quinta-feira, 26 de julho de 2012

Eu não sei

Míriam Santini de Abreu

Ouvindo “Menino Deus”, de a Cor do Som, lembrei da minha juventude, especialmente deste trecho:

Menino Deus, quando tua luz se acenda
A minha voz comporá tua lenda
E por um momento haverá mais futuro do que jamais houve
Mas ouve a nossa harmonia
A eletricidade ligada no dia
Em que brilharias por sobre a cidade.
À beira dos 42, não brilhei por sobre a cidade, e faltam esses momentos em que parece haver mais futuro do que jamais houve.
A Cor do Som também canta essa beleza que é “Abri a Porta”.
Também nunca fui a mais bonita. E fechei mais portas do que abri. Pensei muito neste trecho:
Naquele instante
Me convenci
Que o bom da vida
Vai prosseguir
Vai prosseguir
Vai dar pra lá do céu azul
Onde eu não sei
Lá onde a lei seja o amor.
Onde? Eu não sei.

terça-feira, 24 de julho de 2012

SOCIEDADE, IBAMA e Ministério Público X HANTEI, FATMA e PREFEITURA

O MOVIMENTO PONTA DO CORAL 100% PÚBLICA ESTÁ EM LUTA PELA PRESERVAÇÃO PÚBLICA DA ÁREA. CONFIRA:

CARTA ABERTA AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JULIO GUILHERME BEREZOSKI SCHASTTSCHNEIDER, JUIZ FEDERAL DA VARA AMBIENTAL E AGRÁRIA DE FLORIANÓPOLIS - SC


Nós, do MOVIMENTO PONTA DO CORAL 100% PÚBLICA, no uso dos direitos cidadãos, oriundos da Constituição Federal, Estadual e Lei Orgânica Municipal, viemos à público apelar e solicitar de Vossa Excelência, o seu deferimento favorável à AÇÃO CIVIL PÚBLICA E PEDIDO DE LIMINAR, lavrados pelo Excelentíssimo Senhor Dr. EDUARDO BARRAGAN SERÔA DA MOTTA, Procurador da República do Ministério Público Federal, no Ofício da Promotoria do Meio Ambiente de Florianópolis, que ajuizou a anulação dos atos da FATMA no licenciamento do projeto da HANTEI, solicita que o IBAMA assuma e pede o cancelamento da Audiência Pública do dia 25, quarta feira.


Entendemos que após a exaustiva e extensa Ação Civil Investigatória, realizada pelo MPF, demandada por diversos atores sociais, entre os quais o MOVIMENTO PONTA DO CORAL 100% PÚBLICA, e que agora se expressa nas 51 páginas que resultaram na AÇÃO CIVIL PÚBLICA E PEDIDO DE LIMINAR, fica evidente a competência pró-ativa da Justiça Federal para julgar o presente feito, por tratar de bens da União Federal, quais sejam praia, terras e acrescidos de marinha.


A Constituição Federal, em seu artigo 20, enumerou os bens pertencentes à União, citando-se:


Art. 20. São bens da União:

IV – (...) as praias marítimas (...);

VI – o mar territorial;

VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;


Os bens acima elencados integram a nossa Zona Costeira e Orla, consagrada como Patrimônio Nacional pelo art. 225, § 4°, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, e dão assim a qualificação que ampara o interesse de toda a sociedade e do judiciário em sua proteção.


Por sua vez entendemos que a CF de 1988 e a Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), atribui à coletividade, ao Ministério Público e a Justiça Federal a função de:

1. promover a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

2. defender os direitos e interesses das populações ao meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio público e privado;

3. defender e preservar para as presentes e futuras gerações o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de nossas cidades e de vida da população.

