quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Marcelo Passamai, repórter



O jornalista Marcelo Passamai é mais um entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, filho único de mãe costureira e pai agricultor, na juventude ele teve uma possibilidade, com o apoio do patrão do pai, de cursar Jornalismo, Direito e Filosofia, mas foi o jornalismo que descobriu para seguir carreira. O primeiro freelancer de Marcelo envolveu uma ocorrência policial e, na sequência, matérias para diversas revistas do Grupo Bloch.   

A mudança para Florianópolis, onde morava um amigo da família, foi em 1988. Aqui, conheceu o jornalista Ney Vidal Filho e foi ele quem o encaminhou para o primeiro emprego. Novo na cidade, Marcelo conta que uma das primeiras medidas foi comprar um mapa daqueles vendidos no banco para se localizar na capital. No Santa, onde conseguiu emprego, emplacou, com o fotógrafo James Tavares, uma matéria de grande repercussão sobre a falta de segurança dos trabalhadores que construíram a segunda ponte. A parceria frutífera com repórteres fotográficos para furos jornalísticos aparece em vários momentos da trajetória de Marcelo.

A oportunidade apareceu e ele aceitou a função de setorista na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Os colegas ali conheciam bem a vida política e, para dar conta do desafio do trabalho, Marcelo frequentava a Biblioteca Pública para ler notícias pregressas sobre os deputados e as decisões da Casa. Um episódio marcante daquele tempo contado por ele se referiu às consequências da greve de jornalistas, demitidos e com nomes estampados na capa do jornal.

A experiência na Alesc abriu portas para trabalhos posteriores no Diário Catarinense e em assessoria de imprensa. Um marco na trajetória de Passamai foi a criação da ANCapital, caderno que circulou em A Notícia que época marcou por cobrir o cotidiano da Grande Florianópolis e reuniu uma equipe de bons jornalistas. Hoje assessor da Polícia Militar de Santa Catarina, Marcelo também tem no currículo experiência como professor universitário e autor de livros. 

Confira a conversa sobre a caminhada do jornalista gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Repórteres SC entrevista Marcelo Passamai







O jornalista Marcelo Passamai é mais um entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, onde se formou e iniciou a carreira, ele mudou-se para Santa Catarina no final dos anos 1980, tendo trabalhado em diferentes veículos de comunicação de Florianópolis e em assessorias de imprensa, tanto do governo estadual como da prefeitura de Florianópolis.

Hoje assessor da Polícia Militar de Santa Catarina, Marcelo esteve à frente de um projeto que marcou época no jornalismo catarinense. Na entrevista, ele fala sobre aquele projeto, narra coberturas que marcaram sua trajetória e destaca ricos episódios de parceria com repórteres fotográficos. 

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada do jornalista gravadas por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.

A nossa equipe agradece a Polícia Militar pela cessão do espaço para gravação.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Renata Rosa, repórter



Renata Rosa é repórter de intensa caminhada no jornalismo catarinense. Nascida em Itajaí, saiu da cidade para cursar jornalismo na capital. E em Florianópolis trabalhou em quase todos os veículos, impressos ou televisivos. Mais tarde foi para São Paulo onde atuou como assessora de imprensa e também como pesquisadora no projeto “Gente que faz”, uma série de grande sucesso reproduzida pela TV Globo que apresentou o perfil de importantes lutadores sociais de vários cantos do país. 

Inquieta, Renata circulou pela Europa e depois voltou para Itajaí, atuando no mais importante jornal diário da região, o famoso Diarinho. Ali, entre idas e boas-vindas, já completou 20 anos, sempre atento aos temas importantes da cultura da cidade. Atualmente atua como freelance produzindo reportagens para cadernos especiais deste que é, provavelmente, o único jornal impresso diário em circulação no Estado. 

Durante a pandemia, indignada com mentira tantas divulgadas pelo então chamado “gabinete do ódio” Renata decidiu criar um canal no Youtube onde produzia reportagens em vídeo, nas quais buscava oferecer informações seguras para a população, tanto sobre o andamento da pandemia quanto sobre o combate à desinformação. Confira aqui: https://www.youtube.com/@jornalistarenatarosa4205

Trabalhando com jornalismo no interior, onde a relação profissional com a população é ainda mais próxima, ela revela que teve muita dificuldade para exercer a função de repórter durante o governo de Bolsonaro. Naqueles dias as pessoas, que sempre viram os repórteres como heróis lá em Itajaí, porque o jornal sempre foi muito crítico, passaram a hostilizá-los a partir das provocações do presidente.  

Como a maioria dos jornalistas Renata sente a dificuldade de se manter no mercado. A informação circula rapidamente pelas redes sociais e pelas empresas que desejam outro tipo de profissional. Ainda assim, ela acredita que o jornalismo é cada vez mais necessário pois, mais do que informação, há que produzir conhecimento aprofundado e contextualizado. 

