práxis jornalística, tais histórias tinham a ver com a "atmosfera comum da vida", no dizer de Genro Filho, trazendo fragmentos do cotidiano que davam ao leitor a experiência de compartilhar da condição humana. A revista Seleções – uma usina ideológica estadunidense famosa pelos textos bem escritos – , por exemplo, mantinha seções intituladas “Flagrantes da vida real” e “Retalhos do drama cotidiano”. 

Mas hoje, este tipo de postagem geralmente não constitui uma notícia, reportagem ou crônica alimentada pela realidade cotidiana movimentando a rotina de produção jornalística (pautar, apurar, entrevistar, redigir). São postagens que reproduzem outras postagens que “viralizaram” ou “lacraram” nas redes sociais. A mediação jornalística reduz-se a baixar/copiar/colar, muitas vezes com texto de poucas linhas para identificar a situação. A “fórmula” noticiosa “O quem?, o quê?, quando?, onde?, como? porquê?”, já identificável nas antigas Atas Romanas, é afrouxada ao extremo. 

Vale reproduzir o que a Visão Geral Criada por IA do Google (em 14/01/25) define como “viralizar” e “lacrar”:

Viralizar significa que um conteúdo digital se espalha de forma natural e voluntária por toda a rede, de modo rápido e em grande escala. A palavra viralizar ganhou popularidade com o surgimento das redes sociais.  

"Lacrar" é uma expressão popular que significa fazer algo muito bem, ou dizer algo incrível. No contexto das redes sociais, pode ser usada para descrever alguém que atrai atenção sem se relacionar com a realidade.

Ora! Conteúdos digitais não se espalham de forma “natural” e “voluntária”. Hoje, as grandes empresas de tecnologia patrocinam formas cada vez mais intensas e sofisticadas de controle e manipulação do processo informativo, crítica feita por Genro Filho ainda nos anos 80 em relação às empresas jornalísticas, agora reféns das “Big Techs”. 

No caso da expressão “lacrar”, é notável a afirmação da IA do Google sobre atrair atenção “sem se relacionar com a realidade”. Para engordar seus sites e redes sociais, as empresas jornalísticas engolfam viralizações e lacrações das redes, parte delas encenadas, sem que nem jornalistas tenham que se relacionar com a realidade, no “corpo a corpo com a vida”, como dizia o jornalista João Antônio. Genro Filho alerta que o jornalismo a serviço da emancipação humana deve justamente tomar a realidade em sua totalidade, e não como um “(...) agregado de fenômenos destituídos de nexos históricos e dialéticos” (GENRO FILHO, 1989, p. 156). Então, estamos falando de jornalismo x conteudismo.

Em relação às viralizações e lacrações, volto à obra de Souza, segundo a qual a Web “fez de cada indivíduo um potencial fabricante e difusor de notícias, tendência potenciada pelas redes sociais” (p. 27). Mas é o caso de chamar de “notícia” o resultado dessa potencial fabricação por parte de cada indivíduo? No livro, o autor traz um interessante termo, “intenção noticiosa”. Creio que há, sim, intenção noticiosa em parte das incontáveis postagens que segundo a segundo inundam a Web e as redes sociais, mas elas não são notícias. Nem jornalismo. 

Uma das desgraças do nosso tempo é que as pessoas já não diferenciam uma coisa de outra, fato perceptível mesmo no campo progressista, na qual se constata ignorância sobre a diferença entre notícia, reportagem, artigo de opinião, crônica, coluna. Então, sem esse conhecimento, tudo vale. Qualquer coisa pode ser chamada de jornalismo.

Em Florianópolis, multiplicam-se perfis no Instagram vendidos como noticiosos, seguidos por milhares de pessoas, sem divulgar Expediente ou assinar textos para informar quem são os profissionais responsáveis pelos conteúdos. Num ou noutro, há um contato de celular para anúncios, um e-mail do tipo contato@. Mais nada, nem nos sites. E ninguém se importa. Os que insistem em fazer jornalismo fora da grande imprensa e que se iludiam crendo conversar ao menos com suas "bolhas" há algum tempo já notaram: nem mais nelas têm audiência. Tornaram-se invisíveis e irrelevantes.

Sobre o que significa testemunhar a morte do velho e o nascimento do novo, reproduzo parágrafo do livro “Marxismo, filosofia profana”, de Genro Filho, ao concluir a sintetização dos traços do método dialético. Ele afirma: 

Ele [o método dialético] se pergunta, a cada instante: que nascimento anuncia o que está desaparecendo? Ao perguntar isso ele se coloca dois pressupostos: a) O que está nascendo não é algo arbitrário, completamente inesperado, pois mantém um nexo com o que está morrendo e cedendo seu lugar. O pensamento pode, em certa medida, prever o que está nascendo se compreender a totalidade do fenômeno em seu desenvolvimento anterior e suas contradições atuais. O que está morrendo, então, não desaparece sem deixar vestígios, ele morre e passa a viver na substância do outro e, assim, deixa sua herança, mas não é mais ele. b) O que está nascendo não é o que morreu sob outra forma, já que aquele morreu efetivamente. Assim, há algo de surpresa real, inesperado, que nunca pode ser previsto e compreendido inteiramente antes de aparecer. E mesmo depois, a compreensão é relativa e provisória, pois não sabemos integralmente o que o novo vai deixar ao tornar-se velho e sucumbir. Não fosse assim, uma filosofia genial poderia apreender, de uma vez por todas, a realidade em todos os seus desdobramentos (GENRO FILHO, 1986, p. 45-6).