Solicitamos seu deferimento favorável, pois entendemos que a PREVENÇÃO é o primeiro princípio do Direito Ambiental, ela, a PREVENÇÃO, deverá ser antes perseguida através de ações voltadas à imposição de atuação positiva do órgão público e do judiciário, para dar real eficácia à proteção e preservação ambiental e ao direito coletivo, pois se assim não o fizer, o Poder Público, se ele não intervir pró-ativamente será responsável por ter ocasionado indiretamente o dano, através de seus agentes, por omissão do dever que é só seu de fiscalizar e impedir que tais danos aconteçam.

Diante do exposto, voltamos a lembrar que a manutenção da atual situação e procedimentos da FATMA, Prefeitura e a controvertida Lei Municipal 180/2005, aprovada de forma irregular pela Câmara de Vereadores, favoráveis a HANTEI, tornará a área da PONTA DO CORAL em novo foco de imobilidade urbana na Avenida Beira-Mar e sistema viário adjacentes, motivo esse que inclusive em anos anterior não se permitiu a construção de supermercado na ex-área da Marinha, onde hoje está sendo construído o empreendimento da VOA, ao lado do Direto do Campo. Mantida a postura desses entes público e privados, na PONTA DO CORAL, isso irá destruir todo o esforço coletivo da municipalidade, que buscou através da construção dos elevados do CIC, do Cemintério e do Rita Maria, com recursos públicos, amenizar a imobilidade urbana no sentido norte/sul, e leste/oeste no distrito sede e norte/leste/continente. Também será foco de degradação e descaracterização da Paisagem Urbana e Natural da Orla e, de poluição do Ambiente Marinho, em áreas protegidas do Parque Municipal do Manguezal do Itacorubi e da ESEC de Carijós, como demonstra qualquer estudo sério, consubstanciado nas possibilidade de risco eminente de agravamento da poluição/degradação urbana e ambiental na Orla na Avenida Beira-Mar.

Assim sendo, solicitamos seu deferimento favorável para ACP e Liminares, por trata-se de feito civil público visando à proteção e à recuperação de área de praia e terras de marinha prevista em planos municipais do IPUF desde 1976, quando do inicio de construção da Avenida Beira-Mar, para a municipalidade na PONTA DO CORAL e ao longo da Orla do Distrito Sede, como patrimônio público de uso comum do povo que historicamente a requer, como revelam o processo e a recente autuação do MPF e IBAMA pela proteção judicial, inclusive de outras quando da destruição dos casarões lá existentes, já que o poder executivo municipal não cumpre com sua obrigação constitucional de zelar pelo patrimônio e meio ambiente (art. 23, CF/88). Estas ações colaboram com o entendimento do Decreto nº 5.300/04, que prevê proteção às praias, onde se destaca: “As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse da segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica”

Lembramos que esta área da PONTA DO CORAL e projeto o HOTEL MARINA, é foco de resistência pelos agentes sociais e institucionais pró-Direito Coletivo, desde a intervenção do Estado em 1935, contra a continuidade de uso e ocupação pela Empresa Stander Oil. Esta é a primeira obra privada que conta com o apoio irresponsável da Prefeitura e da FATMA, que busca se instalar em área de marinha na Orla da Avenida Beira-Mar, Distrito Sede desde a década de 80 do século passado, e desta forma a sua concretização irá legitimar e dar jurisprudência à ocorrência futura de alastramento de edificações e ocupações privadas em áreas de marinha e acrescidos no distrito sede de Florianópolis, e ao longo das Baias Norte e Sul e que acarretará danos irreparáveis àquele a paisagem urbana e ao ecossistema de interesse natural, cultural e turístico, conforme já demonstrado nas petições da sociedade civil e na Ação Civil Pública do MPF.

Lembramos ainda que este tema, de grande polêmica, está sendo debatido de forma ainda inicial e institucional, com os atores políticos e sociais, no Plano do Gerenciamento Costeiro e no Projeto Orla Nacional, Estadual e Municipal, com a devida e esperada prudência e precaução coletiva institucional, que requer nenhum atropelo em paralelo de consolidação de situações novas, por tratar-se de questões que trazem consigo impactos socioeconômicos e ambientais enormes junto a sustentabilidade dos nossos municípios, nossas populações, direitos, cultura, cadeias produtivas e riquezas naturais da região.