Conheça agora a sua trajetória e o seu pensamento sobre a profissão. Com imagens de Felipe Maciel Martínez e fotos de Rosane Lima.  Agradecemos a companheira Roseméri Laurindo que trouxe a Renata de Itajaí. 



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Renata Rosa é a 23ª entrevistada do Projeto Repórteres SC








Renata Rosa é nascida na cidade de Itajaí, litoral de Santa Catarina. Formado pela UFSC atuou em vários jornais da capital. Esteve por dois anos na produção do programa "Gente que Faz", viajando por todo o país atrás de boas histórias. Apesar de ter sido sempre muito apaixonado pela televisão a vida se encarregou de levá-la para o texto, que foi lapidando com o tempo.

Depois de viajar pela Europa e experimentar a paulicéia Renata voltou para Itajaí onde passou a escrever para um dos mais importantes jornais da região, o Diarinho, conhecido por sua proposta de jornalismo popular. Dirigido pelo lendário Dalmo Vieira este jornal fez e ainda faz história na cidade, sendo hoje muito provavelmente o único jornal impresso diário de Santa Catarina. 

Entre idas e boas-vindas no Diarinho Renata Rosa hoje ainda trabalha com o jornal, produzindo reportagens e cadernos especiais. Também mantém um canal no Youtube, o qual foi criado durante a pandemia para combater as mentiras que brotavam aos milhares. Seu compromisso é com a reportagem, o pé na rua e o jornalismo de qualidade. 

A conversa com Renata Rosa será exibida em breve trazendo a riqueza de sua caminhada, bem como o desafio de trabalhar com jornalismo no interior. Com gravação de Felipe Maciel Martínez e fotografias de Rosane Lima. 

Agradecemos à jornalista Roseméri Laurindo que possibilitou o encontro, garantindo a vinda de Renata desde Itajaí.  

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Roseméri Laurindo, repórter

 


A jornalista Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Blumenau, filha de operários do setor têxtil e de cristais, ela recorda de um dos primeiros contatos com a escrita: ficar em primeiro lugar em um concurso de redação sobre o Dia das Mães organizado por um loja local. 

As primeiras experiências em jornalismo, com uma passagem prévia por agência de publicidade, foram no Jornal de Santa Catarina, o Santa, na sucursal de O Estado em Blumenau e na assessoria de imprensa da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Em 1985, com a mudança para Florianópolis para estudar Jornalismo na UFSC, continuou a trajetória no Santa e no jornal O Estado, destacando-se na cobertura política como setorista da Assembleia Legislativa. Foi o período no qual também se envolveu com as lutas do Sindicato dos Jornalistas por valorização da profissão. 

Novos desafios profissionais a levaram para Maceió e Salvador, onde trabalhou em jornal e assessoria de imprensa. O ciclo se fechou com o retorno à cidade natal para novamente atuar na FURB, onde coordenou a criação do Curso do Jornalismo, com 10 anos completados em 2023.

A carreira acadêmica no mestrado em Salvador e no doutorado em Portugal inclui passagens como professora na Unidavi, em Rio do Sul, e no Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), em Blumenau. Roseméri também é autora de vários livros, entre os quais se destaca "Jornalismo em três dimensões - singular, particular e universal", resultado de sua tese doutoral, no qual apresenta o conceito de jornalista-autor e jornalista-marca. 

Atualmente, a entrevistada integra a Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e a diretoria da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej).

Confira a conversa, gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


terça-feira, 20 de agosto de 2024

Escadaria do Morro do Mocotó (E 2)

 

A equipe da revista Pobres & Nojentas apresenta mais um episódio do projeto Escadarias do Maciço, trazendo a Escadaria do Morro do Mocotó. O projeto traz entrevistas com moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), buscando revelar o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina. O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 30 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade urbana e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus, o uso das escadarias para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

A equipe está percorrendo as escadarias para conversar com moradores, ouvir as dificuldades e conhecer as mudanças naquele espaço urbano com o passar dos anos. O projeto tem o apoio do Instituto Cidade e Território (ITCidades). 

Apresentamos aqui o conjunto de entrevistas na íntegra e elas serão a base para uma reportagem a ser lançada em breve contemplando uma interpretação abrangente da realidade socioespacial do Maciço. 

Um microfone fingidor

Foto: Felipe Maciel Martínez

Por Miriam Santini de Abreu

A primeira revista Pobres & Nojentas (que durou, impressa, 30 edições) apareceu em maio de 2006, e para ela eu fiz uma entrevista com Darcy Vitória de Brito, nascida em 1938 na rua General Vieira da Rosa, no Mont Serrat, incrustado no Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis. Não dá para contar a história do Mont Serrat sem contar, entre outras, a história da Dona Darcy. Passados 18 anos, na sexta-feira passada eu a reencontrei, sem planejar, ao subir a Servidão Quebra-Pote para a série de entrevistas do projeto Escadarias do Maciço. Estava com o Felipe Maciel-Martínez, que faz as gravações, e o presidente do Conselho Comunitário do Mont Serrat, Cláudio José de Paula, que a chamou para falar sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores da servidão. Que alegria me deu ver a dona Darcy!