Aí reside parte do desafio e do fardo do nosso tempo histórico, título de um livro de filósofo húngaro István Mészáros: separar o jornalismo da coisa, identificar onde vive o jornalismo, revirar a linguagem jornalística, dar um salto gigante adiante e levar a palavra viva lá onde a miséria do cotidiano embota qualquer esperança. 

REFERÊNCIAS

GENRO FILHO, Adelmo. Marxismo, filosofia profana. Porto Alegre, Tchê, 1986.

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo, Porto Alegre: Tchê, 1989

SOUSA, Jorge Pedro. Uma história do jornalismo no Ocidente: génese e desenvolvimento de uma instituição social até ao final do século XX.  Lisboa: LabCom, 2024. Disponível em: https://labcomca.ubi.pt/wp-content/uploads/2024/11/2024_Uma-historia-do-Jornalismo-no-Ocidente.pdf. Acesso em: 14 jan. 2025. 

domingo, 29 de dezembro de 2024

Dino Gilioli - poeta e escritor

Foto: Rosane Lima

Dino Gilioli, nascido no interior do Paraná, na cidade de Leópolis, cresceu trabalhando na roça, ouvindo os passarinhos e percebendo o mundo ao seu redor. Vem daí a sua poesia, que busca a simplicidade do cotidiano.  Passou por Curitiba, onde foi estudar e depois veio para Florianópolis, onde vive até hoje. Foi diretor do Sindicato dos Eletricitários, dirigindo o departamento de cultura. Também foi um dos principais articuladores do Movimento Unificado Contra as Privatizações (Mucap) cuja ação cultural circulou por todo o estado. 

Neste episódio de Conversas na Tiradentes ele fala de como começou  na poesia, seus escritores favoritos, o destino da literatura, seus livros e as novas tecnologias. 

As imagens são de Tasso Cláudio Scherer.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Urda Klueger - escritora

Foto: Arnaldo Prudêncio


Projeto da Revista Pobres & Nojentas em parceria com a Livraria Desterrados, lançado em dezembro de 2024, apresentando entrevistas com escritores catarinenses. Neste episódio ouvindo a escritora Urda Klueger. Entrevista realizada no dia 06 de dezembro de 2024.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Conversas na Desterrados







A Pobres e Nojentas começou há dois anos um projeto de preservação da memória dos repórteres que fizeram, e ainda fazem, a história do jornalismo em Santa Catarina. O trabalho registra as histórias de vida em vídeo e, nesse contar da vida, também vai desvelando o fazer jornalístico. E, agora, no apagar das luzes de 2024, a Pobres, em parceria com a Livraria Desterrados, começa um novo projeto de preservação da memória, desta vez com os escritores.

A ideia nasceu dos saraus literários promovidos aos sábados na Desterrados, sempre com a presença de algum escritor catarinense ou que fez deste estado o seu lugar. A intenção, então, a exemplo do que já se faz com os jornalistas, é ir criando uma galeria de escritores e escritoras contando de suas experiências e de suas obras. 

A primeira entrevistada é uma das mais importantes escritoras de Santa Catarina, Urda Klueger, nascida em Blumenau, e que vive hoje na Enseada do Brito, em Palhoça. Romancista, cronista, contadora de histórias, com 27 livros publicados, ela nos recebeu na sua casa para dar o ponta pé inicial deste projeto. 

As imagens foram colhidas por Tasso Cláudio Scherer e o apoio logístico ficou a cargo de Arnaldo Prudêncio. Em breve, o primeiro episódio desta nova série de papos, livros e conversas na Desterrados. 

Fotos: Arnaldo Prudêncio e Tasso Claudio 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Raul Sartori, repórter



Ele veio da roça para a capital disposto a mudar a vida, tal como o pai incentivava. E tão logo iniciou a faculdade já viu se abrir uma oportunidade a partir de um concurso para repórter no jornal O Estado. Fez a prova e passou, começando assim uma vitoriosa carreira como repórter, editor e colunista. Era o ano de 1973. Hoje, mais de 50 anos depois, Raul Sartori ainda está na ativa, editando um jornal em Nova Trento e mantendo sua coluna diária na internet.

Como bom italiano ele fala com as mãos. Tudo nele é movimento e vibração. Acredita que como bom repórter, precisa estar sempre atento aos tempos. Por isso não consegue ficar “aposentado”. O trabalho que desenvolve no interior, com um jornalismo voltado à comunidade, é o que lhe dá energia para seguir fazendo o que mais gosta: reportar a vida. 

Raul viveu os tempos de ouro do jornal O Estado, quando o periódico chegava a todas as partes de Santa Catarina, distribuindo quase 50 mil exemplares. Também passou pelos grandes jornalões como Folha de São Paulo, Estadão e Jornal do Brasil, bem como a revista Veja, sempre produzindo reportagens. Chegou a ir para São Paulo convidado pela Folha, mas em um mês decidiu voltar. Sua vida era aqui. E assim tem sido. Agora, mantém com sucesso, em versão impressa – o que é raro – o jornal “O Trentino” e segue auscultando a política catarinense. Parar? Nem pensar. Com a energia de um menino, segue cheio de planos.

Conheça mais sobre a vida e a trajetória de Raul Sartori nesta conversa com a Pobres e Nojentas. Imagens de Felipe Maciel Martínez e fotografias de Rosane Lima.