Lembramos por último, que, de imediato, urge a suspensão da Audiência Pública do próximo dia 25 de julho, quarta feira desta semana, convocada pela FATMA/MSG por tudo de irregularidades e vícios que estão presentes tanto no Termo de Referência para Elaboração e Formatação do EIA/RIMA que exclui atores e estudos vitais na qualificação e condicionantes dos impactos e no processo de divulgação destes importantes instrumentos de Controle Social.

Certos de sua decisão em defesa dos interesses coletivos e do meio ambiente, em acato à AÇÃO CIVIL PÚBLICA E PEDIDO DE LIMINAR, desde já agradecemos.

Florianópolis, 23 de julho de 2012

MOVIMENTO PONTA DO CORAL 100% PÚBLICA

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A saúde dos catarinenses está a venda!

Por Marcela Cornelli, jornalista

Fechado e em reformas desde 2009, o Hospital Florianópolis quando reabrir deve ser mesmo entregue a uma Organização Social (OS), o que na prática significa a privatização do Hospital. As OSs permitem a entrada de capital privado na Saúde, sendo assim, o hospital deixará de atender somente ao SUS, atendendo a convênios privados e particulares. E sabemos bem quais pacientes terão preferência no atendimento, com certeza não será a população carente que depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta e outras preocupantes situações da saúde pública no Estado foram expostas durante a audiência a pública na Assembleia Legislativa do Estado realizada no dia 11 de julho sobre os hospitais públicos de Santa Catarina. Para exemplificar foram colocadas as situações de quatro unidades hospitalares do Estado: Hospital Infantil Joana de Gusmão e Hospital Florianópolis, Instituto de Cardiologia de São José e Hospital Regional Hans Dieter Schmidt de Joinville.
A audiência foi chamada pela Comissão de Saúde da Assembleia e contou com a presença de deputados estaduais, vereadores, representantes da administração do Hospital Florianópolis e do Joana de Gusmão, movimentos sociais em defesa do SUS como o Fórum Catarinense em Defesa do SUS e contra as Privatizações, sindicatos, entre eles Sindprevs/SC, SindSaúde e Simesc (Sindicato dos Médicos de Santa Catarina). Pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) participaram o Secretário Estadual de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira e o Superintendente de Hospitais Públicos Estaduais, Walter Vicente Gomes Filho. Também estiveram presentes representantes do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Conselho Estadual da Saúde, Tribunal de Contas do Estado (TCE), lideranças das comunidades, entre outras entidades da sociedade civil organizada. Usuários do SUS também participaram e falaram sobre as dificuldades de acesso à saúde pública no Estado e a necessidade de se manter e ampliar o atendimento público e gratuito para a população carente que depende inteiramente da saúde pública.
Para o representante do Simesc, Ciro Soncini, um dos maiores problemas, além do sucateamento da estrutura física dos hospitais, é a falta de servidores. “É preciso resolver o problema de recursos humanos. Se a Saúde foi prioridade de campanha do governo, deveria continuar sendo prioridade”, disse referindo à campanha do atual governador, Raimundo Colombo.
A Diretora do SindSaúde, Edileuza Fortuna, apresentou dados sobre os hospitais públicos e alguns apontamentos como soluções para os problemas vividos hoje pelos trabalhadores da Saúde e pela população. Edileuza mostrou dados do Plano Plurianual (2012/2015) do governo estadual que prevê a destinação de verbas para os hospitais: hospitais próprios: 719 mi; hospitais gerenciados pelas Organizações Sociais: 881 mi; hospitais terceirizados: 133 mi; e atenção básica (293 municípios): 38 mi. Ela apontou algumas saídas como: aumento do financiamento público para as unidades públicas, aumentando a rede pública de atendimento; concurso público como garantia de acesso democrático e carreira, profissionalização da gestão: carreira de gestor público, educação permanente, fortalecimento e respeito ao controle social, entre outras. “Apesar de todas as dificuldades os dados mostram também o importante trabalho que os hospitais públicos prestam à população mesmo com a falta de investimentos”, disse Edileuza.
Helga Regina Bresciani, do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/SC), também criticou o modelo de gestão das OSs. E disse que há um déficit de 2,4 mil profissionais de enfermagem na Saúde. “Abrem-se serviços novos e não se contratam mais profissionais. Investem em Organizações Sociais, então porque não investem em profissionais da Saúde?”.
O gerente-técnico do Hospital Florianópolis, Rui Toebe, falou sobre o desmonte por qual passa a saúde pública e fez críticas ao modelo de Organizações Sociais, dizendo que “esse modelo defende apenas grupos específicos de poucos e não resolve os problemas, desrespeita a Constituição, o Judiciário e o cidadão”. E fez um apelo em defesa do SUS ao final da sua intervenção na mesa: “Temos o melhor sistema de saúde do mundo. Não destruam esse sistema”.
O Secretario Estadual de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, esteve presente na reunião e admitiu os problemas de estrutura física, falta de servidores e salários baixos na saúde pública do Estado. Dalmo jogou a culpa na burocratização para licitação de compras de materiais e reformas nos hospitais. “A Saúde não pode esperar os trâmites burocráticos”, avaliou. Ele ainda falou que o repasse de verbas do Ministério da Saúde para o Estado é inferior ao Paraná e ao Rio Grande do Sul, referindo-se à tabela de repasse de pagamento do governo federal por atendimentos de alta e média complexidade. “Enquanto no Paraná o teto por habitante é de R$ 160,00 em Santa Catarina é de R$ 137,00”. Quando iniciou o debate, o secretário deixou à audiência e foi vaiado pelo público presente por não ficar para responder aos questionamentos. Dalmo afirmou que ainda nesse mês a Secretaria deve nomear 290 novos profissionais para a Saúde. O que sabemos ser um número ínfimo e que não fará frente às reais necessidades dos hospitais e unidades de saúde estaduais.