Depois da Quebra-Pote, decidimos aproveitar o sol e o tempo ainda disponível para conversar com moradores da maior escadaria do Maciço, a escadaria da Rua José Boiteux. Mas deu zebra. O gravador caiu na primeira entrevista, testamos, ele parecia funcionar, mas estava fingindo. A câmera gravou as imagens, mas não o som. Seu Sidnei Paim, o neto dele, Jean Weslley, o amigo do Jean, Miguelzinho, e a moradora Denise Xavier contaram em detalhes como é viver naquela escada de espantosos 428 degraus. Depois das despedidas, eu desci os degraus rumo à Avenida Mauro Ramos pensando em me organizar para editarmos todas as entrevistas até este domingo porque o seu Sidnei estaria de aniversário. Não deu! 

Mas eu disse para o Felipe: é do jogo! A gente é que banca os nossos projetos, o Felipe, o Rubens e a Rosane gravam e fotografam por uma ninharia, a Elaine passa horas editando e os equipamentos são os que os salários permitem comprar. Mas a gente vai fazendo porque quer fazer. Ficamos, Felipe e eu, desanimados, mas eu voltei ao reencontro com a dona Darcy, olhei para trás e percebi o quanto fizemos nesses quase 20 anos da nossa revista, sempre de mãos dadas com os mestres Adelmo Genro Filho e Marcos Faerman. Há que continuar a seguir nas veredas do espaço geográfico, do cotidiano e da linguagem!



sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC






A jornalista Roseméri Laurindo é a 22º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Blumenau, onde iniciou no jornalismo, ela trabalhou em Florianópolis, Maceió e Salvador, retornando à cidade natal para atuar na FURB (Universidade Regional de Blumenau), onde coordenou a criação do Curso do Jornalismo. 

A entrevistada foi repórter, assessora de imprensa e professora, tendo consolidado carreira acadêmica no mestrado em Salvador e no doutorado em Portugal. Também é autora de vários livros, entre os quais se destaca "Jornalismo em três dimensões - singular, particular e universal", no qual apresenta o conceito de jornalista-autor e jornalista-marca. 

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada da jornalista gravadas por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Novo projeto da P&N: Escadarias do Maciço

 
A equipe da Pobres & Nojentas está lançando um novo projeto, batizado de Escadarias do Maciço. O projeto traz entrevistas com moradores do Maciço Central ou Maciço do Morro da Cruz, parte do Distrito-Sede de Florianópolis (SC), buscando revelar o cotidiano naquele espaço urbano da Ilha de Santa Catarina.

O Maciço é uma formação rochosa próxima às áreas centrais da capital catarinense e se estende por quase 5 km no sentido das Baías Norte e Sul, atingindo 285 metros de altura. Nele há pelo menos 18 comunidades e cerca de 23 mil pessoas constituindo diferentes apropriações socioespaciais. 

Um dos desafios para as populações que ali moram é a mobilidade urbana e a acessibilidade, sendo uma das formas mais características, além das linhas de ônibus implantadas na gestão de Sérgio Grando (1993-1996), o uso das escadarias para o trajeto entre as comunidades e delas até as áreas planas do centro da cidade. 

A equipe está percorrendo as escadarias para conversar com moradores, ouvir as dificuldades e conhecer as mudanças naquele espaço urbano com o passar dos anos. O projeto tem o apoio do Instituto Cidade e Território (ITCidades). 

O conjunto de entrevistas será a base para um documentário a ser lançado no segundo semestre de 2024 contemplando uma interpretação abrangente da realidade socioespacial do Maciço. Conheça neste episódio a Escadaria da Rua Monsenhor Topp a partir de entrevistas com três moradores.


sexta-feira, 19 de julho de 2024

Pobres e Nojentas lança mais um livro da coleção Jornalismo no Coletivo







Organizada pela jornalista Miriam Santini de Abreu a coleção “Jornalismo no Coletivo” trouxe à luz mais um volume. Trata-se do livro “Jornalismo e Comunicação Sindical em Santa Catarina” que apresenta vários artigos de jornalistas com destacada atuação nos sindicatos. O trabalho traz reflexões importantes sobre o fazer jornalístico num tempo de profundas mudanças, tanto no jornalismo como no sindicalismo. A proposta da coleção é justamente discutir o jornalismo nas mais diversas realidades, tanto que o primeiro volume apresenta as experiências do jornalismo independente em Santa Catarina e o segundo traz o debate sobre o jornalismo ambiental. Conforme explica Miriam, a ideia é eternizar as práticas jornalísticas vivenciadas no estado e as experiências de jornalistas em particular que atuam a partir do olhar crítico. Num momento da história em que a informação é oferecida aos borbotões e sem contextualização nas redes sociais, apontar o caminho do jornalismo ainda parece ser a estrada mais segura. 