Superintendente admite que Hospital Florianópolis será repassado para uma OS
O Superintendente de Hospitais Estaduais Walter Gomes Filho, admitiu, durante a audiência pública que o Estado está realizando estudos no Hospital Florianópolis e no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt de Joinville para passar a gestão para as Organizações Sociais e disse que as terceirizações para as OSs já estavam previstas na campanha do governador Raimundo Colombo e que serão implantadas.
O Diretor do Sindprevs/SC, Márcio Roberto Fortes, falou sobre a greve dos servidores federais da Saúde e lembrou que o Sindprevs/SC manterá o combate e a luta contra as Organizações Sociais por entender que elas privatizam a saúde pública e prejudicam a população carente que tanto necessita do SUS. Márcio denunciou o descaso com que os servidores do Hospital Florianópolis estão sendo tratados desde o início da reforma e a expectativa de todos para poderem voltar ao trabalho no Hospital e que este reabra atendendo 100% pelo SUS.

População e sindicatos pedem que a União invista 10% do Orçamento na Saúde
Entre os pedidos da audiência pública que serão encaminhados foram a destinação de 10% do Orçamento da União para a Saúde, levantamento do real déficit de servidores nos hospitais estaduais e a não transferência dos hospitais para as mãos das Organizações Sociais.
A audiência pública, bem como outras que já ocorreram para denunciar a privatização da Saúde no Estado promovida pelo Governo Raimundo Colombo, são de extrema importância para debater esta problemática, porém sabemos que somente com muita luta e conscientização da população poderemos barrar esse projeto de destruição do SUS.
O SUS é nosso!
Vamos lutar por ele!
Saúde não se vende!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Movimento em Defesa da PONTA DO CORAL 100% pública tem reunião hoje

Movimento em Defesa da PONTA DO CORAL 100% pública

 Nesta quinta feira, dia 12, das 15 às 17h na Ponta do Coral!!!
  