O terceiro volume da coleção foi lançado nesta quarta-feira, dia 17, e contou com a presença de muitos colegas da profissão, além de amigos e apoiadores do jornalismo praticado pela Pobres e Nojentas desde que surgiu a sua primeira produção no início dos anos 2000. A Pobres, que começou seu trabalho como revista impressa, hoje se expressa no mundo digital a partir de sua página na internet, mas insiste em manter as publicações impressas sempre debatendo o melhor do jornalismo e discutindo criticamente a vida política da cidade. 

O coletivo Pobres e Nojentas mantém também o projeto “Repórteres SC”, que eterniza, em vídeo, a memória e o fazer jornalístico dos profissionais que marcaram a história do jornalismo no estado. 

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Néri Pedroso, repórter



A jornalista Néri Pedroso é a 21º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida em Cachoeira do Sul (RS), ela viveu parte da infância e da juventude em Santa Maria, para onde a família se mudou quando ela tinha 11 anos. Em Santa Maria, cursou Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e passou a trabalhar nos jornais locais Tchê e A Razão. Ali foi se consolidando o interesse pelo jornalismo cultural, que também marcou sua passagem pelo jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, onde Néri viveu dois anos e atuava no caderno Sete Dias.

A mudança para Santa Catarina foi em 1988, e de lá para cá a jornalista atuou em diferentes veículos nas cidades de Florianópolis e Joinville. Ela se define como alguém sempre em movimento. Tem na biografia a atuação no Anexo, caderno que circulava no jornal A Notícia e marcou época em Santa Catarina, e o caderno Plural e a coluna Mosaico, do jornal Notícias do Dia. 

Sua produção transita entre a escrita de matérias, entrevistas, críticas e perfis biográficos do campo da cultura, registros e fontes para pesquisas com interesse nos estudos da história e memória sobretudo das artes visuais e da dança contemporânea do Estado. 

A experiência no jornalismo diário deslocou-se nos últimos anos para o campo editorial, que envolve livros autorais, artigos de crítica e coordenação de publicações. Néri também tem atuação institucional como integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e como sócia-fundadora do Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke (MAC Schwanke), em Joinville, onde exerce a vice-presidência e integra o conselho curatorial. É responsável pela produção de conteúdo e comunicação do Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação, em Florianópolis (SC), escreve para sites e produz, na condição de free-lancer, para revistas e jornais. Ela também tem atuado em julgamento de editais e dá cursos e palestras.

Na entrevista, Néri relembra as coberturas que marcaram sua trajetória e analisa o jornalismo cultural na atualidade em Santa Catarina. A conversa foi gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


sexta-feira, 12 de julho de 2024

Repórteres SC entrevista Néri Pedroso

 







A jornalista Néri Pedroso é a 21º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Gaúcha, ela vive e atua em Santa Catarina desde 1988, tendo trabalhado em diferentes veículos nas cidades de Florianópolis e Joinville. 

Ao longo da carreira, que nos últimos anos envolve o campo editorial, Néri consolidou-se como uma  referência no jornalismo cultural, atuando na criação e produção de cadernos e suplementos que marcaram época no jornalismo catarinense.

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada da jornalista gravadas por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima. 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Dinheiro público só para a comunicação hegemônica catarinense

A voz do rádio reproduz a voz da classe dominante

Texto: Elaine Tavares

Santa Catarina abriga pouco mais de sete milhões de pessoas e é considerado um estado bastante conservador. Conforme dados da Anatel, têm 300 emissoras de rádio funcionando, as quais, principalmente as do interior do estado, detêm importante espaço na manufatura da opinião pública. Na área da televisão, são 24 retransmissoras, igualmente atuando de maneira decisiva na formação da opinião pública catarinense. Obviamente que a expressiva maioria destas emissoras de rádio e TV são empresas comerciais, que existem dentro da lógica do capital, para produzir lucros aos seus donos. Justamente por isso é absolutamente comum que estejam alinhadas aos grupos dominantes no campo da política. E, como desvelou Karl Marx, sendo o estado o balcão de negócios da burguesia, é também “natural” que os donos da comunicação em Santa Catarina façam parte da partilha dos recursos públicos. 

Uma pesquisa da jornalista Míriam Santini de Abreu revela que existe já há algum tempo um convênio entre a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACAERT) e várias instituições públicas tais como Governo do Estado, Tribunal de Contas, Ministério Público e Assembleia Legislativa. Este convênio garante o repasse de verbas públicas, via Acaert, para as emissoras credenciadas. Hoje são 260 emissoras de rádio e 24 de televisão. É um projeto guarda-chuva de 2020 que foi tendo a adesão dos órgãos públicos. Tudo isso livre de licitação. São centenas de repasses para a Acaert, pelo menos desde 2010, conforme dados registrados no sítio da Assembleia Legislativa. Uma fala do presidente da Acaert, Fábio Bigolin, no décimo nono congresso da entidade, lembra o primeiro convênio firmado durante o governo de Vilson Kleinubing, nos anos 1990. Em 2022 a Acaert realizou encontro com o Tribunal de Contas do Estado para avaliar o convênio e o presidente do Tribunal levantou a ideia de usar esse convênio como exemplo para os TCEs de todo o país. 

Reunião da Acaert com o TCE - foto do sítio da Acaert

Ainda conforme os dados levantados pela jornalista, só no dia 12 de junho deste ano foram repassados, pela Alesc, mais de um milhão e 200 mil reais para que as emissoras divulgassem programetes de 30 a 60 segundos feitos pelas assessorias de comunicação dos órgãos conveniados. Muitos desses programas são informativos sobre como funcionam estas instituições, mas o fato é que esse dinheiro acaba irrigando indiretamente outros tipos de campanha da Acaert como foi o caso da campanha chamada “Jeito Catarinense”, na qual um dos motes foi a necessidade da mudança na Previdência Social, em visível parceria com os interesses da classe dominante, já que esta reforma afetou milhares de trabalhadores que perderam direitos. Em raros veículos (geralmente na TV)  é feito o debate público com o jornalismo das emissoras trazendo os argumentos contra ou a favor. E há que lembrar que praticamente não há jornalismo nas rádios.  A lógica é da propaganda.



Seguindo essa lógica, as emissoras de rádio e TV tampouco se ocupam em fazer uma discussão pública sobre temas outros que envolvem a classe dominante. Exemplo: Quais são e a quem beneficiam as isenções fiscais no governo de Jorginho Mello? Quais os projetos de lei que são aprovados na Assembleia Legislativa e a quem favorecem ou prejudicam? Qual a relevância pública de cada um deles? Quais os danos ambientais causados pelo agronegócio em Santa Catarina? Quais os prejuízos causados pela terceirização ou privatização? Nada. “As emissoras de rádio e TV são concessões públicas. Deveriam ser as que estimulam e promovem o debate público sobre temas de interesse da sociedade. Mas, tudo o que fazem é reproduzir o discurso do poder. A pergunta que fica então é: que tipo de informação esse dinheiro público que corre para a Acaert alimenta?”, questiona Míriam. 


Santini lembra que há alguns anos uma iniciativa de Ângela Albino – que foi deputada pelo PC do B – chegou a circular na Assembleia Legislativa exigindo também recursos públicos para a comunicação alternativa, comunitária e popular que é bem expressiva na capital e também em alguns polos do interior. Mas, essa proposta acabou saindo de pauta porque foi considerada inconstitucional, além de ter sofrido forte pressão da Acaert contra sua tramitação. Geralmente, quando propostas desta natureza aparecem, logo são barradas por conta da lei de licitações que, no geral, oferece uma série de impeditivos quando é para beneficiar os meios de comunicação que se assumem como críticos. No campo da esquerda, sem o enfrentamento necessário na disputa  da hegemonia na comunicação/jornalismo, os projetos nessa área costumam ser confundidos com cultura, como se a área não tivesse especificidades próprias.


Manifestação da Acaert no projeto de Ângela Albino

E assim, enquanto a comunicação popular padece de inanição, os graúdos seguem recebendo recursos e sem passar por licitação. Agora mesmo já se pode ver nas redes da Acaert seus dirigentes recebendo deputados de todas as cores, desembargadores e procuradores para, provavelmente, garantir a continuidade do convênio que tem prazo de validade até agosto deste ano, no caso da Alesc. É importante ressaltar que não há nada ilegal nos contratos. O que se discute é? Por que esses recursos só são distribuídos à mídia hegemônica? 

Acaert e bancada do Oeste de SC - Foto do sítio da Acaert

Míriam destaca que o campo progressista da política catarinense ainda não despertou para esse tema da comunicação e justamente por isso esses convênios continuam sendo feitos praticamente sem oposição. Segundo ela, ainda há uma longa estrada para trilhar, mesmo na esquerda, que leve a compreender que os tempos modernos exigem cada dia mais cuidado com a comunicação. Sem debate público para orientar as opiniões, a propaganda vence. Já temos tristes exemplos disso. 


terça-feira, 28 de maio de 2024

Ludmila Souza, repórter





A jornalista Ludmila Souza é a 20º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida no Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, ela mudou-se para Florianópolis com a família aos 11 anos. Das primeiras leituras, recorda-se de “Reinações de Narizinho”, do Monteiro Lobato, e desde muito jovem teve na escrita sua forma de expressão. Quando conheceu Machado de Assis, aos 16 anos, soube que, como ele, também se dedicaria ao jornalismo.