                    Na Avenida Beira Mar Norte, ao lado do Koxixos.
 
                           A previsão do tempo é de sol.

Nesta reunião estaremos debatendo nossas ações, mobilização e preparação das audiências públicas futuras.

terça-feira, 10 de julho de 2012

DILMO BERGER E ESPOSA SÃO CONDENADOS PELA JUSTIÇA FEDERAL

O Ministério Público Federal obteve confirmação de sentença favorável no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, condenando Dilmo Berger e Cristine Berger a recuperar o dano ambiental causado na construção de uma residência de 1.536,06 m², em um terreno localizado na Avenida Desembargador Pedro Silva, no Bairro Coqueiros, entre as praias da Saudade e do Meio, em Florianópolis.
Conforme a ação ajuizada pela procuradora da República Analúcia Hartmann, no local houve movimentação de solo e rochas, pelo uso de máquinas e explosivos, em terreno de marinha e promontório, considerados bens da União. A atividade alterou as características locais e causou dano à vegetação. “Para alteração da zona costeira ou áreas de preservação permanente, a lei exige expressamente o licenciamento ambiental instruído de Estudo de Impacto Ambiental”, esclarece a procuradora.
Além disso, o próprio Plano Diretor da cidade considera os promontórios como de preservação permanente, vedando toda e qualquer edificação, a não ser para as hipóteses de utilidade pública e interesse social. Mesmo assim, a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (FLORAM) autorizou o pedido para desmonte de rochas e construção do imóvel. Segundo os mesmos documentos, o alvará de construção foi deferido pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP). De acordo com a procuradora, a interpretação da lei nesse caso específico é no mínimo preocupante.
Com a decisão, os réus terão que recuperar o local por meio de elaboração de Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), a ser apresentado ao IBAMA no prazo de 30 dias. Além disso, como a reparação não poderá ser integral, visto que o dano ambiental consistiu na detonação de rochas e de seu parcial desmonte, os réus Dilmo Berger e Cristine Berger deverão arcar com indenização no valor de R$ 100 mil, a ser destinada ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Nova vitória na área ambiental – Esta confirmação de sentença é a segunda decisão favorável que o MPF obteve neste mês de junho. Recentemente, em ação ajuizada pela própria procuradora da República Analúcia Hartmann (ACP nº ACP nº 2007.72.00.013421-2), um particular foi condenado a demolir sua residência, rampa e trapiche construído em área de preservação permanente às margens da Lagoa da Conceição, na Costa da Lagoa, em Florianópolis.

Fonte: Portal do MPF/SC

UFECO Denuncia no YOU TUBE Crime CONTRA A SAÚDE e CONTRA O MEIO AMBIENTE

Representante da UFECO denuncia no YOU TUBE http://www.youtube.com/watch?v=EchY7w1iF6I   Crime Ambiental produzido pela CASAN, Companhia de Saneamento, nas nove Estações de Tratamento de Esgoto existentes em Florianópolis e por ela operada. Das nove, oito operam sem Licenças Ambientais e todos com os níveis de tratamentos inadequados e dos efluentes com contaminadores acima do permitido por lei, que tem como destino final rios, lagoas e as baias alem do solo e lençol freático.

Denuncia e conclama a sociedade, os partidos e candidatos a prefeito e vereadores a se manifestarem contra a assinatura imediata do Contrato de CONCESSÃO para a CASAN, que pretende fazer o Prefeito DARIO BERGER no apagar das luzes de seu governo, sem controle social e com golpe através de Audiência Pública que realizou com 50 funcionários públicos, às escondidas. O mesmo prefeito que fecha os olhos para os crimes Ambientais e Contra a Saúde Pública feito pela CASAN.