Formada pela UFSC, numa das primeiras turmas do curso, Ludmila trabalhou no jornal O Estado, no Diário Catarinense e no Notícias do Dia, atuando como repórter e editora de Política e de Mundo em um período no qual os editores eram majoritariamente homens. Ela cita como coberturas marcantes a primeira eleição direta municipal após o fim da ditadura, em 1985, o sequestro dos Brandalise, em 1988, e a visita a Santa Catarina de Luís Carlos Prestes. Naquele período, a cobertura política era o coração do jornal, e Ludmila conta que havia equipes de 15, 20 repórteres, setoristas no coração dos três poderes, veículos e motoristas.

Ainda em 1982, Ludmila trancou a faculdade para fazer intercâmbio, vivendo um ano nos Estados Unidos, e usou a fluência em inglês em outras viagens ao exterior, com Índia e Nepal, e também para as notícias e reportagens na editoria de Mundo. A jornalista usava o material das agências e incrementava o texto com leituras de revistas estrangeiras. No Diário Catarinense, também fazia uso dos recursos que a internet já propiciava lá no final dos anos 1990. 

Ao longo da carreira, Ludmila acompanhou de perto o nascimento de dois jornais, o Diário Catarinense e o Notícias do Dia: “Ver um jornal nascer é um privilégio”, afirma. Eram tempos em que, ao contrário de hoje, avalia ela, “os jornais ao menos queriam sair bem na foto”. Na entrevista, ela analisa a imprensa catarinense na atualidade e o papel dos veículos alternativos.

Confira a conversa, gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.


sexta-feira, 24 de maio de 2024

Repórteres SC entrevista Ludmila Souza







A jornalista Ludmila Souza é a 20º entrevistada do Projeto Repórteres SC. Nascida no Rio de Janeiro, ela mudou-se para Florianópolis com a família aos 11 anos e foi na capital catarinense que exerceu o ofício de repórter e de editora.

Formada pela UFSC, na segunda turma do curso, Ludmila trabalhou no jornal O Estado, no Diário Catarinense e no Notícias do Dia, atuando como editora de Política e de Mundo em um período no qual os editores eram majoritariamente homens. Leitora voraz e amante de Machado de Assis ela é sempre citada pelos repórteres que já trabalharam com ela como uma profissional de primeira linha e uma grande companheira.

A conversa será exibida em breve, com detalhes da caminhada de Ludmila, gravada por Felipe Maciel-Martínez e fotos de Rosane Lima.


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Catástrofe climática e o Jornalismo de Ocorrência em Santa Catarina

Capa do caderno do Grupo ND


Por Míriam Santini de Abreu, jornalista

A proporção da catástrofe que se abate sobre o Rio Grande do Sul provoca uma pergunta: como Santa Catarina se prepara, levadas em conta suas próprias características socioespaciais, para enfrentar as consequências das mudanças climáticas? Procura em vão quem busca respostas nos grupos de mídia do estado. Esses grupos, organizados em associações, tecem seus interesses com as estruturas do estado, irrigando-se de dinheiro público e privado para fazer cada vez menos jornalismo. 

Parte expressiva do que virou a dita cobertura jornalística no estado vive de divulgação de BOs, os Boletins de Ocorrência. É um Jornalismo de Ocorrências, em que inexistem conexões entre elas e outras noticiadas antes ou depois, desprezando a compreensão de que não basta, no processo de mediação jornalística, limitar-se a ininterruptamente noticiar fatos sem inseri-los na totalidade dos fenômenos dos quais fazem parte e que os explicam.

A catástrofe no Rio Grande do Sul foi capa, por exemplo, do caderno do Grupo NSC (11 a 17 de maio) em abordagem previsível, a solidariedade: 

A SOLIDARIEDADE CATARINENSE

Santa Catarina se une para ajudar as vítimas da catástrofe climática que devastou o Rio Grande do Sul, deixou mais de 100 mortos, milhares de desabrigados e centenas de cidades tomadas pela água.

Quem estuda análise de discurso sabe que os sentidos se movimentam. Por vezes, uma mesma palavra, por estar inserida em diferentes formações discursivas, pode significar diferente, como no caso da palavra "terra" no discurso de um sem-terra ou de um latifundiário. Em outras vezes, palavras diferentes podem ter o mesmo sentido por se inscreveram em uma mesma formação discursiva. Isso é ilustrativo na pesquisa de MARIANI (2001) sobre os sentidos da solidariedade na mídia impressa. Ela verificou que a palavra forma uma rede parafrástica (de paráfrases) que inclui “caridade", "ajuda” "filantropia", "novas faces do bem” e “mão estendida". Apesar de serem palavras diferentes, a autora observa que na mídia o que pode resvalar para a produção de diferentes eleitos de sentidos muitas vezes se fecha em sentidos atomizados, produzindo ilusões de consenso social (p. 43). 

De modo geral, as coberturas sobre o Rio Grande do Sul mostram a ação dos solidários e solidárias e a ininterrupta videoteca da tragédia cotidiana nas cidades gaúchas destruídas. Mas por que a catástrofe ocorreu na relação com sucessivos crimes ambientais? Quem são os responsáveis? Leitores, ouvintes e telespectadores não terão respostas satisfatórias nesses grupos de mídia.

Essa ausência, na perspectiva de Santa Catarina, grita em um exemplo impactante. Uma notícia de fevereiro passado no site do Tribunal de Contas de Santa Catarina revela que cerca de 3 mil áreas de 100 municípios do estado têm maior risco de deslizamentos de solo e de inundações (1). O levantamento realizado apontou o seguinte:

- ausência de órgãos de proteção e defesa civil formalizados em 13 deles

- ausência de Fundo Municipal de Proteção e Defesa Civil (Fumdec) em 49 municípios

- ausência de Plano Municipal de Contingência (Plamcon) em 34

- ausência de locais cadastrados para uso como abrigos em 31 cidades

- 79 não realizam exercícios simulados conforme o Plamcon, ou seja, apenas 19 realizam 

- ausência de canais de comunicação com as famílias que residem em áreas de risco em 55 municípios 

- 74 municípios com áreas de risco mapeadas afirmaram não possuir cadastro das famílias residentes em áreas de risco

- ausência de fiscalização periódica das áreas com riscos de desastres por 36 cidades

- 72 municípios disseram que o art. 42-A da Lei 10.257/2001 — Estatuto da Cidade — não foi observado na edição ou na revisão do Plano Diretor

A notícia foi reproduzida de forma protocolar em sites noticiosos de Santa Catarina. Os dados não mereceram investigação, e são ainda mais alarmantes quando associados a um fato divulgado no “SC em Pauta” em 22 de fevereiro de 2024: mesmo sendo um estado propenso a diversos eventos climáticos extremos, Santa Catarina não tem um quadro efetivo na Defesa Civil. O órgão é formado basicamente por comissionados, terceirizados e alguns servidores cedidos, sendo nomeados como cargo de confiança (2).

Estão aí aspectos da pauta até agora invisibilizada nesse Jornalismo de Ocorrências. E isso sem contar o papel de Santa Catarina na destruição da legislação ambiental federal, iniciada nos mandatos do governador Luiz Henrique da Silveira, analisada brevemente em artigo intitulado “Código Florestal Brasileiro e Código Ambiental de Santa Catarina: legislação a favor do lucro” (3). Assim como fez o Rio Grande do Sul, Santa Catarina alterou o Código Ambiental em 2009 e em 2022. Uma análise dos retrocessos do novo código pode se lida na página da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) (4).

O resultado dessas mudanças aparecerá. E pegará a população (e o jornalismo) de surpresa.

A SITUAÇÃO DA MÍDIA EM SANTA CATARINA

Não há um diagnóstico recente e público da mídia em Santa Catarina para permitir uma análise mais detalhada e de interesse para jornalistas, professores e estudantes de jornalismo e interessados no apagão de coberturas fundamentais para o estado. Uma parte do diagnóstico aparece em artigo de Giovanni Ramos e Magali Moser, de junho de 2023, intitulado “O triste fim dos três grandes jornais catarinenses” (5). Ele mostra como sucumbiram três marcas regionais históricas: Diário CatarinenseA Notícia e Jornal de Santa Catarina

Há um aspecto da realidade regional que merece pesquisa profunda: o montante de recursos públicos que jorra para a Acaert (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão) e a Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori-SC). A Acaert  representa 260 emissoras de rádio e 24 emissoras de televisão associadas, congregando 100% das emissoras comerciais e educativas de Santa Catarina. A Adjori tem 104 empresas jornalísticas associadas, circulando em praticamente todos os 295 municípios de Santa Catarina.

Entre 2017 e 2019, foi criada e vendida como a maior campanha social de Santa Catarina a campanha da Acaert JEITO CATARINENSE, que mobilizou milhares de catarinenses em torno dos conceitos básicos de “cidadania”. A iniciativa contou com a parceria de instituições públicas e privadas tendo com um dos temas principais, por exemplo, uma campanha A FAVOR DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA (6). A reforma perversa, no governo Bolsonaro, atendeu o interesse empresarial e tem seus efeitos apresentados em uma série de artigos disponíveis para consulta na internet.

Entre 2020 e 2022, a Acaert assinou convênio inédito com o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, além da manutenção e aprimoramento do convênio com a Secom (governo do estado) e a Assembleia Legislativa (Alesc). Ou seja, há um enlaçamento da Acaert com todas as estruturas de poder do estado. 

Para compreender o tamanho desse enlaçamento, um exemplo foi a renovação, em 2020, do convênio Alesc e Acaert para divulgação de notícias do Legislativo em todas as emissoras de rádio e televisão do estado.

O contrato está disponível em link no final deste artigo (7). Ele não menciona valores, mas basta uma procura rápida no site da Alesc para localizar centenas de contratos. A palavra “rádio” traz 41 páginas com contratos (8). Algumas perguntas merecem resposta:

-Quanto somam os contratos ao longo de cinco anos de repasses para um convênio no qual a Acaert indica os beneficiários?