A UFECO propõe que este Contrato de CONCESSÃO seja de responsabilidade do próximo prefeito e câmara de vereadores a serem eleitos em outubro, e que seja garantido a participação e controle social desta definição.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Voltar as costas ao mar

Elaine Tavares

É comum a gente ouvir a maioria dos políticos – de esquerda inclusive - e os empresários de Florianópolis dizer que a cidade virou as costas para o mar e que é chegada a hora de mudar essa concepção atrasada. Investir no turismo, vocação natural. Pois, na contramão da história eu digo que isso está errado. Na verdade, já faz muito tempo que a cidade está bem de frente para o mar, embarcando na onda estúpida do desenvolvimento capitalista que considera o mar e a sua orla como espaço de especulação e lucro.

Quando a cidade de Florianópolis estava mesmo de costas para o mar, a concepção de vida era outra. O mar era visto como espaço de trabalho, lugar onde as famílias iam buscar a comida do dia-a-dia, quintal de descanso e fruição. Quem conheceu a velha Desterro, antes do inchaço migratório dos anos 80, deve se lembrar que, nas praias, as casas tinham o mar ao fundo, onde ficavam os ranchos de canoa, os apetrechos da pesca. Porque ninguém via a natureza como coisa à venda.

Mas, aos poucos o mar começou a ser disputado pelo “empreendedorismo imobiliário”. Como era possível que as famílias vivessem de costas para tanta beleza? Era o que diziam... Mas, isso nunca foi verdade. Ter o mar no fundo de casa não era virar-lhe as costas. Pelo contrário. Era proteção. Aquela maravilha não se lhes aparecia como paisagem especulada. Era mesa farta, morada das sereias, dos peixes, do mistério.

Foram os abutres do capital que mudaram a lógica. Chegaram com suas pastas pretas oferecendo uma vida melhor. “Por que não trocar a difícil vida na beira praia por um bom apartamento no Roçado, em Serraria, em São José? Já não é hora de deixar de andar com os pés sujos de areia e viver num lugar onde o chão é um carpete felpudo?” E tantas famílias caíram nesse conto de sereia, abandonando a beira da praia em busca de um eldorado moderno. Foram viver a promessa capitalista do apartamento seguro de 50 metros quadrados enquanto as empreiteiras iniciavam a construção de monstros verticais ou condomínios de luxo nas praias. O mar deixava de ser mesa para tornar-se paisagem à venda.

Arrisco dizer que aquele que ama Florianópolis deveria pensar melhor sobre essa sanha turística. Talvez fosse hora de, de novo, voltar às costas ao mar, como faziam os antigos. Proteger essa beleza, esse patrimônio. Pensar outra lógica de turismo, comunitário, popular. Um processo de compartilhamento da beleza do qual as próprias gentes da cidade possam se apropriar. Vi essa experiência há pouco tempo no Egito. Ao longo do rio Nilo, lugar de extrema beleza, berço de uma das mais antigas civilizações, circulam milhares de turistas. Mas a forma como as comunidades compartilham a maravilha de sua cultura é radicalmente diferente. Não há grandes companhias ou grandes empresas. A maioria dos serviços é prestada por famílias, pessoas físicas. Tudo se intercala e se complementa. Cada um ganha um pouco e ao mesmo tempo preserva a margem do rio dos monstrengos imobiliários.

Penso que essa realidade é possível de ser constituída na ilha. As pessoas têm essa condição de tomar nas mãos os destinos de Florianópolis e protege-la da destruição. Por isso eu quero muito ver a nossa cidade voltar às costas ao mar, para que ele volte a ser mesa e rede onde descansamos... Eu quero ver, e luto por isso!

terça-feira, 3 de julho de 2012


Míriam Santini de Abreu

Eu nas areias de um gasto mar; eu à beira de uma gasta montanha. Lá, a chegada; aqui, a partida, levada por anjos. Eu, sangrada o suficiente, pronta para o Siroco, o Mistral e o Minuano. Pronta para os ventos.