-Quanto a Alesc destina para veículos consolidados de mídia independente e fora da alçada da Acaert e da Adjori, como, em Florianópolis, por exemplo, o Portal Desacato e o Portal Catarinas?  

Ou o dinheiro que irriga Francisco para defender a Reforma da Previdência não irriga Chico para mostrar seus efeitos nefastos?

Além dessas indagações, seriam relevantes análises sobre o conteúdo do material produzido pela Alesc distribuído por essas rádios e sobre o conteúdo geral produzido por elas. Se existem, não foram localizados. Mas um rápido giro pelo noticiário revela que, do ponto de vista jornalístico, não respeitam sequer a regra mais básica do jornalismo liberal, que é “ouvir o outro lado”, cotidianamente criminalizando as lutas populares e sindicais. Estão aí temas gritando por pesquisas de mestrado e doutorado.

É importante destacar que os grupos de mídia de Santa Catarina também recebem recursos públicos vindos das prefeituras para divulgação dita institucional, montante igualmente desconhecido. 

Não nos enganemos. O cenário aqui esboçado é um projeto gestado e cuidadosamente mantido por quem lucra com a mentira, a ideologia e a desinformação. Resta-nos revelar o que se vê pelas frestas. E recordar das palavras do jornalista Marcos Faerman, sempre:

Manifesto de libertação da palavra. 

A busca de uma realidade exige uma linguagem capaz de captá-la. Esta linguagem não é uma fuga. É o único caminho para nos levar à débil captação de uma sociedade e de suas contradições. E da única coisa que interessa: o ser humano sufocado em sua vontade de ser.


Notas:

1-https://www.tcesc.tc.br/levantamento-do-tcesc-revela-que-municipios-catarinenses-com-areas-de-risco-de-deslizamentos-e

2-https://scempauta.com.br/2024/03/22/mp-pede-explicacao-sobre-servidores-da-defesa-civil-governo-pagara-gratificacao-a-quem-atuar-na-dc-ub-se-aproxima-do-pl-em-blumenau-entre-outros-destaques/

3-https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/rebela/article/view/2770

4-https://apremavi.org.br/mpsc-ajuiza-acoes-para-impedir-alteracoes-no-codigo-ambiental-de-sc/

5-https://objethos.wordpress.com/2023/06/15/o-triste-fim-dos-tres-grandes-jornais-catarinenses/

6-https://www.acaert.com.br/noticia/39317/acaert-lanca-campanha-em-favor-da-reforma-da-previdencia-no-estado-e-nos-municipios-catarinenses

7-https://spectro.alesc.sc.gov.br/contratos/contrato/2626/download

8-https://transparencia.alesc.sc.gov.br/contrato.php?pagina=1&ano=&numero_contrato=&objeto=&contratada=r%E1dio&cpf_cnpj=&status=&tipo_contrato_id=&modalidade_id=Todas&valor_min=&valor_max=


Referência:

MARIANI, Bethania. Questões sobre a solidariedade. In: ORLANDI, Eni P. (Org.). Cidade atravessada. Os sentidos públicos no espaço urbano. Campinas: Pontes, 2001.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Dagoberto Bordin, repórter




O jornalista Dagoberto Bordin é o 19º entrevistado do Projeto Repórteres SC. Nascido em Caxias do Sul, ele fez o ensino médio em colégio interno em São Paulo, para onde se mudou aos 14 anos, e o curso de Comunicação com habilitação em Jornalismo na UFRGS, em Porto Alegre. Foi na capital gaúcha que Dagoberto iniciou a trajetória no jornalismo, atuando como revisor no jornal Zero Hora em jornadas nas madrugadas.

A mudança para Florianópolis foi em 1986 para trabalhar no Diário Catarinense. Ainda naquele ano, ele voltou a São Paulo, onde integrou-se à redação da extinta Folha da Tarde, do Grupo Folha, tendo depois passado por vários veículos e assessorias e atuado em impressos e no audiovisual. Um das experiências gratificantes na época, conta ele, foi ter feito parte da equipe que produzia a série de comerciais "Gente que faz", do extinto banco Bamerindus, colhendo histórias de vida em diferentes lugares do país.

Em 1998, Dagoberto mudou-se para a Praia da Pinheira, onde hoje dedica-se ao jornal Espinheira Santa, à Rádio Comunitária Pinheira e aos projetos da associação Pró-Crep, que desenvolve atividades socioambientais.

Na entrevista, Dagoberto também fala de sua trajetória acadêmica, tendo concluído o doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde pesquisou processos de patrimonialização e turismo em duas estações de águas termais, Santo Amaro da Imperatriz e Nueva Federación/Argentina. Ele é  mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), instituição na qual também foi professor no curso de Comunicação Social durante 15 anos, dedicando-se ao ensino de redação jornalística.

Confira a entrevista, gravada por Felipe Maciel-Martínez com fotos de Rosane Lima.